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Home Sociedade

Trabalhar depois dos 75 anos, com a motivação de sempre

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Junho 6, 2019
em Sociedade
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Trabalhar depois dos 75 anos, com a motivação de sempre
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Já ultrapassaram os 75 anos, mas continuam no activo e nem querem ouvir falar em parar. É o caso de Maria de Lurdes Graça, a alma do restaurante Manjar do Marquês, de Joaquim João Pereira, advogado e provedor da Misericórdia da Marinha Grande, de Lima Bastos, médico dermatologista, de Olímpio Caseiro, presidente do Conselho de Administração da Vipex, de Joaquim Cunha, lojista em Leiria, e de Francisco Frazão, comerciante na Batalha.

Entre as principais motivações para se manterem no activo apontam o gosto pelo trabalho e pelo contacto com as pessoas. Admitem ainda que, quando se tem uma vida tão preenchida, é difícil parar, sobretudo, quando ainda há energia e sonhos por cumprir.

Lurdes Graça: A alma do Manjar do Marquês
Porte elegante, cabelo irrepreensivelmente apanhado, sorriso fácil e uma genica difícil de acompanhar. Maria de Lurdes Graça continua a ser, aos 87 anos, a alma do Manjar do Marquês, dividindo a gestão deste afamado restaurante de Pombal com o filho, Paulo Graça, tal como durante décadas fez com o marido, Evangelista Nunes da Graça: “Cada um com o seu pelouro”. O de Maria de Lurdes é a cozinha.

Acorda por volta das 6:30 horas e vê as notícias, porque gosta de “saber o que se passa no mundo”. Chega ao restaurante entre as 9 e as 9:30 horas, já com encomendas feitas, e fica até por volta das 23 horas, apenas com uma interrupção de uma ou duas horas, antes do jantar.
Uma pausa que começou a fazer depois de uma operação à coluna, há sete anos. “Tenho os ossos numa desgraça, mas ignoro as dores. Não me rendo”, afiança, contando que a família “já desistiu” de lhe pedir para parar.

“Às vezes, quando me sentem mais cansada, pedem-me para ir descansar, mas sem sucesso”, admite, confessando que nem mesmo o susto que apanhou há alguns anos com o coração – para esta quarta-feira tinha marcada a colocação do segundo pacemaker – a fez abrandar.

 Até há pouco tempo, não tinha um único dia de descanso semanal e, nos únicos 15 dias que a casa fechava para férias, permanecia ao lado dos colaboradores, para as limpezas gerais.
Hoje, o restaurante encerra à quarta -feira e Maria de Lurdes respeita a pausa. Aproveita para passear ou almoçar fora com o filho ou com amigas. “Em casa é que não fico. Tenho de ver movimento. De falar e estar com pessoas”, conta.

É também o dia que aproveita para se dedicar aos bordados ou a escrever poesia. Fora isso, só tem tempo para “ir ao cabeleireiro, ao calista e ao cemitério”. “Casei com esta casa”, afirma, com um sorriso, Maria de Lurdes, que entrou no mundo da restauração “por amor a um homem”, Evangelista Nunes Graça, com quem casou aos 28 anos, depois de um longo namoro à distância.

Foi por ele que deixou “uma vida de princesa” em Lisboa. Largou um “bom emprego” na Companhia dos Telefones, as matinés de cinema, as amigas e a família, e mudou-se para Pombal que, em 1960, era “pouco mais do que uma aldeia”, para se ligar ao seu amor de sempre e abraçar o negócio da restauração.

Primeiro com a exploração da Pensão Pombalense, depois com o bar das bombas da Shell, um espaço que rapidamente se tornou pequeno. Acabaria por convencer o marido a apostar numa casa de raiz e, em 1986, era inaugurado o Manjar do Marquês, conhecido pelos seus pastéis de bacalhau, panados e bacalhau frito, acompanhados pelo inigualável arroz de tomate, que Maria de Lurdes continua a confeccionar com o carinho de sempre. “Cozinhar é a minha paixão. Vou fazê-lo até que Deus me deixe.”

Lima Bastos: Médico licenciado em filosofia depois dos 70
A resposta sai-lhe rápida: “Continuo a trabalhar porque gosto do que faço, porque gosto de trabalhar e de falar com as pessoas e pelo proveito económico que tiro da minha actividade, que me permite ajudar a família”.

A caminho dos 78 anos, Ângelo Lima Bastos, médico dermatologista, nunca pensou passar à inactividade, embora tenha abrandado o ritmo. Aposentou-se da função pública aos 66 anos, ao fim de 36 anos de carreira, deixando de exercer no Centro Hospitalar de Leiria, que durante um quarto de século, foi a sua casa.

Mas continuou a trabalhar no privado, primeiro na clínica que montou há mais de 30 anos em Leiria e que fechou no final do ano passado, e mais recentemente na Clínica das Olhalvas, onde dá consultas três tardes por semana. “Foi sempre o que fiz no privado”, conta, reconhecendo que a diminuição da actividade após a aposentação mexeu consigo.

