PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Quando silenciamos grupos, a democracia falha

Sara Araújo, socióloga por Sara Araújo, socióloga
Fevereiro 5, 2021
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

A crise pandémica que herdámos de 2020 não expôs apenas vulnerabilidades biológicas.

Violências estruturais e fragilidades das democracias ocidentais vieram à superfície.

Ao mesmo tempo que vozes progressistas souberam mobilizar-se, o populismo de extrema direita, compatível com o projeto neoliberal e inconciliável com os valores do modelo social europeu, reduziu a complexidade a um discurso monolítico, polarizado e de compreensão imediata: nós versus eles.

Deste “nós” imaginado, que sustenta uma narrativa antissistema carregada de debilidades, são excluídos, com maior ou menor veemência consoante conveniência estratégica, refugiados, imigrantes, ciganos, negros e discursos feministas, antirracistas e anticapitalistas.

Há quem veja nas mobilizações antirracistas mais recentes, onde cabem a polémica das estátuas e outras manifestações, a origem do problema, alegando a polarização que promoveram.

Esse argumento reflete muito mais o privilégio de quem o usa do que a realidade sociológica e a história que nos conduziu aqui.

A polarização só é recente para quem pode escolher virar a cara e não sente no corpo os efeitos da violência estrutural, cujos alvos estão há muito identificados.

A sobrevivência das democracias não passa apenas por pôr fim à violência física e incluir sem saber aprender com a diferença. Passa por questionar as hierarquias que determinam quem conta (a história).

Quando aceitamos uma só narrativa, falhamos coletivamente. É por isso que, em dia de eleições presidenciais, a falta de diversidade dos painéis de comentadores nas nossas televisões não é só um problema das feministas e dos coletivos antirracistas.

Sem uma reflexão combinada a partir de múltiplos lugares de enunciação, seremos incapazes de compreender a complexidade.

O silenciamento de determinados grupos reflete-se em todos/as nós, porque eliminamos variáveis, simplificamos equações e perdemos ferramentas de compreensão do mundo e de transformação social progressista.

Mantem-se a distribuição do privilégio e facilita-se a vida aos que esgrimem argumentos falaciosos, inventando monstros e nomes como “ideologia de género” e “marxismo cultural”.

Pouco antes de 2020 terminar, assisti a um filme que marcou a minha viragem do ano. AmarElo. É tudo para ontem, do incrível rapper brasileiro Emicida, é uma declaração de amor, resistência e luta, que humaniza e fortalece em tempos de separação física, e uma aula de história, onde cabe a complexidade que foi eliminada dos livros.

Este documentário não denuncia apenas o branqueamento da história, devolve-nos pedaços da mesma a partir de um roteiro onde o samba encontra o rap e nós encontramos ativistas, artistas e académicos extraordinários, que desapareceram sob o peso das estruturas patriarcais e coloniais.

Não ganham apenas as figuras prestigiadas. AmarElo mostra um mundo que extravasa a narrativa dos vencedores.

É desse mundo alargado, onde cabem os saberes de quem travou lutas desiguais, que precisamos para defender a democracia hoje.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: opiniãoSara Araújo
Previous Post

Até onde vai o abuso da representatividade?

Próxima publicação

Cultivar a natureza para desenvolver o território

Próxima publicação

Cultivar a natureza para desenvolver o território

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.