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O PS ultrapassou o PSD no distrito em número de votos, com os sociais-democratas a perderem 16 mil votos (menos 20%) face às últimas autárquicas. No entanto, esses números não se reflectiram no total de Câmaras de uns e de outros. Os sociais-democratas continuam com nove e os socialistas com sete, num mapa político que, nas eleições de domingo, ficou pintado de maneira diferente.
A Norte, o distrito está mais rosa, com o PS a conseguir vitórias históricas em Ansião e Pedrógão Grande, segurando ainda a maioria em Figueiró dos Vinhos. Só Castanheira de Pera aparece agora laranja, com o PSD a conquistar a Câmara aos socialistas.
Descendo no mapa, houve mudanças em Porto de Mós, onde os sociais-democratas vão voltar ao poder depois de 12 anos de governação socialista e, tal como aconteceu em 2005, após um processo eleitoral marcado pela divisão interna do partido que estava no poder.
Em Ourém, o PSD está também de regresso à liderança da Câmara, reconquistando a autarquia ao PS. Além da matriz ideológica do concelho, que sempre votou PSD, com excepção das autárquicas, o resultado será também o reflexo da forma como os socialistas conduziram o processo de escolha do cabeça-de-lista, teimando em candidatar Paulo Fonseca que, sabiam, não reunia condições legais para concorrer. O Tribunal Constitucional recusou a candidatura e, a menos de 15 dias, Cília Seixo teve de assumir a função de cabeça-de-lista. Perdeu, mas será uma das menos culpada neste processo.
A Oeste nem tudo ficou igual. O PSD reforçou as maiorias que já tinha em Caldas da Rainha, Alcobaça e Óbidos, o mesmo acontecendo com o socialista Walter Chicharro na Nazaré, mas houve duas novidades saídas da noite eleitoral, com o PS a reconquistar a Câmara do Bombarral 24 anos depois e a CDU a perder Peniche, o único município que presidia no distrito.
Com António José Correia impedido de se recandidatar, devido à limitação de mandatos, os comunistas apostaram em Rogério Cação. Mas, o ex-presidente da Assembleia Municipal não conseguiu melhor do que o quarto lugar, atrás do PSD, do PS e do Grupo de Eleitores por Peniche, liderado por Henrique Bertino, antigo autarca do PCP eleito agora como novo presidente da Câmara de Peniche, tornando-se no primeiro candidato de um movimento de independentes a conquistar um município na região.
[LER_MAIS] Os grupos de cidadãos aparecem, aliás, em terceiro lugar no total de votos distritais, conseguindo 11 mandatos para as câmaras, à frente da CDU, do CDS-PP e do BE.
O regresso falhado dos dinossauros
Estas eleições marcaram também o regresso como candidatos à liderança de municípios de quatro ex-presidentes de câmara do distrito que, acabaram, no entanto, por sair vencidos do despique eleitoral.
A maior derrota atingiu Fernando Costa, o social-democrata que durante 27 anos liderou a autarquia de Caldas da Rainha e que agora tentava conquistar Leiria, concelho onde nasceu. Não só perdeu as eleições para Raul Castro, como viu o PSD ficar com menos um vereador no executivo (três em 11).
Em Pombal, Narciso Mota não fez melhor. O antigo presidente da autarquia, que concorreu com a capa de independente, não destronou o seu antigo vice-presidente, Diogo Mateus, que conservou a maioria absoluta.
De Ansião veio outra das novidades destas eleições, com o antigo líder da autarquia, Fernando Marques, que tentava regressar ao cargo, a ver o PS a conquistar, pela primeira vez, a liderança da Câmara ao PSD e com maioria absoluta.
Em Pedrógão Grande, João Marques (PSD) também não foi feliz na tentativa de voltar à cadeira que ocupou durante 16 anos ao ser derrotado por Valdemar Alves, que em 2013 foi eleito pelo PSD mas que agora, depois de a concelhia social-democrata ter rejeitado o seu nome, aceitou ser cabeça- de-lista pelo PS, acabando por sair vencedor.
Onde se votou mais e menos
Tal como aconteceu no País, a abstenção desceu no distrito, fixando-se em 45,97%, em linha com o valor nacional (45,03%). Caldas da Rainha foi o concelho da região com a taxa mais alta (52,17%), enquanto Castanheira de Pera registou o valor mais baixo (27,64).
Ao nível de freguesias, votou-se mais, em termos percentuais, em Serro Ventoso e em Arrimal e Mendiga, ambas no concelho de Porto de Mós e que tiveram uma taxa de adesão às urnas na ordem dos 77%. No pólo oposto encontra-se a União de Freguesias de Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra de Bouro, onde apenas votaram 39,9% dos eleitores inscritos.
