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Home Abertura

Sonhar com um lar e viver num quarto

Daniela Franco Sousa por Daniela Franco Sousa
Janeiro 18, 2024
em Abertura
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Jovens, menos jovens, portugueses e estrangeiros, eles e elas deixaram há muito a vida de estudante e estão integrados no mercado de trabalho. Mas o vencimento que auferem ao fim do mês não lhes chega nem para arrendar nem para comprar casa própria.

À medida que os preços da habitação foram subindo, foi-se tornando frequente a partilha de imóveis na região.Fátima, Hélder, Milene e Estafani são alguns dos inquilinos que nos descrevem como é viver num quarto e sonhar com um lar.

Fátima Cordeiro, funcionária pública, de Leiria, tinha mais de 40 anos quando sentiu que estava no momento de sair da casa dos pais. Ainda colocou a hipótese de comprar um imóvel, mas percebeu que “é muito complicado”. Mesmo [LER_MAIS]trabalhando, “não tenho orçamento suficiente”, explica Fátima, que encontrou solução no arrendamento.

“Pago 420 euros por um T2, em Leiria, mas tenho de arranjar companhia para dividir a casa”, conta a inquilina, que se socorre do grupo de amigos e de redes sociais para divulgar o quarto disponível. Sempre que tarda em surgir um interessado, a situação torna-se sufocante. Presentemente, Fátima partilha o imóvel com uma operária fabril na casa dos 30 anos. Mas sabe que a qualquer momento pode perder esse apoio.

Cada uma tem o seu quarto. A cozinha e a sala são áreas comuns. Despesas de água e de electricidade também são repartidas. “Não fumar em casa, desligar as luzes depois de sair das divisões, não mexer nos pertences do outro e respeitar o silêncio nas horas de descanso” são algumas das normas que Fátima instituiu, que “permitem uma melhor convivência e que têm resultado”. Como são apenas duas inquilinas, também a utilização da cozinha e a limpeza facilmente se coordenam.

“Estamos todos à espera que os preços da habitação reduzam, mas estou pessimista. Mesmo assim, prefiro arrendar quarto do que estar em casa dos pais. A dada altura precisamos dessa independência, seja uma pessoa sozinha ou um casal. Só que essa independência é difícil de conseguir em Portugal”, constata Fátima.

Natural de Castelo Branco, Hélder Marques passou a morar em Leiria quando ingressou no curso de Sistemas Electromecânicos, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Dividia casa com outros estudantes. Entretanto, a formação ficou concluída e o jovem, actualmente com 25 anos, que já está empregado há mais de quatro, continua sem condições de deixar o quarto.

“Ainda na semana passada estive a ver casas para comprar”, conta Hélder, que foi surpreendido com apartamentos a custar “200 mil euros e até mais”. Com a namorada a trabalhar e a residir na Sertã, o objectivo do casal era viver junto, fosse em Leiria ou na localidade dela. Se na Sertã os preços da habitação são mais baixos, por outro lado, o emprego de Hélder está por aqui, uma difícil equação que os jovens vão ter de saber resolver. E “embora tenha colegas tranquilos, gostava de chegar ao fim do dia a casa e ter o meu espaço”, confidencia ao nosso jornal.

Enquanto o sonho espera por dias melhores, mantém-se o quarto arrendado por 180 euros, incluindo despesas, uma “pechincha” nos dias que correm, admite o inquilino.

Milene Santos tem 36 anos, é licenciada em Design de Moda, mas nunca teve oportunidade de exercer nessa área. Actualmente, tem emprego numa papelaria, em Leiria, e é nesta cidade que também está a morar, numa casa que partilha com mais três inquilinos. Nos arredores da cidade, onde vivem os seus pais, seria possível encontrar habitação a preço um pouco mais baixo. Mas Milene não tem carta de condução e viver longe do emprego seria um constrangimento para a sua mobilidade.

Arrenda o quarto na cidade por 250 euros mensais, que incluem despesas. “Já me faz alguma confusão não ter um espaço meu e não ter previsão de quando poderei tê-lo”, confidencia a jovem. “Mas se arrendasse casa sozinha, pagava as despesas e não comia.”

O mercado imobiliário tem preços tão proibitivos para a maioria dos jovens, que Milene acredita que muitos namoros e casamentos sejam mantidos “por uma questão puramente financeira”. Mas ter uma relação para garantir habitação própria não é de todo a sua forma de estar.

Milene descreve-se como uma pessoa reservada. Talvez por isso não sinta falta da sala de convívio– convertida em quarto – nem de jantares com amigos. E embora resida numa casa com quatro inquilinos, a utilização da cozinha também tem sido pacífica. Os residentes têm horários de trabalho diferentes entre si, o que facilita na hora de usar o fogão. “Cruzamo-nos pouco. Cada um está no seu cantinho”.

