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Home Opinião

Zépê e a modernidade

Mariana Violante, activista por Mariana Violante, activista
Janeiro 24, 2019
em Opinião
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Zépê e a modernidade
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O Zé Povinho é um homem moderno. O Zé Povinho – zépê pra quem o conhece – não precisa de ninguém.

É solteiro, não precisa de namorada. Há muito peixe no mar, e quando elas começam a precisar de muita atenção, parte para outra. Vai ao bar da moda, paga um gin de balão – o mais caro, claro – e pronto, encontrou o amor. Por agora.

O Zé não precisa de mãe nem de sogra para tomar conta dos filhos – foi para isso que se inventaram as babysitters e as creches abertas até às oito da noite. Era o que faltava ter de as aturar a dizer-lhe como educar as crianças. Bem basta o Natal.

O zépê não precisa de mapas nem de parar no café de beira de estrada para perguntar o caminho – o GPS leva-o direitinho até Vilamoura, e pela auto-estrada, que é mais rápido.

Aliás, o zépê já nem faz férias cá no país – o zépê vai à procura do eu interior num retiro de yoga na Tailândia. Não joga à bola com os amigos – vai à box fazer agachamentos e empurrar pneus de tractor na hora que lhe é mais conveniente.

O zépê não vai ao mercado comprar pão à dona Joaquina e nabiças ao senhor Manel – quem é que tem tempo para isso?

O zépê nem sabe quem são os vizinhos – sai de manhã, entra à noite, e paga a uma empresa para não ter que os aturar nas reuniões de condomínio que lhe roubariam horas de trabalho extra que tem para fazer em casa aos fins-desemana. [LER_MAIS]  Também não compreende porque é que não está tudo aberto ao domingo.

O zépê não tem amigos, tem seguidores no insta e faz stories de que já ninguém se lembra. Também não se liga muito a causas, porque um gajo tem é que se safar, e quem vier atrás que resolva.

Coitado do Zépê… para não precisar nunca de ninguém, precisa de dinheiro o tempo todo. Todos nós temos um pouco de zépê (tudo bem), e há valor na modernidade.

Mas não posso deixar de pensar que a modernidadezinha, tão conveniente, tão personalizada, tão confortável, nos vem atomizando tragicamente, a tal ponto que evitamos qualquer tipo de relação humana que pressuponha dependência – aniquilando espaços de partilha que valem bem a pena – e que às vezes são bem mais baratos.

*Activista

Etiquetas: Mariana Violanteopinião
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