Recuperar e valorizar são as palavras- chaves do plano de acção que o Município de Leiria, com o apoio técnico Pedro Teiga, especialista em engenharia de rios, está a traçar para o Lis e que vai avançar já no próximo ano. A limpeza de margens, com a remoção de invasoras e a sua substituição por espécies autóctones, e o combate à erosão com recurso a enroncamentos naturais, são algumas medidas previstas numa intervenção que abrangerá cerca de nove quilómetros de rio, entre o viaduto da A8 (na zona da Guimarota) e a foz do Lena, na Ponte das Mestras, envolvendo o troço citadino do Lis. As partes finais da ribeira do Sirol e do Lena também serão intervencionadas.
Durante a apresentação que fez na reunião de Câmara de terça-feira, Pedro Teiga explicou que a intervenção vai também permitir pôr a descoberto focos de poluição do rio, que podem depois ser combatidos com “maior eficácia”. Segundo revelou, a obstrução com vegetação, nomeadamente por espécies exóticas, e descargas de saneamento, provenientes, por exemplo, de ligações “ilegais” e de rupturas nas condutas, são as principais problemáticas do troço a intervencionar identificadas pelo estudo.
“Uma das origens dos focos de poluição são as águas pluviais que, por falhas do sistema, trazem saneamento. O município está a desenvolver procedimentos para resolver o problema. Mas é um trabalho de médio e longo prazo”, referiu Pedro Teiga, adiantando que, entre outras soluções, está previsto o recurso a robot para facilitar a localização de rupturas e ligações ilegais. Questionado pelo vereador do PSD Fernando Costa, o especialista em engenharia de rios manifestou- se convicto que “é possível despoluir o rio Lis”. Advertiu, contudo, que tal “demora tempo” e requer investimento, com a definição e o cumprimento de “um cronograma de trabalho”.
Os números
9
abrangendo troços entre o viaduto
da A8 (na zona da Guimarota) e a fozdo Lena (Ponte das Mestras)
“Espero que, mais do que nunca,o rio Lis seja uma prioridade”, afirmou Fernando Costa. Em resposta, o presidente da Câmara assegurou que esta é, em termos ambientais, “uma das prioridades” do Município, que se compromete a executar “uma estratégia de valorização e limpeza do rio”. Em declarações aos jornalistas, Gonçalo Lopes frisou que, o objectivo das medidas propostas, cujo volume de investimento “ainda não está calculado” – o que acontecerá quando “houver caderno de encargos-, “visam a melhoria da funcionalidade das margens”, com recurso a soluções “ambientalmente sustentáveis e naturais”.
Intervenção na Ribeira dos Milagres
Durante a reunião de executivo, o presidente da Câmara informou que a candidatura que tinha sido apresentada ao Fundo Ambiental para a requalificação da ribeira dos Milagres, não foi aceite, por falta de verbas. No entanto, Gonçalo Lopes garantiu que a intervenção, orçada em 185 mil euros, vai avançar e que será suportada integralmente pelo orçamento municipal. De acordo com informação da Autarquia, o projecto prevê trabalhos de limpeza e de desobstrução das linhas de água, com remoção de infestantes e execução de “troços demonstrativos da aplicação de estruturas e técnicas para a protecção e reabilitação de margens.