Estefani Santos, de 25 anos, é uma das pessoas que partilha casa com Milene. Natural de São Paulo, no Brasil, Estefani mora em Leiria há cerca de dois anos. Explica que deixou a sua situação de razoável conforto no Brasil para perseguir o sonho de conhecer o mundo. O objectivo é trabalhar para se manter nos locais que pretende conhecer. Com esse propósito, nunca optaria por uma habitação fixa nem cara, justifica Estefani.

Em Portugal, conheceu primeiro Monção. “Era um lugar mais barato, mas era difícil encontrar trabalho. Eu gosto de Leiria porque é uma cidade maior”, conta a jovem. Foi nesta região que encontrou emprego como operadora de armazém e um quarto ajustado a esta sua fase mais inconstante. “O sonho é conhecer a Europa primeiro e depois os Estados Unidos.”

Com turnos de trabalho nocturnos, quase não encontra os outros moradores da casa. A cozinha comum, um quarto e uma casa -de-banho só para si são, para já, suficientes.

Comprar para arrendar
Começou por comprar um imóvel na perspectiva de o tornar casa própria, mas acabou por colocá -lo no mercado de arrendamento. A experiência correu tão bem, que a investidora, natural de Leiria, soma hoje vários apartamentos em Lisboa e em Leiria, que arrenda a um público muito diversificado. Em Leiria, detém três apartamentos, cada um com quatro quartos, todos eles ocupados. Um deles está a ser utilizado por estudantes, outro por uma família e um terceiro está a ser partilhado por vários trabalhadores estrangeiros.

Em média, um dos seus quartos custa cerca de 230 euros, com despesas incluídas. Embora não sejam muito utilizadas, as salas de estar têm sido mantidas nas várias casas. E o serviço de limpeza quinzenal é outro dos benefícios. “Passo recibo em todas as casas”, frisa a investidora.

A empresária recorda que também ela, durante vários anos, morou fora em casas arrendadas. “Sei como é importante estar deslocado e poder contar com essa segurança”. Além disso, “acho que, para os arrendatários, não vale a pena correr o risco de uma denúncia”. Uma vez que os impostos são altos para quem investe, “têm de ser reflectidos no preço dos quartos”, defende.

Contactado pelo nosso jornal, um mediador imobiliário da região corrobora que o mercado de arrendamento em Leiria é hoje procurado por público muito heterogéneo. Os primeiros clientes, no centro da cidade, continuam a ser os estudantes, que arrendam quartos. Os trabalhadores que dividem casa também têm vindo a aumentar.

“Quanto às famílias, sentem cada vez mais dificuldade em pagar rendas de 800 euros, 900 ou mil euros”, observa o mediador. Quem vai aceitando rendas desta ordem ainda são algumas famílias estrangeiras que, “muitas vezes à revelia dos proprietários, colocam mais gente em casa para fazer face ao custo”, verifica o especialista. Uma vez instalados, quando os pagamentos são feitos, por vezes “o crime compensa” e a situação torna-se confortável para ambos os lados, refere o mediador.

Leiria

Oferta de quartos para arrendar subiu 96% num ano

“Arrendar quarto não é só para estudantes”. Esta é também uma “opção eleita por jovens nos seus primeiros anos no mercado de trabalho e em alguns casos até mais tarde”, nota um estudo do portal Idealista. “A actual realidade do mercado de arrendamento português nas grandes cidades faz com que seja complexo para muitas pessoas solteiras ou separadas suportar o custo de uma casa, tornado o arrendamento de um quarto a opção mais vantajosa”, prossegue ainda.

De acordo com dados do portal digital do segmento imobiliário, publicados em Agosto pelo Notícias ao Minuto, a média de idades das pessoas que partilhavam casa em Portugal era então de 40 anos, variando de acordo com a zona geográfica. Santarém era a cidade com a média mais alta, rondando os 42 anos, seguida de Setúbal (40 anos), Braga (39 anos), Porto (35 anos) Lisboa (32 anos), Leiria (30 anos), Coimbra (29 anos), Faro (27 anos) e Aveiro (26 anos).

Os dados do Idealista apontavam ainda que a oferta de quartos para arrendar em casa partilhada tinha subido 71% nos últimos doze meses. “Analisando a oferta de quartos por cidades, verifica-se que o aumento do ‘stock’ foi bastante acentuado no último ano, sendo na sua maioria superior aos 50%. Foi em Lisboa (146%) onde mais se verificou essa subida, seguida pelo Porto (107%), Leiria (96%), Aveiro (67%), Coimbra (50%), Faro (29%) e Braga (10%). Das cidades analisadas, nenhuma apresentou descida da oferta no último ano”, especificava ainda.

 

 

 

 

Etiquetas: aberturaarrendamentocasaimobiliárioquarto
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