“Nos primeiros tempos, quando passava na rotunda junto ao hospital, ficava comovido. A consciência de que nunca mais voltaria a uma casa onde fui tão feliz tocava-me”, confessa o médico, que admite que esse foi um dos motivos que o levou a matricular-se no curso de Filosofia, após a aposentação.

Aos 66 anos regressou aos bancos da Universidade de Coimbra para cumprir o sonho de se licenciar em Filosofia, concretizado já depois dos 70. “Sou médico, porque o meu pai, que também era médico, me pediu e eu fiz-lhe a vontade. E gosto muito do que faço. Mas, a Filosofia era um amor antigo. Por outro lado, quando começamos a envelhecer, temos necessidade de pensar e a Filosofia faz pensar.”

Desta segunda passagem pela universidade, onde partilhou as aulas com jovens com idade para serem seus netos, guarda as melhores recordações. “O convívio com a juventude foi muito bom. Não praxei, como já não o tinha feito quando cursei Medicina, mas ia a todos os jantares de curso. Só não bebia tanto como eles”, graceja o médico, nascido em Fiães da Feira, Aveiro.
Viúvo há vários anos, reencontrou o amor, com uma antiga colega do curso de Medicina, que conheceu há mais de 50 anos. “Uma companheira muito boa, de quem gosto muito”, declara-se.

Joaquim Pereira: Aos 80, entre a advocacia e a Misericórdia
O dia de Joaquim João Pereira, advogado e provedor da Misericórdia da Marinha Grande, começa por volta das sete da manhã, hora a que habitualmente se levanta. Faz “cinco minutos de ginástica” e, por volta das 7:45 horas, já está a entrar num dos estabelecimentos da irmandade. Alterna entre um dos dois lares de idosos e o centro infantil.

 [LER_MAIS] Chega ao escritório, virado para a mítica Praça do Vidreiro, pelas 8:30 horas, e sai já depois das 19 horas, mas, não raras, a jornada continua após o jantar, com reuniões da Misericórdia ou de algumas organizações da Igreja às quais está ligado. As manhãs de sábado e de domingo são, muitas vezes, passadas no escritório, terminando, invariavelmente, num dos lares da Misericórdia, onde ajuda a servir as refeições aos utentes.

“Sempre tive esta fibra. Habituei- -me a um determinado ritmo. Tive períodos durante os quais trabalhei 15 a 16 horas por dia, com várias ocupações. Agora, trabalho menos: nove ou dez horas. Parar seria o fim. Sinto que ainda tenho capacidade e vontade de trabalhar não me falta”, afirma Joaquim João Pereira, de 80 anos, que, a par de advogado e de provedor da Misericórdia, cargo que exerce há 26 anos, foi também gestor e administrador de várias empresas e autarca.

Liderou a Promoel, empresa que explorou as piscinas de São Pedro de Moel, esteve como sócio na Grandupla e na Ivima, foi deputado municipal durante 16 anos e cumpriu um mandato como vereador e outro como presidente da concelhia local do PSD.

“O que mais me tem preenchido? Sem dúvida, a Misericórdia, pelo trabalho social que desenvolvemos e pelo crescimento brutal que a instituição teve. Quando cheguei a provedor, tínhamos oito funcionárias e 12 utentes. Agora, temos mais de 200 trabalhadores e assistimos perto de 700 utentes nas várias valências: dois lares de idosos, um centro infantil e uma unidade de cuidados continuados, com a segunda em construção”, diz, com indisfarçável orgulho.

Natural da Guarda, Joaquim João Pereira esteve no primeiro grupo de militares formados na Base Aérea de Monte Real. Foi nesse tempo que conheceu a esposa, residente na Marinha Grande, acabando por se radicar nesse concelho. Findo o serviço militar, trabalhou na Caixa Vidreira, na Caixa de Providência em Leiria e na Inspecção de Trabalho.

Aos 24 anos matriculou-se em Direito. “Fiz todo o curso sem ir a uma aula. Comprava os livros, estudava e fazia as frequências e os exames. Demorei cinco anos e meio”, conta o advogado, que chegou a ter em mãos “cerca de 70% dos processos da Comarca da Marinha Grande”. Hoje, já não aceita todos os casos, mas mantém “a mesma dedicação”. “Não sei fazer de outra forma.”

Francisco Frazão: “ Continuarei até a saúde mo permitir”
É nas traseiras do estabelecimento que naquele final de tarde encontramos Francisco Frazão a carregar um rolo de mangueira a uma cliente. Dirá, mais à frente, que a energia “já não é a mesma”, mas a avaliar pela facilidade com que manobra a encomenda, não tiraríamos essa conclusão.

“Disfarço bem”, graceja o comerciante, proprietário do Chico do Centro, estabelecimento de venda de materiais de construção e bricolage, localizado na Batalha. Em tempos, funcionou também como mercearia.

