Depois de “inúmeras” comunicações a pedir, sem sucesso, à Infraestruturas de Portugal (IP) para intervir nas rotundas das estradas nacionais que atravessam o concelho, o Município de Leiria mudou de estratégia.
A autarquia disponibilizou-se junto da empresa, proprietária das rotundas, para fazer as obras necessárias mas, até agora, ainda não obteve a devida autorização. É caso para dizer que “nem faz nem deixa fazer”, como já referiu o presidente da Câmara.
A IP defende-se, alegando que se encontra a “analisar” a proposta e que está “fortemente empenhada em estabelecer um acordo de gestão” com a Câmara.
“A IP não requalifica. É uma situação que não dignifica a imagem do concelho. Apresentámos uma proposta para nos darem a oportunidade de fazer o embelezamento das rotundas com espécies que não carecem de manutenção, mas não sabemos se vão aceitar”, revelou Raul Castro, durante a última sessão da Assembleia Municipal.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, o autarca justifica a proposta do município, com a “inércia da IP”, com a “falta da resposta afirmativa para avançar com este tipo de trabalhos” e com “o número de anos decorridos”.
[LER_MAIS] A situação arrasta-se há vários anos. No anterior mandato, a Câmara ainda chegou a iniciar trabalhos de requalificação na rotunda da designada estrada da Marinha, junto ao Cinema City, mas foi travada pela IP e pela concessionária da A19, que alegaram que o município não tinha competência para tal.
Em resposta ao pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA, a IP adianta que se encontra “a analisar as soluções apresentadas pela autarquia, para a gestão e manutenção das várias rotundas existentes no concelho de Leiria”.
A empresa frisa ainda que as estruturas “situam-se em vias com diferentes características, quer ao nível do traçado quer ao nível do volume de tráfego, sendo que algumas estão sob gestão directa da IP e outras em vias subconcessionadas”. Pelo que, “as soluções a adoptar têm de ser as que melhor se adequam a cada uma das situações”.
“Os projectos apresentados requerem a análise e validação por parte dos diferentes serviços técnicos da IP, nomeadamente no âmbito da segurança rodoviária”, além de, em alguns casos, “envolverem também a empresa subconcessionária”, acrescenta aquela entidade.