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Se observarmos a cabeça duma criança pequena verificamos que, proporcionalmente ao tamanho do corpo, é enorme, sendo a parte do corpo que menos aumenta de volume. Se (em termos de peso) a compararmos à do adulto, a do recém nascido corresponde a 25%, enquanto que cinco anos depois, já corresponde a 80-90% da do adulto. Não aumentando significativamente de tamanho, tal alteração de peso só pode resultar do aumento do número de células e da espantosa quantidade de conexões que se vão estabelecendo.
É desta intrincada teia de ligações (com cada neurónio fazendo centenas ou milhares de ramificações) que depende a inteligência da criança e a sua capacidade de aprendizagem. Tal como noutros aspectos do desenvolvimento, o do cérebro é absolutamente extraordinário nos primeiros cinco anos de vida. Para isso contribui, de forma decisiva, a alimentação disponibilizada ao cérebro da criança. Os nutrientes essenciais são: (1) em primeiro lugar o oxigénio, como combustível e fornecedor de energia; (2) uma alimentação variada, contendo todas as vitaminas, sais minerais, hidratos de carbono e gorduras necessárias; (3) amor.
Se a actividade física e o ar livre são importantes durante toda a vida embrionária e durante os primeiros anos de vida; se uma alimentação cuidada, natural e equilibrada em função das necessidades da criança é essencial, o cérebro tem necessidade de amor.
Só é bem alimentado quando existem, de forma consistente, interacções afectivas, tendo consequências directas no desenvolvimento emocional, na personalidade, mas também no crescimento da sua arquitectura estrutural.
*Psicólogo clínico
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