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Home Entrevista

Vítor Lourenço: “Se Leiria conseguir ser eleita para capital da cultura, será uma montanha de trabalho”

admin por admin
Julho 25, 2020
em Entrevista
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Vítor Lourenço: “Se Leiria conseguir ser eleita para capital da cultura, será uma montanha de trabalho”
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Como decorreu o ano lectivo, no Orfeão de Leiria, após a chegada da Covid-19?
Foi uma oportunidade imensa que o corpo docente e a Direcção Pedagógica aproveitaram. Criaram metodologias de ensino, investiram na formação e juntaram novas capacidades técnicas que permitem o ensino à distância. Nos primeiros 15 dias de confinamento, em Março, os professores fizeram o que puderam antes da Páscoa, com recurso à internet, mas de uma forma quase experimentalista, como aconteceu com quase toda a gente. Porém, chegadas as férias da Páscoa, fez-se um trabalho louco de criar uma plataforma única para toda a escola, através da plataforma Teams. Dos serviços administrativos, aos alunos e professores, toda a instituição começou a trabalhar com uma coordenação e facilidade muito maiores. Foi um trabalho fantástico de mobilização e interajuda. O ano lectivo correu de uma forma extraordinária, embora tenhamos tido algumas dificuldades com a dança, mas dada a a natureza dessa actividade, é normal que assim seja. Antes de o ano lectivo terminar, fizemos um inquérito de satisfação aos encarregados de educação e de entre as 290 respostas, houve 50 ou 60 mensagens que nos deixaram surpreendidos com o efeito que as aulas à distância tiveram nos alunos. Estes jovens, nestas aulas, estão lá porque gostam e aderiram mais facilmente a elas, do que às “aulas normais” das escolas. Temos vários ramos de ensino, mas temos uma responsabilidade muito grande no ensino oficial – o ensino articulado – e as respostas que recebemos dos encarregados de educação são um grande motivo de orgulho.

“Noventa por cento dos nossos colaboradores são professores e a maioria deles são docentes com mestrado e currículo já firmado no domínio artístico”
Vítor Lourenço

Para o próximo ano, já tem ideia de como será feito o ensino?
Não sabemos ainda, mas prevemos que terá uma forte componente de ensino à distância, para a qual estamos preparados. A Direcção Pedagógica, na Páscoa, alterou o projecto educativo, adaptando-o a estas circunstâncias. O Plano de Actividades e o Projecto Educativo para o próximo ano lectivo estão a ser preparados tendo em conta as vertentes presencial e à distância. As classes de conjunto, que são muito importantes para os alunos e representam a sua motivação maior, pararam, tal como parou a participação em actividades da vida comunitária e o trabalho dos nossos corais. O nosso Conservatório Sénior [CSOL] cessou mesmo todas as actividades, até àquelas à distância, porque muitos seniores não tinham acesso ou não dominam a tecnologia. De resto, tudo funcionou. O Festival Beira-Rio, por exemplo, emitiu 11 horas com trabalhos de alunos, a partir de casa. O hino da escola foi cantado por 290 vozes, em simultâneo. Foi empolgante.

Quantos alunos teve o Orfeão, neste ano lectivo?
Este ano, tivemos 806, desde as crianças da iniciação no pré-escolar, até os adultos do CSOL. No ensino oficial articulado, financiado pelo Ministério da Educação, tivemos oito alunos do secundário e mais de 340 do articulado básico, na música e na dança. Somos, na região Centro, no articulado básico a [LER_MAIS]maior escola de todos os cinco tos. A mais próxima de nós tem cerca de 280. É uma grande aposta no ensino artístico e diria que é o nosso core business, hoje. Empregamos 70 pessoas – a empregabilidade do sector cultural vê-se por aqui e é um tema que não é muito falado. No ensino oficial, não temos pessoas a recibos verdes. Para se ser professor, é preciso ter estabilidade e contratar as pessoas decentemente é a política da nossa casa. Noventa por cento dos nossos colaboradores são professores e a maioria deles são docentes com mestrado e currículo já firmado no domínio artístico. Muitos são nossos ex-alunos. Assim se vê que o ensino é a base fundamental. Não pode haver cultura sem ensino e o ensino das artes é fundamental para afirmar que temos uma sociedade culta.

