O impacto do Covid-19 já se faz sentir junto de centenas de alunos. Devido ao surto que atravessou o continente asiático e chegou à Europa, há vários estabelecimentos de ensino que estão a cancelar viagens para o estrangeiro, nomeadamente as previstas para Espanha e Itália. Mesmo alguns estágios profissionais acordados com empresas noutros países já não se vão concretizar.
Outras escolas, por seu lado, têm compromissos só para Abril e meses seguintes, pelo que aguardam com serenidade a evolução da epidemia, esperando que o cenário melhore nas próximas semanas. É essa expectativa que têm os finalistas, cujas viagens agendadas para o final do ano lectivo estão em stand by.
A Lombardia, em Itália, é a região mais afectada pelo surto de Covid- 19 na Europa. É para Rimini,em Itália, que está previsto irem, em Abril, alunos do Erasmus+ da Escola Secundária de Afonso Lopes Vieira (ESALV), em Leiria, onde vão realizar estágios profissionais.
[LER_MAIS]Para já, nada foi cancelado. A expectativa é que o cenário epidemiológico melhore. Em Espanha, o número de infectados também tem vindo a subir, pelo que várias escolas decidiram cancelar algumas viagens para este destino. Foi o que sucedeu com o Agrupamento de Escolas (AE) D. Dinis e com o AE da Caranguejeira e Santa Catarina da Serra.
“Para já, a viagem a Santiago de Compostela foi suspensa. Articulámos com os pais e com a empresa e temos a hipótese de vir a realizar a visita até ao final do ano lectivo”, explica Ilda Duro, directora do AE da Caranguejeira e Santa Catarina da Serra.
Na Escola Secundária de Pombal e na ESALV os pais vão decidir sobre as visitas a Espanha, revelam os directores destas escolas, Fernando Mota e Celeste Frazão, respectivamente.
Recentemente, um grupo de alunos e de professores do AE da Caranguejeira e Santa Catarina da Serra estiveram na Polónia e fizeram escala em Milão. “Já íamos preparados com máscaras e foram cumpridas todas as recomendações”, garante Ilda Duro. No âmbito da mobilidade de professores, outro grupo de docentes esteve em Milão.
“Estão a ser seguidas todas as recomendações da Direcção-Geral de Saúde, que não indica que seja feita quarentena sem qualquer sintoma”, assegura Ilda Duro.
O agrupamento de Escolas da Maceira, em Leiria, está a estudar a situação e em cima da mesa está também a possibilidade de cancelar uma ida a Espanha. “Estamos a seguir atentamente as recomendações e as informações que nos chegam. Tivemos uma viagem recente aos Açores, mas admito que a que está agendada para Santiago de Compostela não se venha a realizar”, afirma o director Jorge Bajouco.
Em Alcobaça, o AE de Cister não tem viagens programadas, mas um grupo de alunos e professores esteve nos últimos dias em Londres. “Demos conta de todas as recomendações sem alarmismo. Tudo correu dentro da normalidade”, revela o director Gaspar Vaz.
A Insignare – Associação de Ensino e Formação de Ourém/Fátima, que gere as Escolas Profissional de Ourém e de Hotelaria de Fátima, cancelou “todas as viagens e estágios” para os locais mais afectados pelo Covid-19. Os alunos que iriam estagiar para Itália rumaram a outros países, revela Carina Oliveira, directora executiva.
Se as escolas portuguesas cancelam as idas para o estrangeiro, já se registam casos inversos. Há estudante italianos que eram esperados na região e já não viajaram.
No AE Marinha Grande Poente está prevista a chegada de alunos da Suécia, Holanda e Alemanha na próxima semana. “Ainda não sabemos se virão. Temos estado em contacto com os nossos parceiros”, afirma o director Cesário Silva.
O Colégio Nossa Senhora de Fátima cancelou a viagem de finalistas a Roma, agendada para as férias da Páscoa. Segundo a directora pedagógica, Ana Natário, a decisão foi tomada em conjunto com os pais, que já tinham pago parte da visita. “Estamos a tentar o reembolso do dinheiro já liquidado.”
Para Junho está programada uma ida a Inglaterra, cuja expectativa é que se venha a realizar.
O Ministério da Educação explica ao JORNAL DE LEIRIA que está a acompanhar o desenrolar do surto Covid-19 em articulação com a Direcção-Geral de Saúde, sendo emitidas regulamente circulares às escolas com as recomendações mais adequadas à data. A tutela desaconselha as viagens para os locais onde há maior número de infectados e onde o risco é maior.