As quatro piscinas, o restaurante, o bar, as duas discotecas e o salão de festas que compunham o complexo de piscinas da Promoel, em São Pedro de Moel, encerraram há seis anos.
Com o tempo, a degradação apoderou-se do edifício, a praia foi perdendo movimento e os comerciantes perdendo a esperança de ver recuperada a dinâmica que durante décadas marcou o lugar.
Mas, entre o desânimo, há quem diga que as negociações entre a Câmara da Marinha Grande, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a empresa investidora, o Grupo Oliveiras, estão a seguir a bom ritmo e que uma solução pode ser encontrada até ao final do ano.
Atrás do balcão do bar Velho Marinheiro, Sandra Tojeira Santos, de 38 anos, diz que sempre viveu em São Pedro e por isso assistiu ao fecho e à degradação do complexo com muita tristeza.
“Sem piscinas, São Pedro de Moel morreu. Faziam parte da nossa infância, da nossa juventude. E também fazem muita falta aos turistas. O encerramento ajudou a matar o negócio”, considera Sandra.
Esta é também a opinião de Augusto Mateus, de 72 anos, que é natural do Tramagal mas faz praia em São Pedro de Moel há mais de 40 anos.
Recorda que eram sobretudo os seus filhos quem mais usufruía daquele complexo, que trazia movimento à praia durante o dia e durante a noite. Anabela Gonçalves tem 50 anos e reside na Marinha Grande há 18.
Guarda as melhores recordações das pis- cinas, que frequentava com as filhas. “Eram um refúgio” numa praia de mar incerto, lembra a veraneante, que lamenta “o mono” em que o complexo se transformou. Também Helena Pinto, de Lisboa, continua a fre- quentar a praia, mas tem “pena” pelas piscinas onde ia com as netas.
Encerrado desde 2013, o complexo de piscinas que era gerido pela Promoel, tem estado envolvido num impasse. O JORNAL DE LEIRIA apurou que o Grupo Oliveiras terá adquirido o complexo com o objectivo de fazer crescer o empreendimento com apartamentos turísticos.
No entanto, situado na orla costeira, o espaço está sob a alçada da APA, que terá dado parecer negativo ao projecto. Só as reconstruções têm luz verde da parte da agência e o projecto do investidor vai mais além.
Por outro lado, sem essas adaptações o projecto também não terá a rentabilidade esperada pelo Grupo Oliveiras. Luís Vasco Pedroso, que até há seis anos geria o complexo de piscinas, também advoga que o futuro empreendimento que ali seja criado terá forçosamente de se adaptar às lógicas actuais, até porque quando encerrou em 2013 já estava desactualizado.
Ainda bastante próximo de todo este processo, o empresário acredita que, até ao final do ano, ficará esclarecido o que pode e não pode ser feito no local. Depois, considera, “tudo dependerá da vontade do investidor”.
É também com “esperança” que Daniel Mendes, proprietário do café e restaurante Ponto de [LER_MAIS] Encontro vê o futuro das piscinas de São Pedro de Moel. Por um lado, “as pessoas continuam a perguntar pela situação delas” e, por outro, “há movimentações” no sentido de resolver o impasse em que se encontram, nota o comerciante.
A Câmara da Marinha Grande também informou o JORNAL DE LEIRIA que tem vindo a participar em reuniões com ambas as partes e realizado todos os esforços para que o pro- blema se resolva rapidamente, sendo que, salienta, a situação não está na esfera da competência do Município.
Até ao fecho de edição não foi possível ouvir nem a Agência Portuguesa do Ambiente nem o Grupo Oliveiras.