Perfil
Viagem de Sonho? Patagónia
Vítor Lourenço, 70 anos, foi vereador na Câmara de Leiria, durante quatro mandatos, tendo assumido as pastas da Cultura e da Educação e a vice-presidência da autarquia, nos mandatos liderados por Isabel Damasceno (PSD). Nascido em Mira de pais agricultores, foi escuteiro, seminarista e professor de História, com formação em Museologia e Arquivologia, deu aulas no Centro Escolar da Maceira, onde habita, tendo também estudado Psicologia Aplicada, no ISPA, durante o serviço militar. Amante de ópera, foi também coralista e participou em vários movimentos e acções cívicas. “No Seminário, acompanhei as alterações na Igreja, introduzidas pelo Vaticano II. Foram tempos de grandes lutas e de grande vivência.” Aposentou-se como professor, após anos de vida autárquica. Após sair da Câmara de Leiria, passou por um projecto educativo privado, como director pedagógico, e, no final de Janeiro de 2020, abraçou o desafio de ser presidente do Orfeão de Leiria. Amante das viagens, diz que a sua viagem de sonho é a Patagónia. Ficará para quando a pandemia o permitir.

O que é que isto mostra da sociedade de Leiria?
As crianças não se inscrevem sozinhas no Orfeão. São os pais. E muitos dos pais já lá estudaram. Apesar de estar a ser um ano de crise, devido à Covid-19, não tivemos qualquer quebra na procura. Só ainda não sabemos como será nos cursos livres, só em Setembro, quando abrirem. Mas, no ensino oficial, já temos as matrículas todas feitas. É um sinal que nos deixa optimistas em relação ao futuro. Este ano, nos cursos livres, onde se paga a frequência, tivemos três ou quatro desistências.

O Orfeão abriu portas há quantos anos?
Fará 75 anos em 2021. Vamos comemorar as Bodas de Diamante, com um programa cultural que queremos que seja de excelência e para a cidade. Queremos aumentar e cimentar a nossa aposta no ensino secundário… imagine-se o que é os alunos irem para os 11.º e 12.º anos, com a vertente da música. Ao fim desses anos de estudo, estão preparados para participarem na vida cultural como artistas. Queremos apostar mais, mas o Ministério da Educação não abre vagas, porque é um ensino caro. A música está muito presente no dia-a-dia de quase toda a população de Leiria. E isso nota-se também ao nível de políticas oficiais como a Leiria Cidade Criativa da Música ou na ideia subjacente à candidatura à Capital Europeia da Cultura 2027.

Sente que é o fruto de um trabalho de décadas de instituições como o Orfeão e as filarmónicas?
As filarmónicas são muito antigas, mais antigas do que o Orfeão, que é a entidade de formação artística mais antiga na cidade. A música tem mais [LER_MAIS]tradição e a dança foi introduzida mais recentemente. Também a música coral, a par das filarmónicas, é uma coisa muito antiga, que vem de uma tradição religiosa, enquanto as filarmónicas vêm da militar. Em 1948, quando o Orfeão nasceu, nasceu pelo coro, pela voz, num tempo onde tê-la era muito difícil. Conseguiu-se criar uma estrutura, quando era difícil ter voz de cidadania e nunca perdeu esse fito. Na questão da Cidade Criativa da Música, muito crédito tem de ser também dado ao Orfeão de Leiria, pelo contributo que deu. Não foram apenas as contribuições contemporâneas que permitiram que Leiria se tornasse Cidade Criativa da Música. A “cidade criativa da música” já existia nos anos 80 e 90, com a música erudita e contemporânea, com o pop e o rock.

Mas até aos anos 80, quem cultivou a música na cidade?
O Orfeão. Veja-se o nosso festival de música, que se realiza, sem interrupções, há 38 anos. Com esta longevidade, só existem o nosso e o de Sintra. E mesmo esse, sendo mais velho, teve várias interrupções, que o nosso nunca teve. Nem em 2020, com a pandemia? Não! Vamos repô-lo a partir de Setembro. Já temos a programação feita. Houve coisas que passaram para 2021, com acordo dos nossos parceiros e financiadores. Iremos anunciar, em breve, a programação do que haverá em Setembro. Haverá concertos, de acordo com as regras e condições que, então, se verificarem, e dentro do mesmo tema. Vamos fazer com que o Música em Leiria não tenha uma interrupção. Os concertos que ficarem para o próximo ano irão enriquecer a celebração dos 75 anos do Orfeão.

