A Startup Leiria conta, actualmente, com cerca de 140 empresas incubadas. No ano passado (2022), o número de firmas presentes ascendia a 110.
Segundo o seu director-geral, há um movimento constante de entrada e de saída de “jovens empresas” no ecossistema da aceleradora e incubadora da cidade do Lis.
“Todos os anos, há 40 ou 50 startups a entrar e a sair”, refere Vítor Ferreira.
Algumas conseguem instalações próprias, outras são projectos de origem estrangeira que pretendem avançar em Portugal.
“A Hunter Co. é uma dessas empresas. Trabalha na captação de talento e é um projecto muito interessante. Esteve incubada connosco, contudo, acabou por se retirar do mercado nacional”, recorda o responsável.
Sendo a Startup Leiria uma espécie de “casa-mãe” para empreendedores, onde estes conseguem auxílio e mentorias, é de esperar que a relação que se estabelece possa ser vista como o crescimento no seio de uma família. Mais cedo ou mais tarde, os filhos saem de casa e estabelecem-se por sua conta e risco.
“Como acontece em alguns lares, há alguns filhos que preferem ficar com os pais. No nosso caso, e ainda bem, temos a sorte de ter bons exemplos que vão ficando, como a Sound Particles e a Glartech”, diz Vítor Ferreira.
Metáforas à parte, a quase centena e meia de empresas que se instalaram na antiga incubadora D. Dinis (IDDNET), hoje rebaptizada Startup Leiria, actuam em diversos campos, uns mais tecnológicos e outros mais disruptivos, mas todos apontados a áreas-chave de necessidades da sociedade actual e profissões de futuro.
Tecnologia, Marketing Digital, Inovação Social, Gestão e Software, Alimentação, Desporto, Indústria 4.0 ou Realidade Aumentada são apenas alguns dos ramos de actividade prosseguidos nos Parceiros, a cerca de dois quilómetros do centro da cidade de Leiria.
“Em incubação física, temos mais de 50 empresas nas nossas instalações. As restantes estão em incubação virtual, opção que, por vezes, traz vantagens. É o caso de firmas que não abriram em Portugal, mas estão a ter apoio no desenvolvimento do mercado”, explica o director-geral.
Entre uma das mais promissoras startups de Leiria, Vítor Ferreira elege a Brainr (https://www.brainr.co/), do universo Lusiaves, liderada por Paulo Gaspar, que conta já com cerca de 30 colaboradores e que está a desenvolver tecnologia da Indústria 4.0 e Inteligência Artificial, assente em sensorização e infra-estrutura em nuvem, que permite processos e gestão inteligente em tempo real e em 360º das operações no ramo alimentar.
Além da aplicação no grupo, o objectivo é a comercialização a nível mundial.
Há ainda empresas que apostam na domiciliação em Portugal e a Startup Leiria fornece-lhes essa possibilidade, com uma caixa de correio e morada, uma vez que, a nível europeu, a nossa região permite obter algumas condições vantajosas para o desenvolvimento de projectos especiais.
Startups de Leiria na Web Summit
Foram sete as empresas acolhidas pela Startup Leiria que estiveram presentes na Web Summit, que funciona como uma espécie de montra de ideias inovadoras de negócio, que procuram oportunidades de afirmação e de expansão.
Na edição deste ano, além da Brainr, estiveram presentes a Sound Particles (www.soundparticles.com), que criou um software de som inovador 3D usado no cinema, jogos ou televisão, a Bhout (www.bhout.com), que criou o primeiro saco de boxe com inteligência artificial, a AI Flow Solutions (www.aiflowsolutions.pt), que integra Inteligência Artificial e Machine Learning para a automação customizada de processos, a Hotellab (https://hotellab.io/en/), que combina desenvolvimento na área da gestão de receitas, preços e marketing digital, para cadeias hoteleiras e pequenos hotéis, a Forefront (https://forefront-systems.com/) que desenvolve hardware e software de cibersegurança, e a Spark Plus Tech (https://sparkplustech.com/) que, através de Web 3.0, apoia a criação de produtos, no planeamento, desenvolvimento, marketing e lançamento.
“Fui orador num evento relacionado com o mundo da música, tive reuniões com potenciais investidores, participei em entrevistas de vários órgãos de comunicação e fiz muitos contactos”, conta o CEO da Sound Particles.
Nuno Fonseca sublinha que, mesmo que não se saia do evento com resultados imediatos, eles podem acontecer.
Um contacto de há dois anos, recentemente, valeu à empresa de Leiria um investimento de 1,5 milhões de euros. E a next big idea? O responsável assegura que está “quase, quase pronta”.
Trata-se de uma solução que permitirá som 3D em auscultadores “normais”.