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A vida digital dos leirienses nunca esteve tão cheia de opções.
Entre a leitura de notícias no telemóvel logo pela manhã, as séries consumidas em maratonas noturnas e as transmissões em direto de criadores locais, 2025 é o ano em que o distrito passou a embrulhar, sem hesitações, a cultura, o lazer e a própria economia num só ecrã.
A facilidade de acesso é meio caminho andado.
De acordo com a ANACOM, a região Centro usufrui de uma taxa de penetração da banda larga fixa de 93,4 acessos por cada 100 famílias, um valor que também se reflecte nas freguesias de Leiria graças à expansão contínua da fibra óptica nos últimos cinco anos.
A largura de banda média sustentada está, atualmente, acima de 195 Mbps nas ligações fixas.
E isso torna irrelevante a velha queixa do “buffering” quando se assiste a um jogo do União de Leiria transmitido em 4K ou a uma final europeia de eSports.
O que também se reflete no mercado de iGaming, que com uma conexão estável e sites perfeitamente adaptáveis a diferentes tamanhos de tela, conquista muitos fãs de desportos.
Os melhores casinos online também se beneficiaram disso, principalmente em relação aos jogos ao vivo. Os gráficos de alto nível é um dos grandes atrativos dessas plataformas, fazendo com que elas entrem na lista das preferências dos leirienses. Além disso, para os casinos físicos e as empresas locais, a robustez da rede significou poupanças substanciais em deslocações.
As reuniões híbridas e os serviços de cloud deixaram de ser exceção para se tornarem rotina. E se falamos de redes sociais, o retrato nacional ajuda a perceber os hábitos locais. O relatório “Digital 2025: Portugal” indica que o País conta hoje com 7,49 milhões de identidades ativas nas redes, o equivalente a 71,9% da população, e uma taxa de penetração da Internet de 89%.
Estes números desdobram-se, em Leiria, numa realidade visível à simples volta pelo centro histórico. Cafés onde se combina o TikTok com o pastel de nata, livrarias que transmitem apresentações via Instagram e DJs que fazem pré-escuta em direto no Twitch antes de atuarem no Stereogun.
Segundo o OberCom, Facebook e WhatsApp continuam a reunir mais de dois terços dos utilizadores portugueses, mas é o ritmo de crescimento do TikTok que já motiva marcas regionais a produzir vídeos verticais de 15 segundos em vez de anúncios estáticos. Essa metamorfose criou novas rotinas de consumo noticioso.
Houve um aumento de 38% nas audiências vindas de histórias de “swipe-up” no Instagram, fenómeno que levará a redação a investir este ano em formatos audiovisuais curtos, legendados e acessíveis a leitores com deficiência auditiva. Ao mesmo tempo, a proliferação de podcasts regionais, do comentário político à cultura indie, alimenta uma “segunda vida” do áudio.
O Instituto Politécnico de Leiria disponibiliza agora estúdios de gravação de uso gratuito, fator que explica o salto de 27 para 49 programas activos em apenas doze meses, segundo dados recolhidos pela Startup Leiria. Também há o entretenimento interactivo. O crescimento dos videogames multijogador coincide com a disponibilidade de ligações 5G nos concelhos de Leiria, Marinha Grande e Pombal.
Plataformas como a PlayStation Plus registaram, em 2024, picos de tráfego de 120 Gbps na rede da Altice durante lançamentos AAA. Entretanto, os títulos competitivos, Counter-Strike 2, Valorant ou League of Legends, trouxeram de volta a velha expressão “LAN party”, agora traduzida em festivais que combinam torneios, merchandising e workshops de programação para miúdos de quinze anos que nunca viram uma disquete.
A economia criativa também colhe dividendos. Iniciativas como o programa Leiria Fusion juntam empresas tradicionais a startups de realidade aumentada, resultando em protótipos que exibem o castelo da cidade em 3D sobre a mesa do utilizador. O turismo, por sua vez, descobriu que um “reel” bem-medido vale mais do que um folheto.
A campanha “Leiria a 360°”, lançada em março, atingiu 1,2 milhões de visualizações em quatro dias, graças a um desafio de dança filmado no Jardim Luís de Camões e replicado por escolas de dança da Nazaré a Ourém. Já nas salas de estar, o streaming domina sem resistência. As assinaturas conjuntas de Netflix, HBO Max e Disney+ representam hoje 86% dos lares com Internet, indicam estimativas cruzadas da GfK.
