Quem vende e quem compra no mercado municipal da Nazaré reclama obras urgentes naquela infra-estrutura. A degradação da cobertura e dos esgotos estão entre as principais reclamações expostas por vários utilizadores deste equipamento ao JORNAL DE LEIRIA.
Isabel Isidro tem 73 anos e sempre vendeu no mercado municipal, onde diz assistir à deterioração das condições onde trabalha. Juntamente com o esposo, aponta para o facto de ainda se manter “a cobertura de amianto”, bem como acrílicos laterais que “precisavam de ser trocados”.
Explicam ainda que o chão é irregular e que os esgotos, em dias de chuva intensa, levam à acumulação de água no piso, deixando “mau cheiro”. “Devia ser todo modernizado. É uma obra prioritária. Tem de cativar as pessoas”, considera o vendedor, sugerindo que o mercado possa ter zonas “onde se possa sentar e conviver”.
“As pessoas foram desistindo e muitas lojas do mercado estão fechadas e a servir para arrecadação”, acrescenta o comerciante. O vendedor reconhece que “o concelho é pequeno e pode não ter muitos recursos”, mas entende que esta é uma obra que está “prometida há muito” e, por isso, tem todas as expectativas de que seja executada neste mandato.
A vender no mercado há dois anos, também Mara Silva defende que a infra-estrutura carece de intervenção, a começar pelo telhado, que deixa a chuva entrar.
Outra vendedora, que preferiu manter o anonimato, diz trabalhar neste mercado há cerca de 20 anos. “Já vi piores noutros pontos do País, mas substituía as laterais de plástico. E estendia o horário até às 14:30 horas para ainda ter clientes durante a hora do almoço”, propõe.
Maria Adelaide, natural da Nazaré, é cliente semanal. Mostra-se menos preocupada com as condições do equipamento, que “ainda aguentam”, mas lamenta que algumas lojas estejam encerradas, porque seriam úteis a quem ali se abastece. Fernanda e Vasco Arsénio, casal de autocaravanistas [LER_MAIS]naturais da Chamusca, visitam uma vez mais o mercado e criticam: “estas telhas não são dignas de estar aqui”. Também para os turistas, o equipamento “precisa de uma remodelação”.
Câmara discute obras prioritárias
Na última reunião de câmara, Walter Chicharro (PS), presidente do município, foi questionado pela vereadora Maria de Fátima Duarte (PSD) sobre algumas obras a realizar no concelho. Anunciada a requalificação da Praça Sousa Oliveira, um investimento de cerca de meio milhão de euros, a iniciar a breve trecho, a vereadora da oposição defendeu ser prioritária a requalificação do mercado municipal, que, do seu ponto de vista, está degradado.
O autarca sublinhou que a praça também se encontra degradada e que as futuras intervenções não são apenas de “embelezamento”. Quanto à intervenção no mercado, que pode custar cerca de dois milhões de euros, mesmo que conte com apoio comunitário, terá sempre de incluir investimento significativo por parte da autarquia, frisou Walter Chicharro.
De qualquer modo, tranquilizou o presidente, a câmara está atenta a todos os apoios que possam contribuir para concretizar a obra do mercado: “estamos atentos e temos vontade de fazer um projecto novo”.