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Home Viver

Sal Nunkachov: “Nunca vou editar um PDF. Não é um livro, é um ficheiro com zeros e uns”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Junho 11, 2023
em Viver
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Sal Nunkachov: “Nunca vou editar um PDF. Não é um livro, é um ficheiro com zeros e uns”
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À entrada da Paper View, vemos uma exposição permanente de máquinas de escrever. É importante para a editora, a não utilização de tecnologia de última geração?
É muito mais engraçado. A máquina que tenho lá em baixo, tem 150 anos, se calhar, mais. Há ali máquinas de escrever que têm 30, há máquinas de escrever que têm 40, há máquinas de escrever que têm 70 anos – estão a funcionar. Um computador com cinco anos já começa a falhar. As coisas mais digitais são falíveis e muito pouco estáveis e estão mais na lógica mercantil do capitalismo, do consumo rápido. E eu não gosto muito desse jogo.

No trabalho de impressão e publicação, a Paper View utiliza exclusivamente equipamentos obsoletos?
Não exclusivamente. E gostava que fosse exclusivamente. Mas não exclusivamente por várias questões, muitas delas, até, práticas. Se eu quiser compor um poema em chumbo, demoro, se calhar, dois dias; se o quiser fazer no Word, se calhar, demoro cinco minutos. Temos uma prensa Minerva de pinças, mimeógrafos, duplicadores a álcool, risografia, tudo máquinas com décadas.

Desde a abertura, há ano e meio, quantas publicações já têm a chancela da Paper View?
Mais de 230. Deve estar a bater, rapidamente, nas 250. Fotografia, ilustração, poesia visual e texto. Disto, o que saiu menos foi ilustração. No início, lancei muita fotografia, e agora estou mais numa fase de lançar poesia concreta e visual.

Autores portugueses, mas não só.
Quase sempre não portugueses. A prática da poesia visual em Portugal foi muito situada no tempo e sobra muito pouca gente activamente a fazer. E os que fazem são quase todos dessa altura, ainda lá de trás. Mas tem sido publicado Fernando Aguiar, César Figueiredo, Ana Hatherly…

Há uma rede de comunicação e colaboração que a Paper View estabeleceu a partir de Leiria e que chega a vários pontos do mundo?
A partir de Leiria, na circunstância de eu, fisicamente, existir em Leiria, porque, para o caso, não teria diferença nenhuma ser noutro lado. Por exemplo, 90% é venda online. E, os outros 10%, não é em loja, é em pequenas feiras independentes. A editora é um bocado atípica no panorama nacional, por ser dedicada, quase em exclusivo, à poesia concreta. Se alguém tiver alguma coisa para publicar de poesia visual, à partida, vai falar connosco.

Os autores estrangeiros, muitos deles, são da América do Norte.
Do Canadá, a maioria. O Canadá teve uma escola muito forte de poesia visual. Houve três ou quatro sítios muito importantes onde a poesia concreta e a poesia visual se fez sentir. Embora não haja aqui nenhum movimento, há esse conjunto de satélites, pessoas interessadas nisto, que têm de estar em comunicação, porque se identificam com uma praxis, ou um entendimento base, do que se quer fazer, e uma série de referências em conjunto de que comungam, o que faz com que seja mais fácil o entendimento.

A Paper View funciona como um agregador.
Há uma prática. Dentro da poesia visual, há coisas que eu não gosto muito. Essa selecção, essa edição – realmente, isso é que é ser editor – é que contribui para a identidade e para a própria leitura dos trabalhos. Essa materialização e essa cristalização no tempo, neste caso, num objecto livro, para mim, é a coisa mais maravilhosa que existe. É o que mais me interessa.

Noventa por cento das vendas ocorrem online. Muito para o estrangeiro, também?
Sim. Temos dois ou três clientes regulares em Portugal. E depois há outros. Mas é quase tudo para fora e tenho a certeza que para 50 por cento dos países já foram coisas, talvez mais. O mercado principal é o Canadá, talvez por a maior parte dos autores ser de lá.

Sempre pequenas séries?
Sim, 50 exemplares, 30.

Em texto em português, têm trabalhado com o Filipe Homem Fonseca. Que outros nomes se destacam?
O Henrique Manuel Bento Fialho, estamos a fazer uma coisa com o José Anjos, que sai muito em breve, está quase terminada, e estamos a fazer uma coisa com o Valério Romão, que também deve estar para breve.

E há outras actividades na loja.
Vou retomar os workshops, seccionar o livro em várias partes, portanto, o que é a impressão, o fabrico do papel, o fabrico das tintas, etc. As exposições são regulares, diria que uma vez por mês. Quando há uma exposição, há sempre um lançamento de um livro.

A impressão é um processo que tem tendência a tornar-se mais raro?
Não, muito pelo contrário. A caixa de correio está cada vez mais atulhada, as ruas estão cada vez mais atulhadas de anúncios. A ideia de que a impressão, e de que o papel, está a morrer, é errada. Nunca houve tanta gente a publicar livros como hoje. Esse futuro que nos prometeram não existe.

Enquanto editor, prefere a impressão ao digital?
Nunca vou editar um PDF. Não é um livro, é um ficheiro com zeros e uns. O formato dita a forma e o conteúdo. Sou materialista, adoro o objecto. Há muito pouca coisa que substitua o objecto. É uma relação afectiva, sensorial. Tocar no livro faz a experiência completamente diferente.

A dinâmica que a Paper View vai atraindo é de uma cultura que resiste ao gosto da maioria?
Acho que sim, mas não é a minha preocupação, porque, na realidade, o que eu gostava é que isto fosse o gosto da maioria. Esforço-me por mostrar cada vez mais este tipo de coisas.

Paradoxalmente, a Paper View tem passado relativamente despercebida em Leiria?
Sim, mas a cidade é sempre altamente ingrata para tudo o que não for música. Eu tenho de saber valorizar isto. Há uma responsabilidade minha em saber vender o meu peixe.

Etiquetas: LeiriaPaper ViewSal Nunkachov
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