Foi um bom ano para a reciclagem na região. A quantidade de resíduos recolhidos selectivamente nos concelhos abrangidos pela Valorlis (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós) atingiu o segundo valor mais elevado desde que o sistema foi criado, em 1996.
No último ano, foram enviadas para a reciclagem 11.141 toneladas de resíduos, o que representa um aumento de 11% (mais 1100 toneladas) face a 2017. É preciso recuar até 2010 para encontrar um número superior. Nesse ano, o sistema recolheu 12.600 toneladas, o valor mais alto de sempre registado pela Valorlis.
Foi no papel e cartão que houve o maior aumento. De acordo com dados divulgados pela Valorlis, no ano passado recolheram-se nos seis concelhos 4.858 toneladas desse material, valor que traduz um aumento de 15% (mais 549 toneladas) em relação a 2017.
Também nos ecopontos amarelos, que fazem a recolha das embalagens de plástico e de metal, houve, no último ano, um aumento de material depositado, com a recolha de 2.035 toneladas, ou seja, mais 378 do que em 2017.
No vidro, a subida foi menos significativa. Mesmo assim, recolheram- se 4.248 toneladas (mais 173 em comparação com o ano anterior).
Este esforço de recolha selectiva permitiu evitar o abate de 72 mil árvores e reciclar vidro suficiente para produzir cerca de 12,1 milhões de garrafas de 0,75 litros e metal para fabricar mais de 8,5 milhões de latas de 0,33 litros.
[LER_MAIS] Para Marta Guerreiro, administradora- delegada da Valorlis, o aumento da quantidade recolhida deve-se a vários factores.
“Estamos perante uma população cada vez mais informada e sensibilizada para os temas ambientais e a sua participação foi essencial para alcançar estes resultados”, diz, salientando ainda a aposta da empresa em campanhas de sensibilização “com novas abordagens, nomeadamente, acções direccionadas às escolas e famílias, às feiras e festas e ao comércio e serviços”.
Marta Guerreiro sublinha que, em paralelo, a empresa “iniciou o reforço dos meios e equipamentos de recolha selectiva, de forma a estar mais próximo da população e prestar um serviço mais eficiente”. Por outro lado, frisa, “a produção de resíduos urbanos de um modo geral, acompanha a evolução dos ciclos económicos, facto de deverá igualmente ter contribuído para a situação registada”.
Apesar de considerar que a “deposição selectiva é já uma prioridade para muitos munícipes”, a administradora- delegada da Valorlis entende que “o esforço de sensibilização deverá manter-se”, até porque o PERSU 2020 (Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos) aponta metas “exigentes”.
Na área da Valorlis é definido o envio para reciclagem de 42 quilos por habitante, bem acima dos cerca de 27 quilos alcançados no último ano. Uma discrepância que se regista, aliás, na generalidade dos sistemas multimunicipais.