A Unidade de Saúde Pública (USP) do Pinhal Litoral, que abrange os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, está a funcionar com metade dos seus médicos. Quatro dos dez clínicos estão de baixa e o delegado saúde de Pombal, José Ruivo, pediu a exoneração do cargo, deixando as funções esta segunda-feira.
Entretanto, em Ourém, concelho que esteve mais de dois meses sem Autoridade de Saúde após a aposentação de José Martins, a situação já está ultrapassada.
A falta de médicos de saúde pública faz-se sentir em todos os concelhos do Agrupamento de Centros de Saúde (AceS) do Pinhal Litoral, com excepção da Marinha Grande, onde a Autoridade de Saúde se mantém em funções.
Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, na Batalha e em Porto de Mós a situação arrasta-se há várias semanas. Os dois delegados de saúde encontram-se de baixa médica, o mesmo acontecendo com a enfermeira de saúde pública afecta a Porto de Mós.
Já na semana passada, a Câmara da Batalha tinha alertado para a situação, num comunicado emitido após reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil, convocada de emergência pelo presidente da Autarquia, ainda antes da decisão do Governo de colocar o concelho na lista dos 121 municípios que, desde esta quarta-feira, estão em confinamento parcial.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, o presidente da Câmara da Batalha considera [LER_MAIS]“manifestamente insuficientes” os recursos existentes para acompanhar “os cerca de 1.200 casos que estão vigilância” nos concelhos que integram o ACeS. “É humanamente impossível assegurar o acompanhamento e verificar a rede de contactos com os meios existentes. Perde-se o rasto a essas pessoas e aumenta-se o risco de contágio”, adverte o autarca, revelando que “há pessoas identificadas como casos positivos há mais de duas semanas e que nunca foram contactadas”.
Face à “gravidade” da situação no concelho, que tem actualmente meia centena de casos activos, a Câmara da Batalha tomou a iniciativa de “contactar as duas empresas, instituições sociais e famílias do concelho” onde, nos últimos dias, “houve problemas”, com o surgimento de infecções por Covid- 19, para tentar “identificar os contactos que tiveram e disponibilizar testes a essas pessoas”. Além de reclamar mais médicos de saúde pública para a região e mais meios humanos para “apoio à exigente tarefa desses profissionais”, Paulo Batista Santos defende que “o crescimento anormal” do número de pessoas infectadas, exige também “alteração de comportamento por parte da nossa comunidade.
O JORNAL DE LEIRIA pediu esclarecimentos à coordenadora da USP do Pinhal de Leiria e à Administração Regional de Saúde do Centro, mas até ao fecho de edição não obteve resposta. José Ruivo não quis prestar declarações sobre o seu pedido de exoneração.
O Número
10
A Unidade de Saúde Pública do Pinhal Litoral tem dez médicos no seu quadro, para servir os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós. Presentemente, só cinco estão ao serviço. Quatro encontram-se de baixa médica e o de Pombal pediu a exoneração de funções