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Qualidade atrai clientes aos mercados municipais

Daniela Franco Sousa e JSD por Daniela Franco Sousa e JSD
Dezembro 8, 2022
em Abertura
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Qualidade atrai clientes aos mercados municipais
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São 11 horas de uma manhã ensolarada de sábado e Isabel Pereira já tem a banca vazia. Além de não ter trazido muitas coisas para vender, o certo é que também teve muita procura, conta a vendedora, que há cerca de 30 anos faz negócio no Mercado Municipal de Leiria. Tem clientes novos, mas tem ainda alguns que já conhece desde o tempo em que acompanhava o seu pai, quando também ele era vendedor. “E este mercado, com uma zona ao ar livre, cativa ainda mais”, verifica Isabel.

“Quem procura estes mercados, aprecia mesmo produtos de qualidade”, defende a comerciante, que ali escoa os legumes que cultiva. Não será tanto a questão financeira que os motiva, acredita Isabel, que apresenta o seu preçário do dia: alface a 2, 5 euros, nabiça a 1,5 euros e grelos a 3 euros. E os fregueses procuram-na também, porque já a conhecem há muitos anos. “É uma relação de amizade”, constata.

É também esta a convicção de Almerinda Ferreira, de 72 anos, que aprecia a banca do peixe. “Eu sempre vim a este mercado, desde que moro em Leiria, há 20 anos. Antes disso, também já frequentava o de Pombal”, recorda a septuagenária. Neste mercado, Almerinda gosta particularmente de comprar peixe, fruta e legumes. “É pela qualidade e porque, sempre que posso, vou tomar um café e vejo aqui as pessoas que já conheço. É como um vício”, define a cliente.

Ricardo Chenrim, de 46 anos, é natural de Leiria, e é comprador habitual neste mercado, que sempre frequentou com a sua família. Diz que também faz compras nos hipermercados, mas é neste espaço que prefere adquirir fruta e legumes. “Porque são de mais confiança e porque o preço é mais acessível”, observa o cliente. E uma vez que se encontra desempregado, este último factor é ainda mais relevante.

Apesar de jovem, Marina Silva, de 27 anos, também tem o hábito de comprar nos mercados e feiras. Aliás, já o fazia quando morava do outro lado do Atlântico. “Compro aqui, porque encontro variedade e qualidade. No Brasil, há muitas feiras e sempre optei por elas. As maçãs, as bananas e os alhos que, por estas bandas podem ser comprados avulso, são alguns dos ítens onde percebe existir um preço mais baixo do que nos hipermercados. O facto de morar perto do Mercado Municipal de Leiria é outro aspecto positivo, realça a freguesa.

Procurar saúde e manter a tradição

O sábado é o dia mais forte do Mercado Municipal da Marinha Grande, onde também se encontram clientes de várias gerações. Tatiana Ferreira, de 26 anos, e o namorado, Pedro Gaspar, de 27 anos, passaram a ser clientes frequentes desde que se mudaram para esta cidade há cerca de ano e meio. São ambos operários fabris e de 15 em 15 dias gostam de passar pelo mercado, onde compram frutas e legumes.

“Vivemos aqui perto e também nos fica mais em conta”, conta Tatiana, que outrora teve o hábito de ir ao supermercado. “Nota-se uma diferença grande na qualidade desta fruta, que dura mais tempo e sabe melhor”, compara a jovem, que, entretanto, já conhece as vendedoras, de quem é cliente fixa.

Dulce Bernardino e José Quitério, ambos de 61 anos, são um casal da Marinha Grande, que procura no mercado da cidade a fruta e os legumes de boa qualidade, que entendem não conseguir obter nos super e nos hipermercados. Continuam a adquirir outros bens de consumo nessas grandes superfícies, mas no que se refere a alimentação, e sobretudo depois do esposo adoecer, Dulce faz questão de comprar aos produtores locais. “É uma questão de saúde”, sublinha a freguesa, que nota mais movimento nos últimos tempos.

