O reforço da presença feminina entre os artistas convidados é uma das novidades da edição deste ano do Stone Art, a realizar de 26 de Agosto a 3 de Setembro, na aldeia do Codaçal, em Serro Ventoso, Porto de Mós.
Ainda a fechar convites, a edição deste ano contará com “21 a 22” pintores, graffiters e escultores portugueses, italianos e um uruguaio, avançou Marco Almeida, curador do festival, durante a apresentação da edição deste ano, realizada este sábado, numa das pedreiras que servirá de palco ao trabalho dos artistas.
Na ocasião, o presidente da Junta de Serro Ventoso, Carlos Cordeiros, expressou o desejo que a presente edição sirva para “afirmar” o evento, que tem levado “centenas” de visitantes à aldeia, onde residem apenas seis pessoas.
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Promovido pela junta, em parceria com empresários do sector da pedra e da associação que os representa, a Assimagra, e apoio da Câmara de Porto de Mós, o evento foi criado em 2021, para ligar a indústria extractiva e a criação artística.
“O objectivo é desenvolver um roteiro de arte em contexto de natureza”, explica Marco Almeida, curador do evento que terá a missão de seleccionar os sítios a intervir. Ainda em fase de escolha, o curador adianta que procurará indicar locais com “escala e dimensão diferentes”, não só nas pedreiras e nos muros de acesso às explorações, mas também em paredes de casas e palheiros da aldeia.
Depois do “sucesso” da primeira edição, que colocou a pequena aldeia no mapa da arte urbana, o presidente da Junta acredita que este será o momento de “confirmação” de que esta “é uma ideia com pernas para andar”, com o autarca a apontar o Stone Art como “um bom exemplo do equilíbrio” que pode haver na extracção de pedra.
“Nas pedreiras do Codaçal temos uma coisa mais negativa, os impactos das pedreiras, e outra positiva, a arte”, alega Carlos Cordeiro.
Essa visão é partilhada pelo presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, que realça “a transformação” que o festival tem promovido no núcleo de exploração do Codaçal, que é hoje “também um espaço de visitação” não só para a população local, mas para pessoas de fora.
“Fala-se disto em várias partes do mundo”, realça Samuel Delgado, proprietário da Rafaéis, pedreira onde decorreu a apresentação do Stone Art. Na ocasião, o empresário expressou a convicção de que o festival “está a mudar a ideia do que é uma pedreira”, um local onde se “explora recursos, mas que traz riqueza para o território”. “O ambiente tem de andar de mãos dadas com a economia”, reforçou.
Na edição deste ano do Stone Art estão já confirmados os seguintes nomes: Daniela Guerreiro, Marita, Tiago Hacke, Trafic, Theic, Trip e Time for The Oniric, todos em mural; os graffiters Bad Trip/Crack, Femar/Kurtz, Other 1/Puro, Raps/Rote/Sen; e os escultores Luca Marovino, RoMP e Daniel Pérez.