PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Sociedade

Quando for grande… não quero ser professor

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Junho 20, 2019
em Sociedade
0
Quando for grande… não quero ser professor
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Há umas décadas, ser professor era prestigiante e dava status. O conhecimento não estava à distância de um clique e ensinar era uma forma de ascender socialmente, porque se tinha acesso ao conhecimento e à cultura, longe das famílias mais humildes.

A desvalorização do sector têm-se vindo a intensificar e hoje são poucos aqueles que querem ser professores. “O estatuto social dos professores era mais sensível no caso do ensino secundário, porque implicava um curso universitário na maioria dos casos, uma situação minoritária da população. No ensino primário, a feminização é quase total desde o início do século XX e esse estatuto era mais relativo”, refere Paulo Guinote, docente e autor do blogue O Meu Quintal.

Isabel Flores, investigadora do ISCTE, afirma que os jovens escolhem uma carreira tendo em conta a “probabilidade de emprego e o nível salarial que poderá atingir”. “Ser professor apresenta uma probabilidade de emprego quase nula e ninguém enriquece com o salário. Tem a agravante de não ser uma profissão facilmente exportável como é o caso dos engenheiros, enfermeiros, médicos, gestores e outros. A questão da língua, da cultura e do conhecimento curricular de cada país constituem fortes barreiras. África lusófona poderia estar interessada em contratar, mas os salários são miseráveis”, acrescenta.

Segundo Isabel Flores, não será fácil atrair mais pessoas para uma profissão que “não emprega”. “A médio prazo a forma de a tornar mais atractiva será torná-la mais competitiva à entrada, em que os candidatos são valorizados por diversas dimensões (que vão além da média de licenciatura) e ser professor se possa tornar uma profissão de acesso difícil – novos diamantes. De qualquer forma trata-se de atrair melhores alunos e não mais alunos. Temos de planear as necessidades do sistema e reestruturar a entrada na profissão – uma luta que irá pôr os pressupostos dos atuais sindicatos em causa”, sublinha.

Em relação ao prestígio e ao status, Isabel Flores recorda que “à medida que há muitos, deixam de ser diamantes para ser seixos na praia…”, “é natural que o encanto desapareça”. Ainda assim, “a nível salarial, apesar de ganharem relativamente poucoainda ganham cerca de 25% acima de uma carreira de técnico superior da administração pública (salário bruto de entrada 995 em 2019 e máximo 3364), com qualificações semelhantes”.

Não obstante, Gonçalo Pereira, 18 anos, sonha em ser professor de Matemática. A paixão relaciona-se com o facto de gostar de “ensinar os outros” e ajudar a prepará-los para o mundo. “O ensino é muito importante. Os professores têm uma importância enorme que nem sempre é valorizada. O trabalho deles sempre me fascinou, sobretudo a forma como se empenham e se dedicam à planificação das suas aulas para transmitirem o conhecimento aos alunos. Gostava de poder fazer o mesmo, ou até melhor.”

Reconhecendo que a classe está cada vez mais envelhecida, Gonçalo Pereira, que terminou há dias o ensino secundário e está a preparar a entrada no ensino superior, reconhece que as aulas são muito expositivas.

“Mesmo os professores que tentam fazer algo diferente, nem sempre os programas permitem. As aulas deveriam ser mais práticas para envolver mais os alunos. É preciso adaptar a escola aos diferentes alunos.”

Esta desvalorização, a falta de emprego, a instabilidade da colocação em escolas distantes de casa, já fez Gonçalo Pereira começar a repensar o curso a seguir. “Estou a equacionar seguir algo ligado à economia e gestão e ficar com a docência como plano B. Até poderá surgir a oportunidade de dar aulas no ensino superior. [LER_MAIS]  Esse é o meu sonho, mas também tenho de pensar na minha vida pessoal e a estabilidade só surgirá quando ficar efectivo numa escola, o que poderá demorar algum tempo.”

Para este jovem, a instabilidade nos quadros das escolas também não favorece os alunos. “Se o professor estiver 20 ou 30 anos num local irá criar laços com a comunidade, favorece o trabalho de equipa e permitirá uma melhor atenção perante o seu público-alvo.”

A renovação do corpo docente é um problema. “A colaboração intergeracional e a partilha de experiências de professores com idades e trajectos diversos seria muito importante para enriquecer a docência e minorar os efeitos do envelhecimento. A mera presença de professores mais novos é estimulante, quando o processo é feito de forma coerente e não como está a acontecer, lançando os professores mais novos para uma situação de precariedade extrema, precisando de estar em duas ou três escolas para completarem o seu horário”, alerta Isabel Flores.

A investigadora revela que os mais novos acabam também por ser “vítimas de um cansaço precoce e de uma menor abertura para trocar experiências com aqueles que acham ser ‘privilegiados’ por terem lugar no quadro”.

“Outro aspecto que, a meu ver, torna a atractividade do ensino ainda menor prende-se com a aceitação de mulheres em muitas outras áreas profissionais. O ensino viveu durante muito tempo das mulheres que se licenciavam (pouca e muito boas) e iam para o ensino por este ser visto como uma profissão para senhoras. Hoje já não é assim. As mulheres inteligentes são competitivas, e ainda bem, em todas as profissões. O ensino deixou de ser o seu destino. Bom para elas, pior para as escolas.”

As médias para seguir a via de ensino não são altas, o que poderá traduzir- se na qualidade dos docentes. “Costumo dizer que o melhor indicador da capacidade intelectual de um adulto é a média do secundário, já que as médias de licenciatura não têm qualquer sistema nivelador. Se os alunos que optarem por uma via de docência são fracos à partida, se não sabem matemática, nem português nem coisa nenhuma, não podemos esperar que se tornem grandes professores. Daí ser importante atrair melhores alunos para a docência.”

A investigadora considera ainda que “não há jovens nesta profissão, porque a população estudantil está a diminuir e o número de professores que estão no sistema chegam e sobram para as necessidades”. Mas, “quando voltar a haver necessidade de professores, os jovens vão perceber os sinais e voltar a procurar cursos de docência”.

Etiquetas: alunosdesvalorizaçãoeducaçãoensinoestudantesprofessoressociedade
Previous Post

Câmara da Nazaré desiste de zipline devido a contestação

Próxima publicação

66 mortos talvez não cheguem

Próxima publicação
66 mortos talvez não cheguem

66 mortos talvez não cheguem

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.