Com o período de limpeza de terrenos a aproximar-se, a GNR colocou em marcha a campanha Floresta Segura 2022, com vista a sensibilizar os cidadãos para a limpeza correcta e em segurança dos seus matos.
Numa acção em A-Do-Barbas, na Maceira, Leiria, na terça-feira, o mestre florestal principal Américo Dias explicou a um grupo de moradores como realizar uma queima em segurança. À mão, avisou, “devem ter sempre um regador com água, uma enxada e o telemóvel”, porque “por muito cuidado que se tenha, a queima pode sempre fugir do controlo”.
Antes de iniciar o fogo, prosseguiu, deve-se escolher um espaço aberto e retirar as ervas à volta dos sobrantes, criando um aceiro. A queima nunca deve ser deixada sozinha a arder e, de preferência, deve ter a acção de mais do que uma pessoa.
“Também é importante controlar as projecções no sentido do vento e ir queimando os sobrantes aos poucos. Sei que dá muito trabalho, mas os maiores incêndios têm origem em queimas”, alertou Américo Dias. Depois de realizada a queima é necessário cobrir as cinzas com terra para abafar e colocar água. “Aí podemos ir embora em segurança.”
O guarda florestal salientou ainda que é proibido queimar outro tipo de resíduos, como madeira, plástico ou lixo genérico e informou que é preciso pedir uma autorização na Junta de Freguesia para a realização da queima. “Mesmo com autorização não podem fazê-la se for um dia de risco elevado ou máximo de incêndio”, salientou.
A GNR, através do Núcleo de Protecção Ambiental, já começou a monitorizar os pontos que necessitam de intervenção dos proprietários, nos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós.
O tenente Francisco Patrício adianta que, após este levantamento, a GNR irá voltar a fiscalizar os locais identificados para verificar se a limpeza foi cumprida, cujo prazo termina a 30 de Abril.
“O objectivo da operação é proteger o património florestal e a segurança de pessoas e bens”, informa ao referir que desde o incêndio de Pedrógão Grande “há uma maior preocupação das pessoas em ter espaços florestais devidamente geridos”.
A GNR é a responsável por investigar as causas dos incêndios florestais em todo o território nacional. Se a origem for negligência a responsabilidade mantém-se nesta força militar. Se a conclusão é uma causa dolosa, o caso segue para a Polícia Judiciária.
Os números
20.171
realização de queimas e queimadas em 2021, menos 574 do que em 2020, segundo dados da GNR. Este ano foram registadas 3.540 autorizações (sem dados do Município de Leiria)
703
ano passado durante a Campanha Floresta Segura. Em 2020 haviam sido 3.417 infracções. Este ano há registo de 448
3
associada a queimas ou queimadas em 2021, mais um do que em ano anterior. Este ano já foi identificado um crime. Quando não há vítimas mortais, na maioria das condenações é aplicada uma pena suspensa, com uma multa