Em fase de consulta pública até 13 de Março, a proposta de revisão do Plano Director Municipal (PDM) da Marinha Grande foi apresentada nas três freguesias do concelho, tendo merecido críticas em todas elas. “Receamos pela desflorestação de uma vasta área de pinheiro -bravo, pelo desassossego criado com a passagem de pesados e não sabemos que tipo de indústria vai ser instalada naquele local”, diz Franklin Ventura ao nosso jornal.
É com apreensão que o presidente da Junta da Moita verifica, na proposta de revisão de PDM, o alargamento Revisão de PDM gera críticas nas três freguesias da Marinha Grande da Zona Industrial de Casal da Lebre na direcção desta freguesia. Tanto mais que, acrescenta, recentemente [LER_MAIS]uma empresa mostrou interesse na prospecção de areias em Almoinha Velha, o que também preocupou a população.
“Em termos de cérceas e áreas de ocupação, não há plano de pormenor. É um plano pobrezinho. É melhor não ter PDM do que ter um mau PDM”, entende o presidente. Recorde-se que a Moita deixou Alcobaça e integrou a Marinha Grande, em 2001, e ainda não tem PDM.
Em São Pedro de Moel, o arquitecto Frederico Barosa não compreende como se pode elogiar o plano desenhado por Lima Franco, que desde os anos 40 tem vindo a ser protegido e, ao mesmo tempo, rever a expansão urbana da localidade, propondo duplicar os valores de construção permitidos. Teme que a ocupação de zonas verdes por edifícios, de forma desordenada, venha a descaracterizar o lugar. “Não há uma visão para a Marinha Grande. É dedicada à indústria, certo. Mas é preciso que as pessoas tenham qualidade de vida”, observa Frederico Barosa.
Carlos Monteiro, presidente da Associação para o Desenvolvimento Sócio Cultural da Praia da Vieira, lamenta que, com esta proposta, a expansão da Praia da Vieira continue a ser coartada pela Agência Portuguesa do Ambiente e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. “É preciso insistir na negociação com estas entidades e conseguir alguma abertura para crescer de forma organizada”, considera.
“Estamos a fazer uma proposta de revisão a um PDM com 30 anos”, frisa o presidente de Câmara da Marinha Grande. “É o maior desafio que temos”, acrescenta Aurélio Ferreira, notando que este documento espelha a estratégia de desenvolvimento económico.
“Estamos muito satisfeitos com a proposta de revisão do PDM num trabalho alinhado com mais de 35 entidades. Mas nada está fechado”. Sobre a Moita, em concreto, o presidente referiu recentemente, em reunião de câmara, que este plano preconiza apenas 38% de área urbana para a freguesia e que é necessário ampliar a ZI, evitando que mais empresas se fixem em concelhos limítrofes por falta de espaço na Marinha Grande.