A caminho dos 78 anos, Francisco Frazão não pensa, para já, em deixar o activo. “Um negócio desta dimensão não se passa de qualquer maneira. Continuarei até a saúde mo permitir. Até porque gosto do contacto com as pessoas”, diz o lojista, que começou a trabalhar aos 11 anos, numa tasca na Praça da Mouzinho Albuquerque. “Carreguei milhares de canecos de água de uma fonte que exitia perto do Mosteiro. Naquele tempo não havia água canalizada.”

Depois disso, ainda passou pela construção de estradas, mas acabou por regressar ao comércio, para trabalhar na casa António Moniz Ramos, localizada naquela praça. Foi aí que trabalhou 46 anos, “dez como empregado e 36 como dono”, depois de comprar o negócio, à sociedade com outro colega. Mais tarde, vendeu a sua parte e abriu o Chico do Centro.

“Gosto do que faço. Se assim não fosse, mais valia estar quieto”, afirma o lojista, que está também ligado à Conferência de São Vicente de Paulo, organização da qual é presidente, ininterruptamente, desde 2002. Cumpre ainda o segundo mandato como provedor municipal, integra o grupo coral da igreja paroquial da Batalha e frequenta o Conservatório de Música de Ourém-Fátima. “Tenho as minhas dificuldades. Há 11 anos fui operado ao coração e já vou no segundo pacemaker. A força já não é o que era, mas compenso essa dificuldade com força de vontade e querer.”

Joaquim Cunha: Trabalhar para “manter a convivência”
Aos 77 anos, Joaquim Cunha resiste como comerciante no centro histórico de Leiria. Já viu muitos negócios abrir e “muitos mais” a fechar. E o seu – a Casa Fundão, localizada no Largo Paio Guterres -, só ainda continua de portas abertas porque Joaquim se recusa a ir para casa.
“Continuo a trabalhar para me distrair e manter a convivência com as pessoas”. Os clientes já são poucos. “Vende-se alguma retrosaria, mas tecidos quase ninguém procura. Já não se manda fazer roupa”, constata, interrompendo a conversa para dispensar um rolo de linhas a um cliente, o segundo daquela manhã.

Longe vão os tempos em que a Casa Fundão – e “outras do género” – ,vivia num corrupio de gente. Vendiam-se tecidos, linhas, calçado. Era assim quando, com apenas 13 anos, Joaquim Cunha, nascido no Azambujo, aldeia próxima de Leiria, ali começou a trabalhar.
Interrompeu a actividade para fazer o serviço militar, em Moçambique. Quando regressou, voltou ao comércio, trabalhando nos armazéns José Jacinto, também no centro de Leiria. Em 1968, regressou à Casa Fundão, onde se mantém até hoje. “Ficarei enquanto puder”.

Olímpio Caseiro: Continuar a sonhar aos 79 anos
Quem também não pensa em parar é Olímpio Caseiro (na foto), presidente do Conselho de Administração da Vipex, empresa da Marinha Grande que se apresenta como “arquitecta” de plásticos.

Aos 79 anos, diz que já cumpriu o sonho que tinha, quando nos tempos de juventude se levantava de madrugada para trabalhar no campo: “Ser um grande industrial e ter uma boa família”. Mas ainda continua a sonhar.

“O que ambiciono? Viver e fazer viver bem”, responde o empresário, que acredita que parar de trabalhar seria “o princípio do fim”. “O ritmo não é o mesmo, mas a motivação continua a ser a de sempre”, garante.

Entra na empresa todos os dias às 8 horas e sai por volta das 19 “ou depois” e é raro o fim-de-semana que não passa pela Vipex. A rotina só é interrompida pelas viagens de negócio, que continua a fazer para se manter “actualizado”.

“Nunca fui um comercial. Sou um financeiro. Mas gosto de estar a par da evolução do sector”, conta Olímpio Caseiro, natural de Marinha das Ondas. Foi, aliás, nessa aldeia do concelho da Figueira da Foz que começou a trabalhar, com apenas 13 anos. “O padre e o professor pediram ao meu pai para me deixar estudar, mas ele não cedeu. Fui para o campo”. Contudo, a dureza do campo não lhe cerceou a capacidade de sonhar. Pelo contrário, alimentava-a.

Com a vontade férrea de “ser alguém”, tirou um curso de contabilidade por correspondência, que mais tarde lhe valeu um emprego num escritório na Figueira da Foz. Depois, a convite de um amigo, veio trabalhar para num gabinete de contabilidade em Albergaria-dos Doze, Pombal. Casou aos 21 anos e mudouse para a Marinha Grande para trabalhar na INA – Indústria Nacional de Plásticos, com uma quota de 10%.

Venderia depois essa participação e, com o dinheiro, fundou a Vidroplás, com outro sócio. Em 1990, adquiriu a totalidade da empresa e nasce a Vipex, que hoje emprega cerca de 200 pessoas e que, no último ano, teve um volume de negócios superior a 13 milhões de euros. “Tenho uma vida de que me orgulho."

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