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Home Viver

Um violino no telhado

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Agosto 26, 2018
em Viver
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Nasceu no sul de França, filho de mãe checa, lembra-se de a escutar ao piano e de viajar até Praga nas férias escolares, estudou em Inglaterra na Newark School of Violin Making, dedicou-se ao voluntariado na Índia e vive, desde 2007, no Bairro Alto, num ateliê-residência, junto ao Conservatório Nacional de Lisboa, à Rua Nova do Loureiro, que troca aos fins-de-semana para se refugiar no Casal Duro, aldeia escondida nos solos calcários da serra de Aire, concelho de Porto de Mós, onde há sete anos está a construir o próprio abrigo, das paredes ao telhado, pedra sobre pedra.

Thibaut Dumas, o luthier para quem a música é emoção e comunhão, chegou a Portugal com o dinheiro da venda do primeiro violoncelo: tinha 6 mil euros e uma vaga à espera na oficina de Christian Bayon. A julgar pelo percurso que o traz de Cabrières d'Avignon até à freguesia de Alqueidão da Serra, se fosse um violino, seria provavelmente um Guarneri, mais do que um Stradivarius.

"As pessoas dizem que um Stradivarius vai ser muito doce, melodioso, o Guarneri vai ser muito mais temperamental, fogoso, como um cavalo que não foi adoptado", explica. Os profissionais do restauro e construção de instrumentos de cordas e de arco, como ele, são raros em Portugal e a maioria nasceu no estrangeiro.

Mas Thibaut Dumas identifica-se com os portugueses e sobretudo com os vizinhos de Casal Duro, que todas as manhãs lhe batem à porta, com ofertas da horta e palavras simpáticas. Descobriu a povoação por mero acaso, numa viagem de trabalho entre Lisboa e Torres Novas – e é ali que planeia o futuro, idealmente com as condições certas para acolher residências artísticas, dinamizar workshops e manter a actividade de artesão do som.

Final da manhã, calor mesmo à sombra no Casal Duro, o luthier e músico natural da Provença  [LER_MAIS] que desde 2010 trabalha por conta própria está sentado à porta de casa, a ensaiar a lenda de Giuseppe Guarneri, italiano de Cremona, falecido em 1744, cuja mestria fundou uma das três principais escolas de construção de violinos.

"Diz-se que na prisão usou uma colher para construir um violino e que o deu a uma menina para entregar ao Stradivari. Quando o Stradivari teve o violino nas mãos, descobriu quem o tinha construído. E então deu dinheiro para libertar o Guarneri".

Cada violino tem um bocadinho de quem o desenhou e esculpiu com as próprias mãos, acredita Thibaut Dumas. Não é uma ciência exacta, mas funciona. Dos blocos de madeira em bruto, habitualmente abeto e acer, só em matéria-prima cada projecto começa nos 800 euros, até ao verniz final, passando pela construção da frente superior, costas, ilhargas e braço, há um elemento que passa do criador para a criação, entre ângulos, forças e cortes.

E que influencia a personalidade e o timbre, que se altera com o passar do tempo, durante décadas. "Se tiveres um instumento muito fino, vai ter só uma maneira de falar [berra]. Com um bocadinho mais de espessura, vais poder afastar-te do cavalete e chegar a um tom mais quente".

Ouvido educado, afinação, precisão, concentração, experiência, tudo é necessário para o sucesso do luthier, mas tanto como a caixa de ressonância e a tensão das cordas, há uma espécie de ingrediente invisível a manifestar-se. "A música é uma coisa de paz, que podemos comunicar, partilhar, com diferentes origens e pensamentos, em comunhão", afirma.

Em Lisboa, Thibault Dumas aprecia o encontro de culturas, a famosa luz, mas há um pedaço do coração que já tem amarras no Casal Duro, onde encontrou tranquilidade, empatia e uma paisagem que lhe lembra a França em que cresceu.

"Gosto que seja assim um bocadinho selvagem, acho a energia aqui boa". Há sete anos que está a mudar a face a um edifício central para habitação e a dois palheiros, adquiridos praticamente em ruínas.

Como quem restaura aquele violoncelo do século XVIII construído por Joachinus Josephus Galram, o seu trabalho mais relevante até à data. Se no Bairro Alto tem os clientes – profissionais de orquestras, estudantes, amadores – e também em Lisboa os companheiros da banda jazz Swing na Guelra, é no Casal Duro que estão as notas de uma próxima sinfonia.

Com o violino que o acompanha desde as primeiras aulas aos sete anos de idade.

Etiquetas: luthierthibaut dumas
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