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Roadies e técnicos. De Rammstein aos Moonspell, não há concerto sem eles

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Julho 5, 2023
em Abertura
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Roadies e técnicos. De Rammstein aos Moonspell, não há concerto sem eles
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Estádio da Luz, data única dos Rammstein em Portugal, nove dias consecutivos de trabalho para as equipas da Matrecos Crew, de Leiria, envolvidas entre 20 e 28 de Junho nas montagens e desmontagens do espectáculo – palco, som, iluminação, vídeo, pirotecnia.

João Daniel, um dos sócios da empresa, a quem toda a gente no meio trata por “Janeca”, atende a chamada do JORNAL DE LEIRIA na quarta-feira – a banda alemã só actuaria na segunda-feira seguinte – quando decorre a colocação da estrutura para movimentação de carga sobre o relvado.

Em 25 anos, nunca a Matrecos Crew forneceu tantos meios num único contrato. Chegarão a ser 200 assistentes em simultâneo, a maioria deles com a função de stagehand.

Pela dimensão, a produção dos Rammstein no regresso a Lisboa só é comparável com a passagem dos U2 por Coimbra ou com os Rock in Rio de Espanha, Brasil e Portugal, em que a empresa de Leiria também colaborou.

Madonna e Metallica são outros internacionalmente famosos que constam no currículo de João Daniel. Nem todas as noites é possível seguir o espectáculo que acontece em cima do palco – “já não me lembro do último concerto que vi do princípio ao fim”, comenta – e quando é possível, por vezes em zonas de acesso restrito, mas, sobretudo, quando surge um artista no caminho, torna-se indispensável “saber estar”, “não interferir”, “não opinar”. Ou seja, “nem um autógrafo se pede”.

A nível nacional, a Matrecos Crew – criada à boleia dos Silence 4 e do momento Bryan Adams no estádio de Leiria – também se relaciona com os mais mediáticos. Por exemplo, os Xutos. E, claro, Tony Carreira. “A maior tour nacional na estrada, fazemos todos os concertos dele”.

Entre os músicos portugueses, “os mais velhos são muito tranquilos”, sem tiques de vedetismo. Durante o Verão, a agenda é comida por quilómetros e quilómetros de asfalto. Não há margem para respirar, até meados de Setembro. “Nunca vai haver pausas e infelizmente temos de recusar alguns trabalhos”, comenta o sócio da empresa de Leiria, que fundou com Nuno Cardoso. “Se não, damos em malucos”. Na semana da conversa com o JORNAL DE LEIRIA, o destino é a Altice Arena, e o festival Evil Live, com Pantera e Slipknot como cabeças de cartaz.

“Gosto de andar na estrada, se não gostasse, tinha de mudar de ramo”, diz João Daniel. “São sempre locais diferentes, produções diferentes, não há monotonia”. Mas 25 anos na actividade têm um custo: ausências, estar fora, longe da família. “É preciso gostar muito, ter alguém que nos compreenda em casa”, assinala. “Grande parte das pessoas que trabalham nisto e eu fui conhecendo já se separaram das mulheres”.

Espírito de MacGyver

Os chamados invisíveis da cultura estão entre os profissionais mais prejudicados durante a pandemia de Covid-19 – quando o sector praticamente parou – e abrangem técnicos com diferentes responsabilidades na indústria. As funções de Nuno Filipe, que começou com a Matrecos Crew e actualmente se move como free lancer, incluem preparação dos instrumentos e restante material de som, afinação e assistência aos artistas – geralmente, o que se designa técnico de backline. Ou, como ele próprio descreve, alguém com “espírito de MacGyver”, capaz de improvisar e desenrascar soluções mesmo em contra-relógio e à beira do apito final.

Porque “há muito trabalho na área técnica”, desde há vários anos que o músico de Leiria – actualmente com Sean Riley, antes com Born a Lion, Phase e Allstar, entre outros – acompanha regularmente David Fonseca, D.A.M.A e os Moonspell.

“Saí do palco para o camião”, resume. “Não sou um músico profissional, sou um técnico profissional, apesar de ganhar dinheiro como músico”. O que significa que, em alguns períodos do ano, i’m not there é a expressão que lhe assenta melhor – até porque, segundo conta, já se cruzou com Bob Dylan em Madrid, durante o Rock in Rio. E com Iggy Pop, em Portugal, no Vilar de Mouros.

Na tarde em que falou com o JORNAL DE LEIRIA, Nuno Filipe estava a sair de uma série especialmente exigente: ensaio com Sean Riley na terça-feira em Lisboa, quarta-feira a trabalhar para os D.A.MA. em Santarém, quinta-feira na Polónia com os Moonspell e sexta-feira concerto em Portugal com Sean Riley. “É preciso querer andar nisto”, realça. “Se fosse para todos, estavam cá todos”.

Com os Moonspell, viveu as digressões mais longas: dois meses em 2019 e, mais recentemente, 40 dias na América Latina. “É cansativo e às vezes é doloroso”, reconhece.

