O concelho de Leiria vai apostar na integração de inteligência artificial (IA) nas actuais câmaras de videovigilância no concelho de Leiria e alargar o seu número para espaços exteriores às escolas e às áreas patrulhadas pela GNR, estimando-se a instalação de mais 38 novas câmaras. O assunto foi anunciado na última reunião de câmara, na terça-feira, e o investimento total poderá chegar a um milhão de euros, revela Luís Lopes.
O vereador da Câmara com o pelouro da Protecção Civil explica que foi realizada uma análise junto da PSP e da GNR e foram identificadas as escolas “que estão mais vulneráveis, ainda sem identificar situações críticas”, pelo maior número de alunos ou cujas entradas estão mais expostas.
“Das actuais 61, algumas já apanham escolas, outras vão ser reposicionadas e outras vão ser novas, colocadas em algumas localizações”, precisa Luís Lopes, ao adiantar que está previsto que as escolas a partir do 2.º/3.º ciclos até ao ensino superior tenham esta vigilância no seu exterior.
Segundo o autarca, haverá um alargamento da área, cobrindo assim zonas da responsabilidade da GNR. Foram identificados seis pontos, que poderão traduzir-se em mais dez câmaras em zonas como a Cova das Faias, A19, áreas mais isoladas ou até locais de interesse público que a GNR “considera relevantes” como complemento à patrulha.
A videovigilância na GNR será coordenada com o sistema de protecção florestal, que está sob a alçada desta força. A autarquia pretende ainda adquirir uma tecnologia baseada em algoritmos, que irá integrar nas câmaras de videovigilância e que permitirá dar alertas para situações de risco, sendo um apoio à decisão do operador.
“É impossível acompanhar as 61 câmaras ao mesmo tempo”, assume o vereador, apontando que a IA permite “gerar alarmísticas relativamente a alguns sítios, por exemplo, pessoas a correrem em determinados sítios onde não é suposto, palavras como fogo, ajuda, socorro… qualquer coisa que abra imediatamente aquela imagem”, exemplifica.
Será também possível o “reconhecimento facial de grupos ou de matrículas”. O objectivo é implementar este sistema de IA ainda em 2025, admite Luís Lopes, ao revelar que o custo rondará os 75 mil euros, para um total de 50 câmaras por servidor.
O processo inclui, entre outros, novos sensores, alteração de luz ou de temperatura e processamento de imagem e, em alguns casos, poderá ser necessário substituir as câmaras. “Vamos instalar em 50. Será a PSP a indicar-nos quais serão nesta fase. Vamos testar e depois iremos alargar às outras.”
A instalação das novas câmaras terão de aguardar pelo processo habitual de aprovação da Comissão Nacional de Protecção de Dados, que no último alargamento de videovigilância na cidade de Leiria demorou cerca de dois anos a dar parecer positivo.