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Vítor Ferreira, director geral da Startup Leiria: “Não há muitos malucos em Leiria que dêem 100 mil euros a uma pessoa que só tem um powerpoint”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Outubro 30, 2022
em Entrevista
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Vítor Ferreira, director geral da Startup Leiria: “Não há muitos malucos em Leiria que dêem 100 mil euros a uma pessoa que só tem um powerpoint”
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Vítor Ferreira, professor adjunto do Politécnico de Leiria e professor convidado do ISCTE, é doutorado em Empreendedorismo e Inovação pela Universidade de Lisboa (ISEG) e trabalha ainda como consultor e investigador. É o director geral da Startup Leiria, incubadora e aceleradora, onde coordena um ecossistema que acolhe actualmente 106 empresas, das quais mais de 20 são estrangeiras. Representam mais de mil trabalhadores (não necessariamente colocados em Leiria) e mais de 55 milhões de euros de facturação anual. Há actualmente três espaços geridos pela Startup Leiria, localizados no primeiro piso do Mercado Municipal (no espaço Leiria Economia, recentemente inaugurado), nos Parceiros (antiga IDD) e no pólo de inovação social junto ao Hospital de Santo André.

Existem condições em Leiria para o aparecimento de uma empresa unicórnio?
Em potência, já temos, quem sabe, futuras unicórnios entre nós. A Lovys, que é uma insurtech, já angariou 20 ou 30 milhões de euros, o que dá uma avaliação muito grande, e a Sound Particles. A maior parte de nós usa dois ou três bancos. Com os seguros vai acontecer o mesmo, vão sobrar duas ou três novas companhias de seguros. Se a Lovys for uma dessas duas ou três que sobram, provavelmente vai ser o primeiro unicórnio de Leiria. Estes exemplos mostram que dos Parceiros ou aqui do Mercado [ambas instalações da Startup Leiria] pode nascer um negócio como a Sound Particles e fazer software para Hollywood. Ou uma empresa como a Xgeeks, que acabou por crescer bastante. Temos o capital humano, temos as condições físicas e temos cada vez mais investimento.

Há um caminho a percorrer em termos de investimento público e privado?
O público, normalmente, tem pouca intervenção neste tipo de negócios. O privado, em Portugal, aumentou nos últimos anos cerca de dez vezes o investimento em capital de risco, o que é extraordinário. Ainda assim, fica muito aquém do que é a realidade dos sistemas de investimento de risco nos outros países, sobretudo nas inglaterras desta vida e no norte da Europa. E a maior parte dos investidores está concentrada em Lisboa e no Porto. Aqui, em Leiria, as pessoas que têm dinheiro fazem investimentos mais tradicionais. Há um clube de business angels na Marinha Grande, que não investe muito, que eu saiba, e depois temos a Casper Ventures, do Paulo Gaspar, que tem alguns investimentos na área de capital de risco. De resto, o clássico é: quem tem uma fortuna acumulada, em Leiria, vai investir em mais indústria ou – o que é mais clássico ainda – em imobiliário.

Deviam colocar capital em novas tecnologias?
Sem dúvida. Em negócios de crescimento rápido, em negócios de risco. Sabemos que em dez, oito não vão ser grandes, a maior parte vai desaparecer, mas há uma Lovys, há uma Sound Particles.

Tipicamente, de que tipo de investimento os projectos precisam, em Leiria? E de que valores?
Numa fase pre-seed, temos um powerpoint e provavelmente pouco mais. Numa fase seed, já temos um produto mínimo viável, um protótipo, quem sabe algumas vendas e a empresa já foi constituída. Os tickets normais em Portugal (a entrada de montantes) para a fase pre-seed e seed são cerca de 100 a 300 mil euros por 10 a 20 por cento da empresa. E, obviamente, não há muitos malucos em Leiria que dêem 100 mil euros a uma pessoa que só tem um powerpoint, não é? É basicamente no powerpoint e na equipa que se investe naquele momento. Há outro tipo de empreendedores cujas ideias ou produtos mínimos viáveis não são tão escaláveis, o que quer dizer que não vão crescer tão rápido, e aí a luta é outra. Supostamente, até ao final de Outubro, o Governo devia lançar uma linha, que é o Empreende XXI, que vai dar até 170 mil euros, 50 por cento a fundo perdido, 50 por cento a juro zero. Os empreendedores vão ter de entrar com um montante muito reduzido de capital próprio, mas essa linha ainda não está activa. Pode resolver alguns daqueles negócios que não são tão atractivos para investidores anjo e sociedades de capital de risco.

Leiria sempre teve mentalidade de iniciativa privada e de constituição do próprio projecto. É uma vantagem na lógica das startups?
É uma vantagem e uma desvantagem. Leiria é o steel valley, o vale do aço, onde as pessoas criavam a sua própria empresa, às vezes, literalmente, na garagem. E depois iam para os Estados Unidos vender moldes, sem falar uma palavra de inglês. Portanto, antes de se falar de startups e de capital de risco, Leiria sempre foi uma terra de empreendedores. A desvantagem: boa parte da indústria e daquilo que é o ecossistema empresarial de Leiria nasceu por iniciativa própria, não por políticas públicas, então, ninguém gosta de dar nada, porque eles próprios se viraram sozinhos. Nós somos provavelmente a única incubadora do País que tem um edifício que é seu, que é o edifício dos Parceiros, estamos a pagar o empréstimo, tem outro, junto ao hospital, a nossa incubadora social, em parceria com o Politécnico, o projecto foi financiado pelo Portugal Inovação Social, e o terceiro pagamos renda [no Mercado Municipal]. Não há freebies [borlas]. E nós, no fundo, estamos a fazer serviço público, estamos a assegurar que as empresas têm mais hipóteses de sobrevivência, estamos a acelerar negócios que podem gerar muito crescimento económico, estamos a atrair talento para a região. Neste momento temos mais de 20 empresas estrangeiras no ecossistema.

