PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 1,00 €
  • × Edição 1336Edição 1336 1 × 1,00 €

Subtotal: 1,00 €

Ver carrinhoFinalizar compras

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Viver

Vitrais do Mosteiro da Batalha são os mais antigos do País, mas faltam técnicos e dinheiro

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Março 9, 2023
em Viver
0
Vitrais do Mosteiro da Batalha são os mais antigos do País, mas faltam técnicos e dinheiro
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Pioneiro na produção de vitrais em Portugal, há mais de 500 anos, o Mosteiro da Batalha é, na actualidade, a principal fonte de conhecimento sobre vitrais no País e alberga os mais antigos vitrais em território nacional, que datam do século XV.

A oficina do Centro de Conservação e Restauro do Vitral continua operacional e vai receber obras no contexto do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, embora subaproveitada, por défice de orçamento e recursos humanos. O único conservador, Pedro Redol, acumula com a direcção do Centro de Informação e Documentação.

“Era importante que tivéssemos, pelo menos, um conservador restaurador de vitrais”, admite o especialista em História da Arte ao JORNAL DE LEIRIA. “Hoje em dia, a nível europeu, é impensável ter vitrais desta época [séculos XV e XVI, os mais antigos] sem protecções e nós só temos uma protecção que foi parte de uma experiência piloto que nem sequer foi acabada”.

A aguardar financiamento, existe um projecto de conservação e documentação dos vitrais da Sala do Capítulo e da abside da capela-mor da igreja, no valor de 210 mil euros, que seria a primeira intervenção nos vitrais do Mosteiro da Batalha desde 2008.

Igreja do Mosteiro da Batalha (foto de Ricardo Graça)

No monumento classificado pela Unesco como Património da Humanidade, segundo Pedro Redol, “as pré-existências estão relativamente bem conservadas”, por outro lado, “os vitrais antigos têm todos problemas, que não têm grande solução, a não ser melhorar o ambiente em que estão”.

Alguns, datados dos século XV e XVI, constituem “um problema mais específico, que tem de ser encarado e tratado, mas que está longe de se resolver”, na igreja, na Capela do Fundador e na sacristia.

“Pelo facto de nós termos tão poucos vitrais antigos em Portugal, devíamos conceder-lhes uma protecção que implica a intervenção do Estado e implica ter técnicos que são do Estado”, comenta Pedro Redol. “Para ficarmos ao nível do que se faz no resto da Europa era preciso fazer mais”.

Com espólio proveniente de outros pontos do país, além da Batalha, no Centro de Conservação e Restauro do Vitral do Mosteiro da Batalha, segundo Pedro Redol, encontra-se “o maior núcleo documental sobre o vitral português do século XX” (Foto de Ricardo Graça)

No Centro de Conservação e Restauro do Vitral do Mosteiro da Batalha encontra-se “o maior núcleo documental sobre o vitral português do século XX”, que inclui um vasto espólio proveniente da oficina de Ricardo Leone. A tradição, no entanto, é muito anterior e contabiliza-se em séculos.

“Assim que a Igreja ficou terminada”, explica Pedro Redol, “aí à volta de 1440, nós temos documentados aqui vitralistas, nomeadamente, Luís Alemão”.

A narrativa sobre os vitrais da Batalha beneficia da colaboração com o projecto Corpus Vitrearum na União Académica Internacional, e, em especial, do contributo do investigador Daniel Hess, baseado na Alemanha, que ajudou a identificar afinidades, ou seja, “obra comparável”, entre os vitrais da Batalha e alguns vitrais de “igrejas paroquiais” na região da Francónia, de onde Luís Alemão, provavelmente, era originário, no sul da actual Alemanha.

“O estaleiro da Batalha, tanto na arquitectura como no vitral, na pintura mural, na escultura, é um estaleiro internacional, como muitos na sua época, porque tinha uma certa dimensão e era uma oportunidade de trabalho”. Uma realidade “de grande cosmopolitismo”. Luís Alemão, de resto, não seria o único artista proveniente do então designado Sacro Império Romano-Germânico. “Certamente, chamou outras pessoas para trabalhar, depois de já cá estar”.

Os vitrais do Mosteiro da Batalha, segundo Pedro Redol, são os primeiros em Portugal. “Se havia alguma coisa antes a que se pudesse chamar vitral, não temos nem testemunho material nem escrito”. No Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, apareceram calhas de chumbo e fragmentos de vidro, mas é incerto se são anteriores. “Os mais antigos vitrais de Portugal estão aqui [na Batalha]. A maior parte dos vitrais antigos de Portugal também está aqui”.