Na fila do talho, Vânia Pedrosa, de 42 anos, apresenta várias justificações para comprar regularmente no mercado: “qualidade, bom atendimento e, feitas as contas, é mais barato”. Além disso, desde que o mercado foi transferido para um dos pavilhões do Parque Municipal de Exposições, ficou mais perto da sua casa.

Nelson e Ana Duarte, da Marinha Grande, de 66 e 65 anos, respectivamente, são clientes habituais do mercado. São movidos por diferentes convicções. Nem se trata de uma questão de preços, porque se alguns artigos são mais baratos aqui do que nos supermercados, outros nem tanto. Trata-se sobretudo de “não deixar morrer a tradição de ir ao mercado e de ajudar os produtores locais”, frisa o casal.

“Regressar às coisas caseiras”

Numa banca de queijos, doces e enchidos, Hermínia Pedro explica que já vende há mais de 30 anos no Mercado Municipal da Marinha Grande. E também nota nos clientes “a vontade de regressar às coisas caseiras”. No entanto, lamenta que a mudança para estas novas instalações, longe do centro da cidade, tenham retirado movimento ao mercado. Uma quebra que é mais evidente às quartas e às sextas-feiras, observa a vendedora.

“Os mais idosos deixaram de aparecer por falta de transporte”, expõe Hermínia Pedro. Susana Neto, que todos os sábados ajuda na banca da mãe, tem a mesma opinião. “Estamos longe do centro e não vêm aqui de propósito para comprar flores”, conta Susana, para quem o negócio terá caído para metade desde que o mercado foi transferido das tendas, na zona desportiva, para este parque. “Quando um vendedor morre, ninguém ocupa o seu lugar” Lucília Costa produz praticamente tudo o que vende.

“Trabalho nos campos e pago a quem me ajude.” Os filhos não seguiram a profissão, pois é um negócio duro e com margens de lucro relativamente pequenas. “Também vendo para revenda. Quando os mais velhos acabarem, acaba tudo.

“Quando um vendedor morre, ninguém ocupa o seu lugar no mercado”

Nesta manhã de segunda-feira, cai uma chuva fininha na Batalha. Na rua, há pouca gente a fazer compras nas tendas de roupa, calçado e outros artigos, mas dentro do pavilhão do mercado, o bruá feito de gargalhadas, conversas e de fregueses a apreciar os preços, ecoa pelas paredes.

“Quando o tempo está bom, vem mais gente, quando o dia está como hoje, vem menos”, diz Lucília ou Cila, como é mais conhecida, apontando para o céu plúmbeo, visível para lá dos portões do pavilhão. Do outro lado da banca, vai dando conselhos sobre a fruta, sobre os preços e troca notas grandes por moedas, que são sempre escassas. “Não tem nada mais pequenino?”, pergunta, elevando a voz por cima do burburinho constante.

Por aqui, a subida do custo de vida provocada pela guerra na longínqua Ucrânia não trouxe mais gente em busca de preços mais baixos. A afluência ao mercado, garante a vendedora, está igual. “Também não aparecem muitos jovens. Aliás, nota-se que os mais novos têm menos poder de compra. Na maior parte das vezes, são os mais velhos e reformados que têm mais dinheiro para gastar. Se calhar, têm mais cabeça para o gerir!”, lança.

Entrega o troco e prossegue a conversa. “Sabe de uma coisa? As pessoas quando vêm ter connosco ao mercado já sabem que podem contar com um sorriso nos lábios e com um bom dia ou boa tarde. Mas numa grande superfície, o patrão não conhece ninguém, estamos a dar-lhe dinheiro e, se for preciso, até nos ignoram e criticam. Não há conversas”, faz notar, enquanto entrega novo troco.

As moedas tilintam ao cair na concha da mão e desaparecem dentro de um porta-moedas de abas gastas. “Ora faz cinco e faz dez.” A conta está certa. E uma nova cliente pede “umas maçãzinhas daquelas bem vermelhas”.

