Promover a instalação de colectores solares térmicos e energéticos e também o uso de biomassa florestal e resíduos florestais como combustível para a produção sustentável de diversas formas de energia final são algumas das muitas medidas sugeridas no Plano de Acção para a Energia Sustentável e para o Clima da Marinha Grande, que foi discutido com vários agentes locais, num workshop que se realizou segunda-feira no Auditório do Edifício da Resinagem e que terá novas sessões em Novembro e Dezembro.
Sofia Martins, engenheira da IrRADIARE, empresa que está a desenvolver este plano em articulação com o Município da Marinha Grande, explicou que os objectivos deste documento são: conhecer e caracterizar a realidade local, fazendo também projecções sobre o futuro, sensibilizar, promover a cooperação a nível nacional e internacional e reduzir as vulnerabilidades em matéria de energia.
Isto porque, até 2100, são previstas grandes alterações no concelho (entre as quais o aumento da temperatura média anual, ondas de calor mais frequentes, diminuição da precipitação, aumento de fenómenos extremos como ventos fortes e tempestades), situações que contribuirão para o aumento dos incêndios, mais problemas de saúde relacionados com a qualidade do ar, mas também danos nas cadeias de produção.
Este documento, realçou Aurélio Ferreira, presidente do município, [LER_MAIS]pretende ser um ponto de partida, a discutir com os players e stakeholders, de forma a aliar a opinião dos técnicos e daqueles que melhor conhecem o terreno. “Não vamos deixar de ser uma cidade industrial. O desafio é ser uma cidade industrial sustentável”, frisou o autarca.
Recursos hídricos, agricultura, floresta e biodiversidade, transportes e infra-estruturas, zonas costeiras, energia, indústria e resíduos, saúde e segurança de pessoas e bens, ordenamento do território, turismo e outras actividades económicas estiveram entre os temas que suscitaram desde logo a discussão entre os agentes locais presentes.
Em representação da incubadora de negócios OPEN, Rui Tocha defendeu que uma das primeiras medidas a realizar é a monitorização do que acontece nas fábricas do concelho, no que à energia diz respeito.
Entende que uma das acções a equacionar é a exploração de painéis fotovoltaicos para auto-consumo; também a criação de transportes mais eficientes que facilitem as deslocações entre os concelhos nesta região; e advogou ainda a necessidade de analisar a qualidade dos resíduos plásticos produzidos pelas fábricas locais, devido ao seu potencial de reutilização.