A ponte do percurso Polis, que se encontra junto ao skate park, em São Romão, Leiria, está, há vários dias, fechada com troncos.
Trata-se de mais uma acção de protesto do proprietário de um dos terrenos onde foi construído o complexo onde funciona o Clube Escola de Ténis de Leiria (CETL), que tem um diferendo com a Câmara relacionado com a edificação dos campos.
Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, a polícia foi chamada ao local, tendo tomado conta da ocorrência. A Câmara limita-se a informar que o caso “está em avaliação jurídica”.
Os troncos, provenientes das árvores existentes no local e que foram abatidas pelo empresário no início do ano, começaram a ser colocados ainda no final da semana passada, sendo acompanhados de uma faixa que diz “proibida a entrada até resolução judicial”.
O acesso às instalações do CETL ainda chegou a ser tapado mas, segundo Armando Soares, vice-presidente do clube, o empresário “retirou os troncos”.
Deixou, no entanto, em aberto “a possibilidade de os voltar a colocar após a conclusão do torneio internacional júnior”, promovido pelo Centro Internacional de Ténis de Leiria , mas que está também a usar as instalações do CETL, nomeadamente para treinos.
“Independentemente das razões que assistem a uns e a outros [Câmara e empresário] esta é uma situação que afecta a normalidade do clube. Andamos sempre com o coração nas mãos, porque deixámos de saber o que nos espera”, afirma Armando Soares.
[LER_MAIS] Já em Abril, tinha sido colocada uma vedação a dividir os campos de ténis ao meio, impedindo a sua utilização. A rede seria retirada dias depois, permitindo ao CETL retomar a sua actividade normal. Antes, o empresário cortou cerca de três dezenas de árvores existentes no local.
Na origem do diferendo está a construção do complexo de ténis, na década passada, no âmbito das obras do Polis. Na ocasião, o Município comprometeu-se com os proprietários do terreno a autorizar o loteamento e construção na área envolvente.
No entanto, a autorização dependia do Plano de Pormenor das Olhavas, que sofreu sucessivos atrasos. Em 2013 a Moniz & Ribeiro seguiu a via judicial para ver anulado o acordo e a reclamar da Câmara uma verba a rondar os 600 mil euros. Até ao fecho de edição, não foi possível contactar o empresário em causa.