Após ter-se sagrado vice-campeão mundial de skyrunning pela selecção nacional, em 2022, Tomás Estevães quer repetir o feito este ano, e voltar a alcançar por Portugal o pódio no Campeonato do Mundo de Jovens de Skyrunning. O leiriense de 22 anos foi convocado, pela terceira vez, para defender as cores lusas na prova internacional, que se realiza entre 2 e 4 de Agosto, em Itália.
“A nível pessoal, quero alcançar o melhor resultado possível. O escalão sub-23 é muito competitivo, mas acima de tudo quero terminar as provas e sentir que dei o meu melhor”, afirma Tomás Estevães, que gostaria de “repetir o pódio colectivo pela selecção”.
Foi em Andorra que, no ano passado, o corredor de Leiria alcançou o 26.º lugar no combinado das provas de Skyrace e de Quilómetro Vertical, ajudando Portugal a alcançar o vice-campeonato mundial.
Em 2021, na sua primeira participação num mundial, tinha alcançado o 14.º lugar no combinado. “O local da competição este ano será igual ao de há dois anos, pelo que acaba por ser um local que já conheço e onde sei, minimamente, o que esperar”, refere.
Sobre voltar a vestir a camisola da selecção, revela ser “uma grande felicidade”. “Ainda me lembro de, na primeira prova pela selecção, me virem as lágrimas aos olhos quando ouvi o nome de Portugal por parte do público que estava a assistir. Foi muito bom”, afirma.
Na comitiva portuguesa vão 16 atletas, divididos por vários escalões, com o leiriense a competir no escalão sub-23. A primeira prova do mundial, de Quilómetro Vertical, será no dia 2 de Agosto, numa distância de 3,5 quilómetros, com um desnível positivo de 1000 metros.
No dia 4 tem lugar a prova de Skyrace, numa distância de 23 quilómetros, e um desnível de 2300 metros. “Nesta prova teremos de ‘puxar’ um bocadinho mais, dada a maior distância e desnível, mas tenho treinado para estar em forma e bem preparado”, assegura.
Na preparação para o campeonato do mundo, Tomás treina cinco a seis dias por semana, num total de seis horas. Os locais de treino do leiriense são, geralmente, os mesmos: o Percurso Polis para treinar a velocidade, e as serras da Maúnça e Senhora do Monte para treinar a vertente do desnível.
Considerado um dos principais nomes do trail e do skyrunning em Portugal, Tomás Estevães conta que, apesar de ter começado a praticar andebol e natação ainda em criança, foi a corrida que despertou nele um maior interesse e entusiasmo, quando tinha já 15 anos.
Foi por iniciativa própria que começou a dar as primeiras passadas na corrida, ao participar nas Brisas do Lis Night Run e no Leiria Run, prova onde já conhece bem o sabor da vitória.
Aos 15 anos participou na sua primeira prova de trail e, dois anos depois, surge também o skyrunning, uma modalidade de corridas de montanha que vão até, ou ultrapassam, os 2000 metros de altitude.
“O skyrunning aparece na minha vida por ver que dava a oportunidade aos jovens, até aos 23 anos, de terem um circuito próprio de competição, e pela possibilidade de representar o País e de conhecer outros jovens. No trail comecei a sentir falta disso, de conhecer mais atletas da minha idade, pelo que decidi começar a apostar também no skyrunning, de forma complementar ao trail”, explica Tomás.
Ao longo destes sete anos no mundo do trail e do skyrunning, o jovem leiriense, actualmente atleta do OCS – Arrábida Trail Team, tem alcançado as mais diversas conquistas. Uma das mais recentes foi o título de campeão nacional universitário, na modalidade de trail, em representação do Politécnico de Leiria.
Foi em Maio deste ano que a localidade de Chão de Couce, no concelho de Ansião, recebeu o Campeonato Nacional Universitário de Trail, onde o Politécnico de Leiria participou pela primeira vez, e Tomás Estevães não deu hipótese à concorrência, ao assumir a liderança logo nos primeiros quilómetros.
“Esta prova aconteceu numa altura em que me sentia muito bem fisicamente. Vinha das provas de qualificação para o mundial de skyrunning, e sentia-me em forma. Fiquei muito feliz por sagrar-me campeão com a camisola do Politécnico de Leiria”, salienta o estudante do curso de Desporto e Bem-Estar, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais.
Sublinhando que “o desporto é uma paixão” e um “escape para abstrair do dia-a-dia”, Tomás garante que o objectivo é continuar a prática desportiva, quer seja de forma competitiva ou apenas lúdica.
“Ainda tenho mais um ano como jovem e quero usufruir ao máximo. O campeonato jovem é muito bom, o ambiente é espectacular. Competir depois como sénior poderá ser uma hipótese, mas para já não penso muito nisso. Ainda falta um ano para tomar essa decisão, e quero aproveitar o que ainda tenho pela frente no escalão jovem. Mas é certo que o desporto continuará sempre na minha vida”, conclui.