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Home Entrevista

Raul Castro: “A Câmara da Batalha não tem dinheiro”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Novembro 11, 2021
em Entrevista
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Raul Castro: “A Câmara da Batalha não tem dinheiro”
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No distrito de Leiria quatro independentes ganharam as eleições autárquicas. Daqui a quatro anos poderá haver mais movimentos independentes a liderar as câmaras?
Se os partidos se fecharem, é natural que apareçam mais candidaturas independentes. Os partidos deixaram de ser estruturas abertas para ouvir e geralmente só têm grande actividade em véspera de eleições. Hoje o paradigma mudou e é preciso estar em permanente contacto com os eleitores, colher as sugestões e opiniões e, acima de tudo, ter humildade para acolher críticas. Se os partidos não se abrirem e deixarem de ser grupinhos, a defender determinado tipo de interesses cuja prioridade, muitas vezes, não é o colectivo, é natural que surjam mais movimentos independentes.

Quando chegou à câmara que surpresas teve?
Já estávamos preparados face àquilo que se dizia. Portanto, só estamos a constatar que algumas dessas coisas são verdade.

O quê, por exemplo?
Alguma desorganização. Esta terra tinha todas as condições para servir de pivô, assumindo um projecto, mas não é. Vamos querer fazer isso. A desmaterialização do município vai servir de exemplo a muitos outros. Queremos acabar com o papel. Com as novas tecnologias, podemos fazer tudo online. As plataformas existem e o que queremos é chegar a todo o lado, permitindo às pessoas, de uma forma cómoda, ter acesso aos serviços, através de uma senha. Ganhamos com isso mais transparência e mais celeridade, que é aquilo que as pessoas muito se queixam dos serviços públicos, que são pesados, burocráticos e demoram muito tempo a responder.

E em termos financeiros como encontrou a câmara?
Com alguns problemas. Ainda estamos a tatear. Vamos ver o resultado final. Têm surgido algumas pessoas que reclamam ónus financeiros. Também queremos fazer uma auditoria externa. Sempre foi meu hábito, quer quando entrei pela primeira vez na Batalha, quer quando assumi em Leiria. Não há nada a recear, mas quero saber o que é que efectivamente existe, para depois sabermos o que é que temos de assumir.

O facto do anterior presidente ter dito que ia pedir a auditoria, esvaziou a sua vontade?
Não. Veio muito tarde. Já tínhamos isso no programa. Ele quis correr em pista própria e tentar dar um sinal de que ‘eu é que…’

Há dinheiro na Câmara da Batalha, para além de salários e outras despesas correntes?
Não há. A câmara não tem dinheiro. Começa a ser sina minha entrar sempre com problemas para resolver. Tenciono fazer parcerias, até porque sentimos que a população está disponível para isso, e assim talvez consigamos obter resultados. Se estivermos só na posição autista não vamos a lado nenhum. Estamos a ter muita adesão no sector empresarial, nas associações, instituições de solidariedade, para que possamos também ajudá-los a desenvolver e, acima de tudo, provocar aquilo que é essencial: desenvolvimento. Crescimento não significa desenvolvimento. O desenvolvimento faz-se com as pessoas, as pessoas são postos de trabalho e postos de trabalho são empresas. Temos aqui grandes desafios assumidos e temos de reverter rapidamente algumas coisas, como o Plano Director Municipal [PDM] da Batalha. A maior parte das pessoas foram lesadas nos seus interesses materiais e pessoais, com o facto do PDM aprovado em 2015 ter praticamente eliminado mais de 50% da área urbana disponível. Temos muita procura de empresas que querem vir e temos também de olhar para a parte residencial, porque trazer empresas sem cuidar de ter alojamento para os trabalhadores também não é nada bom. Há que desenvolver as duas situações: zonas industriais e zonas residenciais. Quando um concelho tem empresas de relevo nacional e internacional e que está a [LER_MAIS]aproveitar o período de retoma e precisa de mais pessoas para trabalhar, que é outro problema, a verdade é que depois a dificuldade subsiste. Vão ficar a viver onde? Impensável fazer o que já fizeram no País, que foi trazer pessoas de fora para enfiá-los em contentores, o que é uma indignidade absoluta.

A revisão do PDM foi de facto uma das suas bandeiras eleitorais. Quando avança a revisão?
Já reunimos há poucos dias com a equipa do PDM para começar a preparar esta revisão. Faço um apelo aos decisores centrais, que muitas vezes assumem algum fundamentalismo e impedem que haja zonas residenciais adequadas para dar resposta às necessidades e a instalação de novas empresas. Não pode o Governo querer que haja cada vez mais empresários a investir e depois não dá os instrumentos para poderem desenvolver os seus projectos. Temos já meia dúzia de sinalizações de empresários que querem investir na Batalha. Estamos bem localizados geograficamente, temos de tirar partido disto.