Vêm também para terem acesso a fundos comunitários que não teriam em Lisboa?
Temos três empresas em domiciliação, aquelas que só procuram pôr cá a sede por causa dos fundos. As outras vieram pela qualidade do ecossistema. Temos aqui a FCamara, uma empresa brasileira, eles escolheram Leiria por causa da centralidade, da nossa ligação ao Politécnico e da nossa ligação ao resto da Europa.

Portugal tem atraído empresas e projectos da área tecnológica. Leiria também está na rota do investimento internacional?
Sem dúvida. Houve uma empresa multinacional muito grande, que esteve entre nós e Valência, para criar um hub com três ou quatro mil pessoas. Provavelmente vão escolher Valência, mas acho extraordinário que tenhamos aparecido como hipótese.

O que falta a Leiria para subir mais alguns degraus nessa escala de atractividade?
Leiria entrou pela primeira vez na listas dos mil ecossistemas de inovação e empreendedorismo melhores do mundo. E estamos em sétimo em Portugal. Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Braga, Madeira e depois Leiria. O que falta para subirmos? Qualidade de vida nós temos. Centralidade nós temos. Leiria é uma cidade cultural e isso vai atrair mais talento. A proximidade ao mar: há um conjunto de expatriados enorme a viver na Nazaré, que nós estamos a tentar trazer para Leiria. Recursos humanos nós temos, o Politécnico produz. Não temos ainda doutoramentos, o que é uma lacuna, em certa medida, e diria que os diplomados provavelmente não chegam para as encomendas.

Há um défice de mão-de-obra.
O Portugal Tech Hub, de que nós fazemos parte, estima que são precisos 130 mil programadores em Portugal. Em Leiria, há falta de programadores, também. É uma competição muito grande pelo talento.

É fácil atrair trabalhadores das tecnologias de informação e fixá-los em Leiria?
Não é fácil, mas também não é difícil. Cada vez mais empresas como a Sound Particles, a Xgeeks e outras têm muita força de trabalho que vem de fora de Leiria, e, inclusivamente, de fora de Portugal. A qualidade de vida, os bons salários, têm atraído alguns.

O que pode ser melhorado?
Há uma questão inultrapassável, que é a questão da habitação. Lisboa está muito cara, e isso faz com que algumas empresas tecnológicas de que eu estava a falar consigam atrair talento, mas estamos a chegar a uma fase em que começam a escassear as habitações para a maior parte das pessoas, portanto, a questão habitacional é um bottleneck [estrangulamento] que vamos enfrentar também aqui em Leiria. Há um efeito bola de neve que nós na Startup estamos a tentar gerar: já temos 106 empresas mas precisamos de mais Sound Particles e de mais Lovys, esse efeito demonstrativo é muito importante. Falta ainda um carro chefe. Nós achamos que a Lovys ou a Sound Particles podem ser esse carro chefe, mas faltam mais carros chefe, e isso é uma lacuna naquilo que é o nosso ecossistema. Há um bom entrosamento entre os players, portanto, câmara municipal, Nerlei, Startup, Politécnico, mas tem de haver uma maior visão do que é que se quer que Leiria seja no longo prazo. Ou seja, não podemos ser só nós, Startup, com o apoio da Nerlei, sobretudo, a achar que vamos ser o Leiria Valley, uma espécie de Silicon Valley de Portugal, sobretudo quando temos Lisboa, Porto e Braga para competir, e Coimbra aqui ao lado, com dois ou três unicórnios. Temos todos de querer. E isso requer investimento.

Público?
Também, porque não? Precisamos de mais empresas, mais pessoas, mais talento, mais ligação entre esse talento, mais apoios, condições de vida ímpares, menos trânsito, mais transportes alternativos, uma cidade mais moderna, mais sustentável, mais verde, que atraia toda esta nova geração.

Ambiente e cultura são decisivos para criar um ecossistema de inovação?
Sem dúvida. Mas, no caso de Leiria, curiosamente, o cimento também começa a fazer a diferença. Há empresas que têm procurado Leiria e não há espaço de escritório. Já perdemos alguns projectos para outras cidades porque não havia escritórios.

A elevada percentagem de estudantes estrangeiros no Politécnico de Leiria pode ser uma mais-valia?
Para nós, é, sem dúvida. Os migrantes são muito mais empreendedores. Tal como nós, portugueses, quando vamos para outro lado. Leiria tem muitos estudantes estrangeiros – devia ter mais, ainda – e era importante conseguir capitalizar isso, fixando-os, se fosse possível, e envolvendo-os mais naquilo que é a realidade empresarial de Leiria. Há uma vaga agora, mas essa vem para ficar, que é uma vaga muito grande, do Brasil, e nós não podemos cometer as falhas que cometemos no passado, quer com os brasileiros quer com os ucranianos. Quem está a vir tem um nível intelectual e de preparação imenso, super conectado nas regiões de onde vêm, e nós devemos tirar partido disso e colocar essas pessoas nas funções que devem ter tendo em conta as suas competências.

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