A desejada electrificação da Linha do Oeste depende de uma condição que preocupa o presidente do Município da Marinha Grande, admitiu o autarca na última reunião de câmara.
A Infraestruturas de Portugal fez saber que, para modernizar a ferrovia, as passagens de nível não poderão ser atravessadas por trânsito automóvel, explicou o autarca eleito pelo movimento +MPM, quando questionado pelo vereador Orlando Jóia (CDU) sobre o processo de electrificação da Linha do Oeste, que serve o concelho.
Na Marinha Grande, recordou Aurélio Ferreira, existem cinco passagens de nível, situadas na Moita, em Picassinos, junto ao túnel da SB Vidros, junto à Valorlis e na Amieirinha. De todas elas, só esta última [LER_MAIS]serve apenas peões. As restantes, realçou, permitem a passagem de automóveis e, nalguns casos, funcionam como principais vias de acesso a fábricas.
Esta condição não agrada ao presidente, que também não quer, com isto, inviabilizar a electrificação da linha. Nessa medida, observou, a câmara tem de estudar bem a situação e reportar à empresa qual a sua posição.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Aurélio Ferreira disse que as duas passagens de nível que oferecem maior inquietação são a de Picassinos e a do túnel da SB vidros, que ficam em zona urbana e dão acesso a duas áreas muito populosas. Além de condicionar a mobilidade a quem lá reside, estas supressões dificultam o acesso a quem lá trabalha. “Só na SB Vidros laboram 550 pessoas”, repara o autarca.
Este fechamento irá criar um acréscimo de trânsito na Estrada dos Guilhermes, que talvez só um alargamento da passagem subterrânea, junto à Rotunda do Vidraceiro, poderá atenuar, supõe o presidente. “Mas quem assumirá esses custos? Se é a empresa que faz esta imposição, seria legítimo que fosse ela a encontrar a solução”, entende o edil.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) está apreensiva com a suspensão das obras de modernização e electrificação da Linha do Oeste, no troço entre Meleças e Torres Vedras. Segundo o porta-voz da comissão, Rui Raposo, os trabalhos foram parados, tendo sido retirados os equipamentos e máquinas. “É inaceitável que as obras (…) estejam paradas, por decisão do Caldas da Rainha Requalificação da Linha do Oeste preocupa consórcio responsável pela execução do projecto (…), provocando com isto novo adiamento para a conclusão, neste processo que já por si tem um atraso superior a dois anos”. A preocupação, sublinham os elementos da comissão é ainda maior devido à divisão do processo de modernização e electrificação em duas partes, uma a sul e outra a norte das Caldas da Rainha.