Pedro Redol na oficina do Centro de Conservação e Restauro do Vitral do Mosteiro da Batalha (Fotos de Ricardo Graça)

Muito do que se sabe sobre os vitrais do Mosteiro da Batalha, é fruto do trabalho de Carlos Vitorino da Silva Barros, um investigador amador, autor do único volume do Corpus Vitrearum relacionado com Portugal, um inventário.

É no século XV, durante o reinado de D. João II, que se dá o “encerramento definitivo das janelas da igreja” – todas receberam vitrais. É ainda no século XV que emerge outro nome importante na Batalha: mestre João, vidreiro do rei. “Faz aqui uma revolução plástica, artística, nos vitrais, porque vai introduzir um estilo que vem da Flandres”, explica Pedro Redol. “Ele, provavelmente, era mesmo flamengo”.

Abre-se um período caracterizado pelo realismo e a pintura de retábulos começa-se a relacionar com o vitralismo, produzindo “autênticos retábulos de vidro”, já no tempo de D. Manuel I, como os que ainda hoje se vêem na capela-mor e na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha.

“Uma coisa muito original”, assinala Pedro Redol, “porque não se encontra noutra parte da Europa, em que a principal responsabilidade, foi de Francisco Henriques”, pintor retabular ao serviço do rei, ao que se julga, também originário da Flandres.

Nos séculos XV e XVI, mesmo as intervenções noutros monumentos, em Alcobaça ou Coimbra, por exemplo, têm ligação com a Batalha, que continuava a ser o principal núcleo de vitralistas em Portugal. “Não conhecemos nenhum que não tenha trabalhado cá”.

Vitrais do Mosteiro da Batalha datados dos séculos XV (em baixo) e XVI (Fotos de Ricardo Graça)

Com a instalação de vitrais na Batalha concluída por volta de 1530, seguem-se, até ao século XVIII, empreitadas de manutenção. Depois, explica Pedro Redol, “tal como em toda a Europa, o vitral deixa de ter importância, porque a luz colorida no interior de edifícios deu lugar a uma luz branca, diáfana, que permitisse ver com clareza a arquitectura”.

A falta de manutenção e “em grande parte” o efeito do terramoto de 1755 – “caíram janelas inteiras vitrais” – provocaram lacunas importantes, resolvidas nas campanhas de restauro iniciadas no século XIX por Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque. Diversos fragmentos foram então “recolhidos e remontados em chumbo com a maior coerência possível”, embora nem sempre de acordo com a composição original, também foram instalados novos vitrais e as janelas da igreja receberam caixilhos de madeira com vidros coloridos. Soluções hoje consideradas medíocres, muitas delas. “O ideal seria nós termos um programa que implicaria criação de obra nova”, reconhece Pedro Redol. E “requalificação estética”.

As técnicas do vitral acabam por ser redescobertas no século XIX – e o mesmo acontece em Portugal. “O vitral volta a reaparecer em Portugal na Batalha”.

Num vitral, os vidros são cortados e montados em calhas de chumbo, como neste exemplo, captado na oficina do Mosteiro da Batalha (Foto de Ricardo Graça)

No século XX, há substituição de vitrais na igreja do Mosteiro, trabalho começado nos anos 20 por Ricardo Leone, mas não completado, e nos anos 30 e 40 ainda se realizam restauros. A oficina de vitrais da Batalha extingue-se e só renasce nos anos 90, com a realização de cursos de vitralistas e técnicos de conservação e restauro, que trabalharam no Mosteiro, e com a criação, por decisão da tutela, em 1995, do Centro de Conservação e Restauro do Vitral no Mosteiro da Batalha, único no País. Entre 2002 e 2008, diversos vitrais são sujeitos a tratamento.

Mais de 500 anos após chegarem a Portugal, os vitrais continuam a atrair olhares curiosos, tanto dos 400 mil visitantes anuais do Mosteiro da Batalha, como de especialistas em História da Arte.

Etiquetas: BatalhamosteiroVitrais
Previous Post

Pombal testa novo autocarro eléctrico

Próxima publicação

Porto de Mós é palco de prova de radiomodelismo de Crawler

Próxima publicação
Porto de Mós é palco de prova de radiomodelismo de Crawler

Porto de Mós é palco de prova de radiomodelismo de Crawler

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.