Quais são para si, as mais-valias da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura, que assenta na ideia de território alargado?
Não há apenas uma identidade neste território. Há identidades. A de Leiria, não é igual à de Torres Vedras ou de Tomar. Esse somatório de identidades é uma mais-valia. Se se conseguir criar um fio condutor, onde essas identidades estejam definidas e representadas, serão um ponto positivo. Mas será um desafio de gestão e de execução da candidatura e se Leiria conseguir ser eleita para capital da cultura, será uma montanha de trabalho. Tudo terá de ser muito bem definido. Esta é uma candidatura de identidade plural e é preciso ter em atenção a vectores e dimensões que têm maior exposição mediática que, por vezes, não corresponde à realidade.

Enquanto antigo vereador da Cultura, que evolução nota nos públicos de Leiria, desde que há 30 anos se iniciou no cargo?
A diferença é enorme. As estruturas que encontrei nada têm que ver com o que existe hoje. A começar pelos equipamentos culturais. Nós desenvolvemo-los e foi uma parte importante dos mandatos onde participei. Os grupos de teatro andavam sempre de casa às costas, sem um local para apresentarem os seus espectáculos condignamente. Quando fui para a Câmara, os grupos mais activos na música, eram o Ateneu, o Orfeão, os corais, as filarmónicas e os ranchos. Não havia muitas estruturas urbanas e as que havia, tinham o seu nicho. Há muitas correntes estéticas hoje: música, teatro, dança, artes performativas, e todas as formas de expressão que estão presentes na comunidade, hoje, e que, naquele tempo, não existiam. Até as mudanças nas responsabilidades municipais, quando deixei o cargo, nada tinham que ver com o que encontrei… E ganhou-se público. Recordo-me que, quando cá vinha o Sequeira e Costa, um pianista famoso dos anos 60, o Teatro José Lúcio da Silva não enchia. A população aumentou, a zona urbana expandiu- se para o triplo. E, claro, a formação e a educação é a base de tudo isto. Ninguém ama o que não conhece. O mesmo vale para o público e para a arte. No início dos anos 90, uma das primeiras coisas que fiz foi estabelecer regras para apoiar as escolas de música. Nas escolas das bandas, eram os pais quem pagava tudo e as filarmónicas estavam completamente asfixiadas com as despesas. Sobreviviam da carolice. De lá para cá, elas fizeram um esforço para crescer e contratar maestros qualificados, entre outras medidas.

Quais são as linhas mestras que gostaria de abordar e concluir durante o seu mandato?
Para o nosso mandato, estabelecemos três linhas fundamentais: queremos prosseguir o trabalho que herdámos da direcção anterior, que deixou a casa muito bem estruturada e organizada.

Também a nível financeiro?
Também. Muito equilibrada. Era uma situação grave antes da anterior direcção. Pela primeira vez na minha vida, entrei numa instituição associativa e encontrei a casa estruturada e com equilíbrio financeiro. Estou muito contente por participar neste projecto nestas condições. Outro objectivo é a qualificação da escola, através da certificaçao de qualidade. A avaliação interna já avançou e começámos os primeiros passos da externa. Temos uma equipa, com o apoio do Politécnico de Leiria, que se disponibilizou para preparar esse trabalho. É uma tarefa que irá ajudar os colaboradores a melhorar a sua prestação, para elevar o nível organizacional. É um objectivo a longo prazo. Temos ensino secundário, mas temos poucas bolsas…. e sabemos que os nossos alunos do secundário, não ficam por esse grau de ensino na música. Querem seguir para o ensino superior. Este ano, todos se candidataram aos vários conservatórios nacionais e escolas no estrangeiro. Temos centenas de músicos que se iniciaram no Orfeão, espalhados pelo Mundo, a trabalhar na Música. Por fim, também queremos alargar territorialmente o âmbito da nossa escola. Este ano, estivemos perto de o fazer, mas não foi possível, porém, julgo que, para o ano, teremos condições pra o fazer.

Etiquetas: entrevistaOrfeão de LeiriaVitor Lourenço
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