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Home Opinião

Sobre a padroeira de Portugal

Moisés Espírito Santo, sociólogo por Moisés Espírito Santo, sociólogo
Novembro 26, 2015
em Opinião
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Sobre a padroeira de Portugal
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O próximo dia 8 de Dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal (desde 1640), uma invocação das mais antigas da cultura portuguesa. Vale a pena comparar esta invocação popular com a doutrina católica. Um equívoco. Um abismo as separa.

Para a Igreja Católica, trata-se da «Imaculada Conceição», um dogma proclamado em 1850, segundo o qual «Maria foi concebida sem pecado original», isto é, foi isenta do pecado que todos os humanos arrastam em razão da desobediencia de Adão e Eva no Paraíso Terrestre (não tem relação com a sexualidade).

Segundo a doutrina, Maria foi engendrada como todos os seres humanos, por um homem e por uma mulher, mas teve o privilégio de ficar isenta, desde a sua concepção, daquela mácula original. Aqui começam as diferenças: na doutrina católica, a Senhora «foi concebida», de modo passivo, enquanto o culto popular refere-se (e sempre se referiu) à Senhora «que concebe, que engendra», de modo activo; ela é a «da concepção».

O culto popular a Nª. Sª. da Conceição está atestado, em Portugal, com capelas a imagens, pelo menos desde o séc. VIIIº, sobretudo desde o séc. XIIº. Só dois exemplos: em Alcobaça, a capela da Sª da Conceição é anterior ao mosteiro e a das Brancas (Batalha) já existia no séc. XIVº. Esta Senhora da Conceição popular estava por todo o lado. Por «Nossa Senhora» entendia-se a «da Conceição». Também foi, e é, muito frequente em Espanha mas inexistente Além-Pirinéus.

Na tradição popular, a Senhora da Conceição promovia a criação humana, era a Senhora da Vida. As imagens mais antigas representam-na com um menino ao colo (a Padroeira, em Vila Viçosa, também tem um menino). Era sobretudo invocada pelas raparigas em favor da maternidade, pelas mães em favor das crianças (às raparigas era dado frequentemente o nome «da Conceição»), e pelo povo, em geral, em favor da saúde e da agricultura. Enquanto isso, a Imaculada Conceição representase sem menino, hirta e com ares de submissão. Até recentemente era identificada com a defesa da virgindade das raparigas e com a submissão da esposa ao marido. As duas imagens marcam bem as diferenças.

O culto popular da Sª da Conceição – a que concebe – deriva dum antigo culto dirigido a uma potência criadora, maternal e matriarcal que teve múltiplas fórmulas e a que os etnólogos e historiadores das religiões dão vários nomes: Criadora, Grande-Deusa, Deusa-Mãe, Magna Mater, provedoras da vida. A maternidade – que resulta da concepção/conceição – era a grande preocupação das mulheres, pelos riscos que ela implicava. A mortalidade infantil era avassaladora, assim como os riscos de a mãe morrer de parto. Segundo o historiador E.O. James, especialista das religiões arcaicas, «como pano de fundo histórico das antigas civilizações, as preocupações religiosas tinham sobretudo por tema a fecundidade.

A razão disso era a pressão do problema da sobrevivência que estava em correlação estreita com os azares dos nascimentos de que dependia a continuidade da espécie humana (…). No princípio, o culto da Grande Deusa relacionava-se sobretudo com a maternidade. A mãe, dispensadora da vida, era a personagem actuante à qual dizia respeito a reprodução humana. Depois, com a agricultura, esta ideia estendeu-se ao reino animal e a Terra- Mãe tornou-se o seio onde germinam os grãos». Tal é a origem da Senhora da Conceição popular: uma Deusa-Mãe, a Magna Mater, Senhora da Vida. Esta é que é a padroeira de Portugal. E tal é a diferença relativamente à Imaculada Conceição.

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