“Venho ao mercado porque é mais barato e dá-me jeito. Gosto mais de vir aqui porque os produtos são caseiros e posso escolher, tocar e sentir o cheiro”, diz Margarida Marques, natural da Batalha. Veio ao mercado com as duas irmãs. É já uma tradição, facilitada pelo facto de morarem no mesmo prédio. As três mulheres conhecem cada palmo do mercado da vila e praticamente todos os vendedores. “Venho, principalmente, porque os produtos são locais”, adianta Júlia, outra das irmãs.

Lucília conhece-as há anos tal como conhece bem a cara de quase todos os outros clientes. Perdão, de quase todas as clientes, porque, na verdade, são elas quem, na maioria das vezes, fazem as compras, para o lar. São como amigas. “Quem vem são as pessoas que têm disponibilidade. Não é quem está em horário de expediente.” “Eu venho cá para comprar o governo.” Lucinda “da Esquina” ri-se. O “apelido” vem do Café Esquina, um dos estabelecimentos mais conhecidos da vila.

“É o governo da casa durante a semana. Só gosto de comprar no mercado. A fruta é diferente e só gosto de vir comprar à dona Cila.” Arredondar a aritmética para baixo e fazer descontos é algo que as grandes superfícies não fazem, mas, no mercado, é o pão nosso de cada dia. “Às vezes até aconselho quem vem comprar. Digo, olhe, esta não tem a qualidade que procura, mas aquela já tem. É a minha forma de trabalhar!”, diz Lucília, com um encolher de ombros.

“Isto é uma espécie de centro de dia”

Além de servir para encher a despensa, o mercado que sempre foi um sítio privilegiado de encontros, de conversas e de interacção, tem, actualmente, um papel mais social, entre a população mais idosa. Serve como local de convívio a quem, muitas vezes, apenas sai de casa para ali se deslocar.

“Ainda há pouco, uma senhora dizia-me que não tem vizinhos e que só conversa à segunda-feira, quando vem ao mercado, aqui na Batalha”, entende Gabriela Neto, que, hoje, trouxe o filho, Rodrigo, de quase um ano, para “ajudar”. Secretária comercial numa empresa, explica que ela própria também está a ajudar a mãe, essa sim, a verdadeira vendedora. Mesmo assim, são uma visão rara nos dias que correm: três gerações no mercado. “Isto é uma espécie de centro de dia”, diz Gabriela meio a sério, meio a brincar.

“Por vezes, os clientes quando precisam de pagar uma conta no multibanco ou de fazer um depósito, pedem-me ajuda. Criámos uma relação de confiança que vai para lá da fidelização do cliente.” A mãe, Maria Idalina Batista é uma veterana dos mercados da região. Natural da Quinta do Sobrado, também no concelho da Batalha, há 40 anos que atende clientes nos mercado de Alcobaça, Alcanena, Batalha e Maceira. Vende o que produz e vai juntando algumas coisas que adquire para revenda.

A idade, conta, já lhe pesa e esta é uma vida dura. Um dia de trabalho começa com a chegada pelas 6 horas da manhã, a fim de compor tudo a horas de atender os primeiros clientes. Quando se reformar, está convencida que a sua banca encerrará para sempre. “Para me ajudar tenho uma amiga e a minha filha.”

Não é com tristeza, nem resignação que vê o futuro dos mercados. É a evolução natural das coisas. A vida no mercado não deverá passar pelo futuro de Gabriela. “O meu marido tem um emprego noutro ramo e é muito complicado fazer isto sozinha. A minha mãe trabalhou muito durante toda a vida e não sei se estarei disposta a fazer os sacrifícios que ela faz.”

Apesar de tudo, tem alguma pena de ver os mercados a minguar em tamanho e quantidade. “Em alguns produtos, os preços aqui são mais baixos. Noutros não é possível competir, pois as grandes superfícies compram em grandes quantidades e podem fazer promoções. Mas aqui a qualidade é melhor”, resume.

Etiquetas: BatalhaclientesLeiriaMarinha Grandemercadosqualidade produtos
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