A engraçada estiagem 2019 tem levado muitos colegas a pensar sobre a efectiva importância do coberto vegetal (entretanto ardido) na nossa climatologia.
A (relativamente) bonita Marinha Grande vem, mais recentemente, sendo fustigada por estranhas aragens oceânicas e algumas neblinas baixas.
O desaparecimento recente de muitas piteiras parece confirmar o triunfo do Atlântico sob o Mediterrâneo, algo que alguns já antecipavam, mas que a maior parte se recusava a aceitar.
Parece mentira, mas a infindável secura estival afasta-se cada vez mais das nossas paragens.
Há até quem fale já num fenómeno de arrefecimento global associado ao ocidente do nosso distrito?!
Tantas vezes na vanguarda de enormes feitos industriais, e de alguns agrícolas, a região parece hoje ceder às enormes forças oceânicas.
Estamos assim claramente em contra-ciclo com o que de mais avançado tem sido feito no campo meteorológico.
Aguardam-se, contudo, estudos aturados sobre este tema importante, que [LER_MAIS] pode colocar em causa, por exemplo, a instalação de hotéis e campos de golfe na zona outrora conhecida como Pinhal do Rei.
Os pinheiros, que tanto apreciam os solos siliciosos, teriam maiores dificuldades em adaptar-se a este novo habitat de ervas rasas, e os ruminantes não teriam, de facto, nada a apascentar.
Estas são algumas das questões que gostaria de ver esclarecidas antes de se declarar uma opção estratégica (de cariz inter-municipal) para esta zona.
É possível que em breve se alterem os conteúdos disponibilizados neste simpático encontro mensal.
Vítima de alguns indivíduos providos de pouca alegria – mas também de mim próprio –, vejome na obrigação de me distanciar das vicissitudes associadas a uma ruralidade (geralmente) mórbida.
Procurando centrar-me em temas de alcance mais generalista, onde se imagina o mundo e região fora dos limites do barracão, do curral, do pomar, ou da horta.
*Investigador