A Roca, empresa dedicada à concepção, produção e comercialização de produtos para espaços de banho, estará a ponderar criar um centro logístico junto às actuais instalações da sua unidade de produção, na Ponte da Madalena, no concelho de Leiria.
Segundo o presidente da União de Freguesias das Colmeias e Memória, Artur Santos, já não é de agora a intenção da multinacional em construir uma nova infra-estrutura capaz de servir como “plataforma de distribuição ibérica”.
“Os detalhes são poucos, mas sei que, após um primeiro contacto que aconteceu há algum tempo, os responsáveis da Roca mantêm o interesse. Solicitaram, inclusivamente, apoio para fazer um levantamento dos terrenos e dos proprietários a norte da fábrica, que, depois, foram contactados”, conta.
Aquilo que Artur Santos descreve como um “investimento considerável”, que ocupará, pelo menos, 30 hectares, até já poderia ter avançado, tendo até sido executado um levantamento topográfico.
“O processo esteve praticamente encerrado, mas, devido a dois ou três proprietários, que pediram valores exorbitantes pelos terrenos, não avançou.”
O autarca acredita que a criação do centro logístico seria “uma enorme mais-valia” para o concelho de Leiria, tendo em conta que a Roca é uma empresa que, não apenas dá já emprego a muitas pessoas, como a criação da nova infra-estrutura poderia contribuir para novos postos de trabalho.
“Teriam de vir pessoas de fora para estes empregos, o que aumentaria a necessidade de mais fogos para arrendar”, acredita.
O JORNAL DE LEIRIA contactou a empresa de origem espanhola que respondeu que, “actualmente, não tem qualquer comentário a fazer em relação ao assunto”.
Contrapartidas para a exploração de inertes
Na semana passada, o presidente da União de Freguesias de Colmeias e Memória aproveitou a realização de uma reunião de Câmara na Memória, para reivindicar, junto do Executivo camarário, a criação de um projecto de ordenamento das explorações de inertes na união de freguesias.
Artur Santos lamentou que as empresas do sector primário explorem os recursos minerais “onde querem” e utilizem as estradas das localidades para fazer circular veículos carregados, cujo peso é demasiado para o asfalto.
“Faltam mais vias alternativas. Além disso, há areias espalhadas na estrada e o movimento é tanto que há pó por todo o lado”, adiantou, defendendo que deveriam ser as empresas de exploração de inertes a custear a aquisição de uma máquina para limpar as estradas.
“A riqueza dos recursos naturais sai daqui para ser usada como matéria-prima em fábricas de cerâmica e a areia vai para as obras. Na Maceira, sei que a junta de freguesia recebe 140 mil euros em materiais da cimenteira, todos os anos, ou o valor em dinheiro, caso não os utilize. Não peço nada a que não tenhamos direito”, a firrma Artur Santos.