A Repsol vai entrar no projecto da central de biometano, a construir em Amor, Leiria, um investimento que está a ser promovido pela Genia Bioenergy, empresa espanhola especializada em descarbonização, que já deu início ao processo de licenciamento.
A entrada da Repsol no projecto resulta do acordo para a aquisição de 40% da Genia Bioenergy, negócio que inclui 19 das suas centrais de biometano que se encontram em fase de desenvolvimento, incluindo a unidade de Leiria.
Em comunicado, a Repsol adianta que adquirirá “a totalidade do gás produzido por estes projectos, que consistirão uma plataforma única para criar ecossistemas agro-industriais capazes de dinamizar as economias locais e oferecer soluções para valorização dos seus resíduos”.
Ao JORNAL DE LEIRIA, fonte da Genia Bioenergy salienta que este acordo “significa uma garantia adicional de permanência do projecto [de Amor], já que permitirá não depender de fundos de investimento”.
Na mesma nota, a empresa espanhola destaca a importância do projecto que “será uma ferramenta para a indústria agro-alimentar, os produtores de resíduos, o sector primário e a pecuária em Leiria (e mais tarde noutras localidades portuguesas) para reduzir custos, melhorar a sua competitividade, gerar uma economia circular baseada na revalorização dos resíduos e evitar um maior impacto no ambiente”.
Com um investimento a rondar os 35 milhões de euros, a unidade de biometano prevista para Amor terá capacidade para tratar 400 mil toneladas de efluente agropecuário (suinícola e avícola) por ano.
Segundo dados revelados pelos promotores aquando da apresentação do projecto, a unidade produzirá biogás, que será transformado em biometano, suficiente para suprir “30% das necessidades de gás” do concelho de Leiria, e contribuirá para uma redução de CO2 na ordem das 300 mil toneladas/ano.
Da valorização dos efluentes, resultará ainda a produção de 300 mil toneladas de bio-fertilizantes e o reaproveitamento de água para apoio ao combate aos fogos, rega e uso nas explorações.
O objectivo é concretizar um projecto “transformador” e “um exemplo de sustentabilidade”, que “transformará um problema ambiental em recursos: biogás [a partir do qual será produzido biometano], água reutilizável e composto agrícola”, afirmou Gabriel Butler, CEO da Genia Bioenergy, durante a visita que uma comitiva de Leiria fez, em Fevereiro, à unidade que a empresa tem Córdoba.
Além da unidade de Amor, há uma outra unidade de biometano prevista para o concelho de Leiria, a construir no Coimbrão, pela mão da empresa Molgás e que, tal como a da Genia Bionergy, já tem o processo de licenciamento de actividade em curso.