Nas campanhas eleitorais habitualmente há muitas promessas, mas não prometeu grandes obras. A Batalha está bem servida de infra-estruturas?
As pessoas têm direito à qualidade de vida e uma delas é ter as infra-estruturas básicas. Uma parte do concelho não tem saneamento. Há sistemas de abastecimento de água com 60 anos. Isto tem que ser objecto de avaliação. É preciso arranjar os meios para poder fazer essas obras. O desenvolvimento das zonas industriais é absolutamente necessário. Este concelho não pode ser castigado no seu desenvolvimento pela Administração Central. Temos uma localização e empresários fantásticos.

Vive na freguesia do Reguengo do Fetal. Portanto, nunca deixou de “pulsar” este concelho. O que está mal na Batalha que considera imprescindível mudar?
A resposta não é fácil. A Batalha não pode ser só o Mosteiro. Na pandemia tivemos a prova que o turismo praticamente desapareceu. Tem de haver outra vida para além do Mosteiro. Há potencial para outras coisas. Estamos a estudar como é que podemos aproveitar as nossas quatro freguesias e todas elas têm condições para proporcionar boa vida às pessoas. Todas elas têm condições para ter indústria. Há propostas para apoiar a zona industrial da Batalha e criar a zona industrial de São Mamede, que há muitos anos é esperada. E temos de criar zonas habitáveis. Isto conjuga tudo, porque se não houver empresas também não há riqueza. Depois não podemos desperdiçar aquilo que tem de mais importante que é a cultura. Não só por via do Mosteiro, mas acima de tudo pelas actividades que começam a querer desenvolver-se, e apostar nas crianças. Temos que fazer uma aposta ainda mais forte do que aquilo que tem sido feito. Os resultados hão-de aparecer, o que queremos é qualidade de vida. Há muitas decisões a pensar em projectos que podem atrair muita gente. Há também alojamento local a desenvolver-se. É bom não esquecer que também estamos aqui perto de Fátima e esta região tem um potencial enorme. O concelho também tem potencial na área da natureza. Em termos de arte urbana, a Torre já começa a ter uma equipa com quem reunimos para fazer coisas. Depois as associações que organizam eventos trazem muita gente atrás. Temos que ir por aí. Vamos fazer parcerias. Dar um apoio a uma associação para estarem a jogar às cartas, acabou. Por que é que a procissão dos caracóis, que se faz em dois sábados, não se faz a semana toda, com eventos sociais? Por que razão é que não vamos mais longe até na classificação imaterial dessa iniciativa?

Poderá aproveitar o facto da Batalha integrar a candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura para atrair mais espectáculos?
Quando se lançou a ideia, o primeiro passo foi fazer o levantamento de todo o tipo de agentes culturais de cada concelho e começar a fazer os cruzamentos dentro da própria rede. Não é por acaso que 26 municípios manifestaram o seu interesse. Pode-se aprofundar para haver mais. É portanto uma forma barata de pôr a cultura a produzir para a população dos 26. A aposta é por aí.

Espera que Leiria vença?
Espero que se concretize. Estamos a defender o interesse da nossa região que tem um grande potencial. Aqui há três áreas fundamentais para o desenvolvimento da região: Monte Real, a simples troca do nome de Instituto Politécnico para Universidade Politécnica e a nova linha ferroviária entre Lisboa e Porto, para passar em Leiria, que está assumida. Na qualidade de deputado falei muitas vezes no Politécnico e nunca consegui perceber por que é que não se dá a alteração do nome. Quanto a Monte Real, quando saí tinha havido uma determinação do Governo publicada em Diário da República para fazer o estudo da libertação do espaço aéreo. Houve um grupo de trabalho constituído. Aquilo que nos disseram desde o início era que não contássemos com o dinheiro do Orçamento do Estado. Mas havia cinco empresários da região disponíveis para assumir o desafio.

E uma operadora?
A questão não é essa, o importante é fazer as obras que são necessárias. O investimento não é muito elevado, há que melhorar as condições. Não vale a pena pensar numa estrutura nova. Com cerca de 30 milhões, e se for bem gerido se calhar nem é preciso tanto, fazem-se as obras. Não queremos massificar. O estudo está feito para dois milhões de passageiros, um milhão que aterra e outro que descola. Para a região era fantástico. Hoje está reforçado, porque o presidente da Câmara da Figueira da Foz é Pedro Santana Lopes e defende Monte Real. O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, também esteve no Fórum [Leiria]. Sabem que ficam a ganhar e que é uma estrutura barata. Não é interesse de Leiria ou da Batalha é para toda a região. Isso vai ainda influenciar a capacidade de oferta de hotelaria. Não pode chegar aqui um avião com 200 pessoas e dormem onde? Temos de nos organizar nessa matéria.

