Se estivesse ligado ao mundo da arte, o que seria?
A arte, em sentido lato, tem a capacidade única de cruzar e unir linguagens, códigos, temáticas para além, naturalmente, das pessoas. Atendendo a esta dimensão universalista que a arte nos oferece, a música e a escrita reúnem algumas preferências.
O projecto que mais gosto lhe deu fazer
Felizmente tenho o gosto (e o privilégio) de ter colaborado em projectos que me marcaram profundamente. Destaco três: a reconstrução da aldeia da Pia do Urso, em São Mamede, a criação do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e a implementação do Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso. Três projectos distintos, com complexidades de diversa ordem mas que, face ao trabalho de equipas muito válidas, foram possíveis de executar.
O espectáculo/concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
Sou daqueles que acredita que o melhor espectáculo ainda não foi fruído.
O livro da sua vida
Destaco três que reflectem, cada um do seu modo, fases distintas da minha vida. O primeiro – que ainda hoje conservo religiosamente – uma das primeiras edições de Bichos, de Miguel Torga. Li-o, com 12 anos e descobri toda a magia da simplicidade de Torga. A segunda obra que me marcou, diametralmente diferente da primeira, A Viagem do Elefante, de Saramago. Um livro que é acima de tudo, uma metáfora dos homens e da vida. De todas as vidas. Muito actual. Por último, O Deus das pequenas coisas, da indiana Arundhati Roy que recentemente esteve em Portugal. Uma escrita genial em que a inversão da ordem das normas e dos cânones da sociedade nos contagia e desafia.
Um filme inesquecível
Uma História Simples, de David Lynch. Uma travessia solitária e introspectiva pela América profunda, que é também um auto-reencontro na fase final da vida, em jeito de despedida. Um excelente filme e uma das obras de referência de Lynch.
Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
[LER_MAIS] Tenho dificuldade em responder, atendendo à dispersão e diversidade da música que aprecio.
Um artista que gostaria de ter visto no Teatro José Lúcio da Silva
Uma produção teatral que juntasse na mesma peça a eloquência do Pedro Oliveira (O Nariz), a sensibilidade em palco de João Lázaro (Te-Ato) e a irreverência criativa do Frédéric da Cruz (Leirena).
Uma viagem inevitável
Inevitáveis só mesmo aquelas que têm de ser feitas. Viagem marcante, pela paisagem única e pela diversidade do património e dos costumes, a Irlanda.
Um vício que gostava de não ter
Roer as unhas, para citar apenas um. Mas tenho mais.
Um luxo
Acho que não tenho luxos. Cultivo até um certo modo de vida regrado.
Uma personalidade que admira
Gandhi pelo percurso de vida e pelos valores humanistas que defendeu. Barack Obama por ter renovado totalmente a mensagem política e até mesmo o modo de a difundir.
Uma actriz que gostasse de levar a jantar
Simone de Oliveira. Uma senhora que continua a ser uma referência na arte de representar do cinema e do teatro do País, com uma lucidez que contagia.
Um restaurante da região
Temos a sorte de Leiria ser a região do País com a melhor oferta gastronómica. De Castanheira de Pera a Porto de Mós e num território marcado pelas influências da serra e do mar, são muitas as opções válidas.
Um prato de eleição
Bacalhau, leitão e, descoberta muito recentemente, a cabidela. Uma verdadeira iguaria.
Um refúgio (na região)
A fórnea, formação geológica impressionante que testemunha a riqueza milenar deste nosso território.
Um sonho para Leiria
Para a Região de Leiria: destacarmo-nos no plano nacional como uma região potenciadora de oportunidades, capaz de aliar a excelência empresarial que já possuímos às novas e emergentes empresas criativas, por forma a estimular o empreendedorismo e a qualificação dos jovens.