Também com a banda de Fernando Ribeiro, experienciou o Hellfest em França, e, num festival na Alemanha, um dos episódios mais insólitos. A minutos de se iniciar o concerto, foi necessário pegar numa rebarbadora e inventar dois pés para a estrutura de suporte da bateria a partir do esqueleto de uma barraca. “Meio número de circo, mas fez-se o espectáculo”.

Tipicamente, “o tempo útil é pouco”, mesmo em jornadas que chegam a acumular 16 horas num único dia. O técnico de backline acaba por ser “uma espécie de bombeiro”, pronto para “resolver ou antecipar problemas”, de maneira a que tudo corra bem aos artistas.

Em 2023, Nuno Filipe deverá ser contratado para cerca de uma centena de datas, consequência da decisão tomada na viragem do milénio, quando os Phase arrumaram os amplificadores e os Allstar se reuniram nos primeiros ensaios. “Decidi que queria continuar ligado a esta cena dos espectáculos, desse por onde desse”. Uma opção com muitos ganhos, apesar da exigência. “Primeiro, não estás todos os dias no mesmo sítio”. E mais: “Vais aprendendo, vais passando por outras experiências”.

Vida na estrada

Quando, nas asas de “A Little Respect”, se deu a “ascensão meteórica” dos Silence 4, também Hélder Monteiro aproveitou a onda para se estabelecer, definitivamente, na primeira divisão da música, em Portugal. “Já andava nisto antes”, explica o técnico de iluminação, natural de Pombal e residente em Leiria, mas, desde aí, sucederam-se as oportunidades nos eventos com mais público, numa longa lista em que se descobrem artistas como Mickael Carreira, David Carreira, Tony Carreira e Agir, festivais como o Kalorama e activações de marcas como a Heineken no Alive, além de convenções da Sonae e inúmeras viagens ao estrangeiro – já no mês passado, com André Sardet em Macau e Fernando Pereira no Canadá.

“Fui à Coreia, fui à África do Sul, aos países da Europa quase todos, à Islândia”, relata ao JORNAL DE LEIRIA, na véspera de arrancar para mais três semanas na rua, com dois festivais no horizonte: o Somnii e o BR Fest. Conhecer “pessoas” e “novas culturas”, acredita, é o melhor que a profissão oferece.

Internacionalmente, “é do conhecimento geral na actividade que os portugueses são reconhecidos pelo seu trabalho e pela sua capacidade de resolver problemas”, considera Hélder Monteiro, que nos dias que correm presta serviços como profissional independente. “Trabalhamos sempre muito com o imprevisto, mas temos de ter capacidade de resolução”. Ou seja, “o espectáculo tem de acontecer”, dê por onde der. Que é como quem diz the show must go on. “É tudo o mais possível preparado antecipadamente”, salienta, mas “mesmo assim, às vezes há surpresas”.

Histórias “não faltam” e “há muita malta de Leiria” nos bastidores. Nos últimos anos, “os cachês não evoluíram muito”, em alguns casos “andou-se para trás”, até. A carga fiscal é alta e a protecção social protege menos do que noutros países, para quem passa recibos verdes, o que sucede com a maioria dos técnicos da cultura. “Não se ganha mal”, diz Hélder Monteiro, mas, por outro lado, sacrificam-se horários. “Não são oito horas de trabalho, às vezes são 24, trabalha-se de dia e de noite”. E é indispensável a capacidade de adaptação: há “muitos egos” e “maneiras diferentes de pensar”.

Depois da pandemia, o volume de solicitações retomou gradualmente a normalidade, mas “falta pessoal” e “está a começar a haver uma crise de técnicos”, porque “muitos foram para fora”, diz o especialista em iluminação. Entretanto, a actividade evoluiu muito nas últimas décadas, com tecnologia cada vez mais potente e complexa e produções ainda mais ambiciosas.

A quem manobra o diálogo de luzes durante o concerto, pede-se, muitas vezes, jogo de cintura. “Na hora, conforme se sente a coisa”. E como em todos os outros lugares na indústria do entretenimento, diz Hélder Monteiro, é preciso “saber estar, desde o rock até à ópera”.

Assistência a eventos: sector vale milhares de empregos
 
Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), as receitas de espectáculos ao vivo na área da música, que incluem datas com artistas estrangeiros, ascenderam em 2021 a 16 milhões de euros, ainda longe dos 98 milhões facturados em 2019, antes da pandemia.
 
Também em 2021, o emprego cultural – que inclui inúmeras outras profissões, não só os técnicos da música – ficou estimado em quase 188 mil pessoas, cerca de 4% do total da economia portuguesa.
 
Na pandemia, mais de uma centena de empresas responsáveis pelo serviço técnico de eventos em Portugal, que alegavam representar, à época, uma facturação superior a 100 milhões de euros por ano, uniram-se para formar a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) e publicaram um manifesto em que anunciavam representar mais de mil postos de trabalho directos e três mil indirectos, entre os quais se encontram técnicos de som, iluminação, vídeo, riggers, stage hands e outros profissionais.
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