O que é que o presidente da Batalha vai fazer relativamente a esses três eixos tão importantes?
O eixo da ferrovia foi assumido pelo actual ministro e faz parte do plano ferroviário nacional, portanto contamos que as coisas possam andar. A questão da universidade, quase que podia dizer que é uma birra de alguém. Não faz qualquer sentido. No que for possível vamos manter essas batalhas. A conclusão que começo a tirar é que a nossa região incomoda muita gente. Se estas três situações funcionarem e não houver fundamentalismos, isto é viável. Monte Real não vai conflituar com a Força Aérea e até lhe permitiria ter alguma receita, porque tem uma taxa de descolagem e de aterragem. Há centenas de casos de utilização mista e não entendo porque é que aqui às vezes parece que é uma coisa do outro mundo. Para o futuro da região é importantíssimo, até porque se começa a notar alguma tentativa de regionalização, convinha que não perdêssemos o comboio.

Vai pôr-se ao lado do presidente da Câmara de Leiria nesta luta?
A minha relação com ele é institucional, portanto, naquilo que for a defesa dos interesses da região darei o meu apoio. Pode é não querer.

A relação com Gonçalo Lopes deteriorou-se. Como vai ser a vossa convivência na Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL)?
O institucional há-de sempre funcionar. Tenho idade suficiente para merecer mais respeito e consideração por quem é alguém à minha custa, por quem da noite para o dia se transformou, por alguém que herdou uma câmara com muito dinheiro e que não está a ser aplicado naquilo que era fundamental. Deixei dinheiro para se fazer um multiusos. Se quisermos fazer um evento internacional num espaço fechado não dá. Entendeu de maneira diferente, está no seu direito. Foi pena ter-se gastado dinheiro a fazer um projecto. Mais uma vez mantemos a bandeira da única capital de distrito sem uma infra-estrutura multidisciplinar. Isto é crítica do ex-presidente da Câmara de Leiria.

Ficou surpreendido com algumas das atitudes do seu número 2?
Fiquei surpreendido com atitudes tomadas até antes de ter o lugar, a partir do momento em que soube que estaria na disposição de sair. Não esperava. É preciso ter poder de encaixe para assumir as críticas. A verdade é que fez uma intervenção na Av. Heróis de Angola, que merecia outro tipo de tratamento. As pessoas que já riscaram os carros naquelas floreiras devem estar satisfeitíssimas. Deixei alguns legados positivos. Não quero dizer mais nada, nem estou a puxar dos galões, porque quem me conhece sabe como sou. Fazemos as coisas de acordo com as expectativas dos nossos munícipes. Temos de ter sempre presente que estamos de passagem. Quando se perde a humildade é muito complicado.

De quem foi a proposta de Paulo Batista Santos para 1.º secretário executivo da CIMRL?
Gonçalo Lopes.

Mas votou favoravelmente.
É fácil explicar. Quando se pôs essa questão, tinha sido abordado previamente por um colega autarca no sentido de apoiar. Disse que não, porque se a pessoa fosse competente ainda era hoje presidente da câmara. Para haver dois secretários era preciso um voto por unanimidade. Depois de ter assumido a defesa da secretária Alcina Costa, que desenvolveu um excelente trabalho, dei o benefício da dúvida. É passar um cheque em branco a uma pessoa que me garantiu que não se metia em mais nada da política. Agora também terá um escrutínio. No dia em que sentir que falhou tem de haver logo o confronto.

A proposta foi uma afronta para si?
Foi uma afronta pública e assumi logo isso. Tive oportunidade de fazer uma declaração de voto, o futuro dirá quem tem razão. Às vezes até me perguntam na brincadeira onde é que vou concorrer a seguir, porque quem concorre contra mim, logo a seguir tem um ‘tacho’. Aconteceu quando vim para a Batalha a primeira vez e o então presidente perdeu e foi para governador civil. Em Leiria, a Isabel Damasceno perdeu e foi para a CCDR. Agora aconteceu o mesmo com o meu antecessor. Mas isso são puras coincidências. Desejo a todos que tenham os maiores sucessos, porque podemos beneficiar disso. Se as pessoas quiserem extremar posições, é nova batalha.

Perfil
De regresso à presidência da Batalha
Depois de ter liderado o Município da Batalha, entre 1990 e 1997, Raul Castro voltou a assumir a presidência da autarquia, após ter vencido as últimas eleições autárquicas. Com uma vida profissional ligada às Finanças Públicas, tendo sido subdirector geral da Autoridade Tributária até 2002, o autarca sempre lutou por manter as contas certas. A nível académico, é pós-graduado em Gestão Autárquica e em Administração e Políticas Públicas e licenciado em Ciência Política. Foi deputado na Assembleia da República entre 2019 a 2021, depois de ter deixado o Município de Leiria, que presidiu entre 2009 a 2019. Nesta autarquia foi vereador entre 1997 e 2001 e 2005 e 2009. Conta com uma vasta experiência associativa, destacando-se as funções de vicepresidente da Assembleia Geral da Federação de Andebol de Portugal e de auditor da Federação Internacional de Andebol.
Etiquetas: câmara da batalhaentrevistagonçalo lopespolíticapresidenteraul castrosociedade
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