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Uma foz de afluentes. Ribeiras e rios desaguam no mar não sem antes permitirem, qual estuário de vistas desimpedidas. É um caudal que ramifica, como as raízes. Fluídas, procuram a água para o tronco do rio que as, neste caso, precede. Serpenteia a sua vegetação à procura de charcos para pousar aves e outros mamíferos.
Aquíferos ricos em vida animal e flora única, provocam a sempre estagnada sensação de causarem espanto a quem avista os seus magníficos espelhos de água.
É uma área conjunta de água. Um arquipélago isolado pelos mares e oceanos de canaviais, às vezes muros de salinas, e algumas árvores que se inundam naquelas, às vezes, imundas e nauseabundas águas.
Ficar parado torna o líquido castanho-esverdeado, código cromático para não potável. Acontece que há quem só tenha desse pântano para beber; ora adaptando-se ora filtrando aquilo que seriam sedimentos e impurezas, obedecendo assim a uma convenção de nojo formalmente aceite, mas que nós designamos como matéria orgânica em suspensão, vital para outros seres vivos, e não para dar vida à própria água.
Cristalino é o olho que espreita no microscópio o que lá habita, nesta ria que é foz, que é conjunto de afluente, que é rio ao contrário. Há um ponto em que o rio passa a ria, antes de ser foz.
Neste caso que descrevemos com enigmáticos hieróglifos hidrográficos, urge dizer que não houve ponte a anunciar. Poderia existir um açude de desmultiplicação de caudal, transformando o leito único de um rio em quantos se quisessem, conforme ideia e engenho, e por certa capacidade de escoamento.
No entanto, a anunciar a ria surge apenas uma placa toponímica, numa das ruas que a atravessa. Nela se inscreve uma data, sem mapa de territórios definidos.
As cheias e as marés irão desbotar as aguarelas dos traçados topográficos precisos, e seria trabalho em vão. Existe uma ria, e ficamos assim. A água tem toda a mesma proveniência, a deste lugar é assim.
