O capitão-de-fragata José António Zeferino Henriques é o novo comandante da Capitania da Nazaré.
Com 52 anos, o segundo comandante da Escola de Tecnologias Navais vai passar a capitanear o Porto da Nazaré a partir de hoje, depois de receber as ‘chaves’ das mãos de Paulo Agostinho, que vai comandar o posto de Cascais.
Zeferino Henriques passa a ter responsabilidade em 85 quilómetros de margens, desde o marco geodésico na Serra do Bouro, em Caldas da Rainha, até à Ribeira do Casal Ventoso na praia do Pedrógão, em Leiria.
Em jeito de balanço dos quase cinco anos a capitanear o porto da Nazaré, Paulo Agostinho admite que leva “muito boas recordações”.
“Foram cinco anos intensos, de grande empenhamento. A Nazaré fica no meu coração para sempre”, afirma, revelando que conta com 134 salvamentos sob a sua jurisdição. O comandante enfrentou dois grandes desafios: o incêndio no Pinhal de Leiria e a tempestade Leslie.
“Passou [Leslie], essencialmente no domínio público marítimo. Quando chegou à Praia da Vieira fez todos os estragos conhecidos, inclusive no posto da Polícia Marítima. Os três dias seguintes foram muito agitados. Recordo algumas zonas da Estrada Atlântica em que tínhamos dificuldade em circular com as viaturas 4×4, pois nem se via o alcatrão. Foi impressionante”, lembra, sublinhando o trabalho rápido das autarquias na limpeza.
Quando o [LER_MAIS]incêndio no Pinhal de Leiria se iniciou ao final da tarde de 15 de Junho de 2017, Paulo Agostinho relata que a Polícia Marítima procurou “garantir a distância das pessoas que estavam no domínio público marítimo, de forma a que rapidamente se colocassem em locais seguros”, sempre em colaboração com outras autoridades.
“O balanço é muito positivo. Contamos sempre com a boa colaboração dos nadadores salvadores, com quem estamos em perfeita articulação”, acrescentou.
Paulo Agostinho também enfrentou este ano uma época balnear diferente, devido à pandemia da Covid- 19. “Ao início houve alguns abusos, com praias completamente lotadas, mesmo em todo o País, mas aos poucos, não só fruto das campanhas, mas também de perceberem que o assunto era sério e não valia a pena arriscar, houve uma consciencialização das pessoas, que se adaptaram à nova realidade.”
Quando tinha a sensação que a praia da Nazaré, o maior areal da costa que superintendia, estava a ficar lotada, o comandante subia ao miradouro. “É como se tivesse uma imagem de drone e consegue-se perceber que há muita gente, mas que, no geral, os espaçamentos estão garantidos”, acrescentou. Os meios disponíveis “são os adequados” à missão e “os resultados também estão à vista”.
“Naturalmente tem de haver algum critério, pois não podemos ter um polícia por cada metro quadrado, mas de uma forma geral, quer o empenhamento da Polícia Marítima quer do pessoal da vigilância apeada e do projecto Amarok estão sempre bem visíveis nas praias para contribuir para a segurança.”