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Tom, Ascenso Belmonte e os outros artistas que pintaram a Ivima na história do vidro

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Dezembro 28, 2021
em Viver
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Tom, Ascenso Belmonte e os outros artistas que pintaram a Ivima na história do vidro
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As galinhas do catálogo de 1901 – fabricadas até ao anos 90 – aparecem no fim do percurso sugerido ao público e resumem a longevidade e omnipresença da empresa e das empresas que a antecedem. “Embora muitos portugueses não conheçam o nome, têm em casa peças da Ivima”, realça Pedro Moura Carvalho, comissário da exposição patente na Marinha Grande que atravessa um século de vidro utilitário e decorativo para homenagear o resultado do encontro entre artistas plásticos e mestres vidreiros.

Histórias da Ivima, inaugurada em meados de Dezembro, é a primeira de uma série de exposições sobre as fábricas da capital do vidro e tem o “objectivo claro” de “pôr a Marinha Grande no mapa do design português”, porque, segundo o coleccionador, investigador e historiador de arte, “é imprescindível o papel da Marinha Grande e tem de ser salientado”.

O circuito desenvolve-se ao longo de quatro salas do Museu do Vidro, começa na época vitoriana e percorre todo o século XX, com destaque para as criações de Jorge Barradas, João Correia, Guilherme Correia, Manuel Piló, Tom (Thomaz de Mello), António Lima, Virgílio Guerra Marques, Margarida de Ávila e ainda Ascenso Belmonte, o primeiro director artístico da Ivima, com uma “capacidade única de misturar cores”, que, na opinião de Pedro Moura Carvalho, “fez algum do vidro de autor mais extraordinário que existe” em Portugal.

Se “muitas fábricas chamavam artistas para desenvolverem modelos diferentes, de decoração ou formato”, com Ascenso Belmonte, por exemplo, a levar desenhadores e mestres vidreiros “até outros centros europeus para verem o que se fazia lá fora”, conforme explica Tânia Martinho, coordenadora do Museu do Vidro, por outro lado, muitos objectos que constam nos catálogos de 1901 “continuaram a ser produzidos até aos anos 80 e 90 na Ivima”.

A exposição comissariada por Pedro Moura Carvalho coloca em perspectiva a qualidade do design português relacionado com o vidro, atestada, por exemplo, pelos copos da CIP (antecessora da Ivima) seleccionados para a primeira exposição de artes decorativas em Portugal, organizada em 1949 por António Ferro enquanto director do SNI – Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, e, mais tarde, já nos anos 50, exibidos no Comptoir Suisse em Lausana e na Exposição Mundial de Bruxelas.

A grande dificuldade no trabalho de investigação realizado até à data prende-se com a insuficiência de fontes. Escasseiam os arquivos e catálogos industriais e as peças raramente estão assinadas. Mesmo as que evidenciam manufactura complexa não têm, na sua grande maioria, a marca da Ivima. Mesmo assim foi possível, explica o historiador, “colocar algumas no nosso espaço geográfico”, do período de Ascenso Belmonte, que se julgava serem originárias de Itália.

As Histórias da Ivima são vários enredos sobrepostos, que a exposição agora disponível no Museu do Vidro procura organizar, com contributos das colecções particulares de Pedro Moura Carvalho, Virgílio Guerra Marques e Fernando Gregório.

A cronologia principia em 1864 com o arrendamento da Nacional Fábrica de Vidros da Marinha Grande (depois de 1954, conhecida como Fábrica Escola Irmãos Stephens) aos industriais conde de Azarujinha e visconde da Graça, que em 1895 iniciam a produção de vidraça e cristal na Fábrica Nova, unidades de onde saíam linhas de gosto tardo-oitocentista e que estão na origem da Companhia da Nacional e Nova Fábricas de Vidro da Marinha Grande, fundada em 1896.

Em 1920, a Companhia Industrial Portuguesa (CIP), do grupo Cuf, adquire a Fábrica Nova, impõe a actualização da produção em harmonia com os princípios artísticos da art déco e garante a colaboração de artistas plásticos como Raul Lino e Stuart Carvalhais, entre outros, que desenvolveram motivos inspirados em temas regionais e no folclore, depois pintados a esmalte em jarros, copos e pratos.

Já nos anos 40 e 50, Thomaz de Mello (Tom) terá sido o primeiro a idealizar peças únicas sopradas e materializadas manualmente por trabalhadores da CIP. Conforme assinala Pedro Moura Carvalho, que salienta a “extraordinária técnica” que alguns mestres vidreiros atingiram na Marinha Grande, “o vidro tem a particularidade de os artistas nunca lhe tocarem”.

Em 1955, por sócios com ligações ao grupo Vista Alegre, é constituída a sociedade Ivima – Empresa Industrial do Vidro da Marinha Grande, que ainda nesse ano adquire a Fábrica Nova. Sob a direcção artística de Ascenso Belmonte, introduzem-se novas técnicas e tendências, que facilitam a exportação para os Estados Unidos e Reino Unido e estabelecem a Ivima como nome maior no panorama do vidro nacional e uma referência nas chamadas artes da mesa, que fornecia os famosos depósitos da Marinha Grande em Lisboa e Porto.

Em 1962, a Ivima, a Crisal e a Vicris constituem a CIVE – Consórcio Industrial Vidreiro Para Exportação, de que a Ivima se desvincula em 1972. Fica outra vez independente no mercado, a trabalhar com clientes internacionais como a francesa Galeries Lafayette e a norte-americana Block China Corporation. É deste período a colaboração com a designer Margarida de Ávila.

Depois de sofrer os efeitos da concorrência da Europa de Leste e da Ásia, e após dificuldades comerciais e financeiras que começam a manifestar-se em meados da década de 80, a Ivima encerra em 1999. No entanto, alguns modelos continuam a ser reproduzidos noutras fábricas e inúmeras peças mantêm-se no quotidiano de muitos portugueses e estrangeiros espalhados pelo mundo, num processo de redescoberta permanente.

“É a beleza da história da arte”, conclui Pedro Moura Carvalho. “Os bons objectos sempre viajaram”.

Etiquetas: exposiçõesHistórias da IvimaMarinha GrandeMuseu do Vidro
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