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Home Opinião

Reality show à escala mundial

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Fevereiro 19, 2022
em Opinião
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Na semana que passou, debateram-se em Portugal os grandes temas da modernidade.

No dia 7 de fevereiro, fomos surpreendidos com um ciberataque a uma das maiores operadoras de telecomunicações portuguesas.

Este ataque deixou meio país de regresso aos anos 90, sem TV em casa e sem internet no telefone. Uns dias depois, novo ataque cibernético a um laboratório de análises.

No final da semana, foi detido um jovem (aspirante a) terrorista que, segundo dizem, queria praticar um massacre.

Como cereja no topo do bolo, o fim-de-semana foi passado a discutir queixas a propósito dos concorrentes do Big Brother.

Em comum, esta modernidade traz a telenovelização do panorama mediático.

A propósito dos ciberataques, assistimos a diretos perguntando a cidadãos se tinham internet, se conseguiam levantar dinheiro no multibanco, ou se tinham as análises em dia.

Assistimos a diretos à porta das instalações da Vodafone, para embelezar o cenário.

E tivemos até direito à cobertura em direto de conferências de imprensa de responsáveis por cibersegurança da PJ – que tiveram declarações impercetíveis para o cidadão comum.

O aspirante a terrorista teve direito a triunfais conferências de imprensa auto-laudatórias: afinal, fora impedido um massacre de milhares de estudantes universitários.

A complementar os inevitáveis diretos à porta do tribunal, tivemos direito a conferências de imprensa sobre a dark web, entrevistas com os familiares das vítimas, e a revelação do plano de ataque (a fazer lembrar o sketch do Gato Fedorento sobre o crime organizadinho).

Para rematar, no fim-de-semana tivemos uma avalanche de reações sobre comportamentos que serão entendidos como toxicidade relacional num reality show, que motivaram queixas de diversas entidades, reações do canal que emite e muitas notícias e comentários.

Portanto, parece que as centenas de vítimas anuais de violência doméstica tiveram apenas o azar de não estarem a ser filmadas 24 horas por dia.

Estes foram os grandes assuntos da semana – como na semana anterior tinha sido uma criança caída a um buraco em Marrocos, ou a vice-presidência da AR.

Cada dia há um assunto que “ganha tração” e recebe todas as atenções.

Não há nada mais que interesse – excetuando a sempiterna bola, e um ou outro apontamento de reality show internacional, como uma “invasão russa” a fazer lembrar os tempos do Rocky IV.

Não há, na agenda mediática, espaço para mais que um assunto.

E, sobretudo, não há espaço para assuntos que obriguem à reflexão, às nuances, à procura de consensos. Há apenas um constante e eterno reality show.

Repare-se como, com tudo isto, já toda a gente se esqueceu da urgência em haver um novo governo.

Da “irresponsabilidade” dos partidos por não aprovarem um orçamento.

E dos ralhetes do Presidente da República que dissolveu a Assembleia da República porque não era possível estar tanto tempo sem orçamento. Muda o tema, mantém-se a histeria.

Mas o importante é manter a bola no ar, distrair as atenções, entreter o povo. Panem et circenses.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Nuno Reisopinião
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