Dezanove câmaras de videovigilância espalhadas pelo centro da cidade de Leiria são os olhos dos agentes da PSP desde o início da semana. Inaugurado oficialmente na segunda-feira, o sistema de videovigilância, colocado entre a rua Capitão Mouzinho de Albuquerque, rotunda do Emigrante, rotunda do Sinaleiro e rua Machado Santos, vai ser gerido no centro de comando e controlo (CCC) da PSP em Leiria, que, além desta valência, inclui a gestão das ocorrências comunicadas via 112, a supervisão dos meios operacionais e das ocorrências policiais em tempo real na área da PSP em todo o distrito, entre outras.
A funcionar 24 horas por dia, o sistema de videoprotecção (como lhe chama a PSP) da cidade de Leiria, grava e capta imagens através de câmaras com rotação de 360 graus, que estão ligadas a um servidor e a consolas que são operadas pelos agentes. “Está ligado numa rede física, privada, que não tem acesso à internet.
O sinal é codificado e cifrado”, explica Carlos Martins, chefe do núcleo de investigação criminal e dos sistemas de informação do Comando Distrital de Leiria. A captação de imagem é feita “com o recurso a determinados filtros” que impede o visionamento do interior das habitações, garantindo assim a reserva da vida privada dos cidadãos.
Segundo Carlos Martins, a finalidade do sistema é a “segurança e protecção de pessoas e bens”, com o objectivo de “transmitir um sentimento de segurança às populações, dissuadir a prática quer de ilícitos criminais quer de ilícitos de outra ordem contra-ordenacional ou outros [LER_MAIS] delitos de menor gravidade”.
Este big brother irá “também auxiliar a actuação policial em tempo real”. Através de computadores instalados no centro de controlo, as imagens do perímetro onde foram instaladas as câmaras de videovigilância são transmitidas em tempo real, o que permite aos agentes transmitir aos elementos policiais que estejam no terreno os locais onde está a acontecer determinada ocorrência ou identificar os suspeitos, ajudando numa eventual identificação.
O comandante distrital, Paulo Quinteiro, explica ainda que o objectivo não passa por multar veículos mal estacionados que sejam observados pelas câmaras. No entanto, “em situações de embaraço do trânsito, poderá o agente que se encontra no CCC fazer deslocar meios policiais para o local”.
O sistema poderá, ainda, “ser usado para identificar condutores de veículos intervenientes em atropelamento de peões ou acidentes de viação com fuga, ou outras situações de idêntica gravidade”.
Luís Farinha, director nacional da PSP, salienta que o sistema “permite ter uma ligação directa com o centro de comando e controlo estratégico da direcção nacional e também uma gestão centralizada de meios e de operações que possam decorrer”.
“Isso tem a ver com a racionalidade na utilização dos meios, com uma georeferenciação dos meios que está em curso para que possamos saber em cada momento o que está a acontecer em cada um dos locais que são policiados pela PSP.”
NÚMEROS
12
peracionais estão afectos ao centro de comando e controlo, tendo havido um reforço de quatro agentes. Esta central concentra toda a actividade policial da PSP no distrito, permitindo a gestão de meios
350
mil euros é o valor do investimento a cargo da Câmara Municipal de Leiria, que admite estender o sistema de videovigilância, dentro de dois anos, caso a avaliação seja positiva e as forças policiais também entendam que se justifica
30
dias é o tempo que irá permanecer a gravação das imagens. Findo este período as captações são apagadas, se não forem utilizadas como prova de ilícitos