PUBLICIDADE
O mundo está diferente e o Te-Ato quer funcionar como espelho da mudança. A edição de 2025 do Sinopse – Festival Ator João Moital ambiciona reflectir o pressuposto enunciado por João Lázaro: “As companhias de teatro têm de ir procurar espectadores dentro de uma nova arquitectura social que está a começar a aparecer” e devem ser “pólos de dinamização da cidade” e do “território”, onde “várias correntes de criação se cruzem”.
Dito de outro modo, oito espectáculos – sete com entrada gratuita – e muito mais do que teatro, de 1 a 30 de Março, em Leiria e pela primeira vez na Batalha.
Talvez seja o cartaz do Sinopse com mais ligações a outras artes. “Estamos a tentar, na medida do possível, tocar vários públicos porque cremos que é esta a missão”, comenta o actor e encenador. “O próprio teatro tem evoluído para esta abrangência”. Assim, há música, performance, dança, artes plásticas e, sobretudo, uma ideia que o Te-Ato continua a aprofundar.
A abertura do 12.º Sinopse acontece no sábado, 1 de Março, com um percurso musical guiado pela acordeonista, cantora e compositora brasileira Vitória Faria – início às 11 horas no Mercado Municipal de Leiria e conclusão na Sala Jaime Salazar Sampaio, a casa do Te-Ato, junto ao Terreiro.
A 7 de Março, a Black Box de Leiria acolhe a peça Amanhecer em Berlim, com texto de Ana Lázaro para o pai, João Lázaro, responsável pela encenação e interpretação do monólogo sobre um repórter de imagem que regressa a Berlim, cidade que viu sempre a preto e branco.
Na noite seguinte, 8 de Março, no Teatro Miguel Franco, vai a palco Damas da Noite, uma farsa de Elmano Sancho que explora a presença ou ausência de fronteiras entre realidade e ficção, homem e mulher, tragédia e comédia.
Ainda no mesmo fim-de-semana, João Soares apresenta pela primeira vez ao vivo (8 de Março, na Arquivo) a performance O Meu Corpo, em que o corpo surge como suporte para desenhos, alguns dos quais vão estar em exposição na livraria, e o Mosteiro da Batalha recebe (9 de Março) um concerto do projecto Maiseu, formado por Joana Camões e Miguel Samarão, que vão apresentar temas do EP Asa Negra.
Jacarandá, espectáculo de teatro de marionetas e formas animadas em que a companhia Universo Paralelo procura investigar o lado oculto e misterioso da Natureza, pode ser visto na Black Box de Leiria a 15 de Março (no mesmo dia realiza-se uma oficina de criação de marionetas com materiais recicláveis). E, a 22 de Março, a leitura encenada Diálise, por João Moital, uma tragicomédia em torno do viver e sentir de um cidadão sujeito ao protocolo da hemodiálise, ocupa a Sala Jaime Salazar Sampaio.
O encerramento do Sinopse, em 2025, está marcado para a sede do Rancho Folclórico Rosas do Lena, na Rebolaria, concelho da Batalha, onde a cooperativa cultural Lavrar o Mar levará música e dança com Chão de Meninos, que, segundo a nota de divulgação, “fala da neve que ri” e de “um tapete jardim que nasce de um naufrágio”.
