Em discussão estava uma alteração ao mapa de pessoal do município, mas este ponto da ordem de trabalhos da sessão da Assembleia Municipal (AM), realizada na sexta-feira, serviu para o presidente da Câmara de Leiria denunciar comportamentos de funcionários que, no seu entender, não são aceitáveis.
“É intolerável que numa organização de carácter público, como um município, haja quem, por exemplo, em hora de trabalho resolva apanhar banhos de sol num muro da Câmara”, alegando que estava “a pensar no trabalho”, contou Raul Castro, revelando que acabaria por ser movido um processo disciplinar à colaboradora em causa por reiterar o comportamento.
O presidente da Câmara considerou ainda que “não é aceitável” que haja funcionários que, “a cada hora, passem largos minutos a fumar” e outros que façam “o controlo [de assiduidade] de retina e, passados quinze minutos, saiam e nunca mais ninguém os vê”.
“Não me peçam para ser conivente com este tipo de situações ou até com outras mais complicadas”, afirmou, revelando que, durante os seus mandatos, foram levantados quatro processos disciplinares, num universo superior a 600 trabalhadores.
[LER_MAIS] Raul Castro criticou também que se “assuma como direito” atrasos diários de 15 minutos. “Se um dia, por coincidência viessem todos às 9:15 horas, gostava de saber que respostas se davam às pessoas que antes da 9 horas já estão à espera que se abra a porta para serem atendidas”, alegou, frisando, contudo que, apesar de o novo regulamento interno ter acabado com essa tolerância, “as situações imprevistas têm justificação”.
“Não posso pactuar com determinadas situações. À tal dúzia que está muito incomodada [com as medidas], só pedimos que cumpram a sua missão.”
Esta não é a primeira vez que o presidente da Câmara de Leiria tece este tipo de considerações em relação aos funcionários. Já o havia feito na sessão de Setembro da Assembleia Municipal (AM) em entrevista ao Região de Leiria, onde reconheceu, no entanto, que o Município tem “maioritariamente as pessoas a dar o litro”.
Para já, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local – Leiria, não quis tecer considerações sobre o que se passou na última sessão da AM, por não ter ouvido as afirmações do presidente da Câmara.
Isto porque, à semelhança do que aconteceu com outros momentos da AM, essa parte aparece cortada nos vídeos da sessão, transmitida pela primeira vez através do facebook, que registaram alguns problemas técnicos.