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Depois da tempestade, a bonança. É isso que está a acontecer com a zona industrial de Vilar dos Prazeres, no concelho de Ourém, com a ocupação de muitos dos pavilhões deixados devolutos pela crise do sector da construção, em 2008, que acabou por levar ao encerramento de grande parte das empresas do mobiliário, ramo que, durante décadas, floresceu na localidade.
“Era uma dor de alma ver aqueles pavilhões fechados, sem actividade”, assume Luís Oliveira, presidente da Junta de Freguesias de Nossa Senhora das Misericórdias, adiantando que, neste momento, “o grosso” dos edifícios está ocupado ou em vias disso.
“Ainda esta semana [a passada] fui contactado por uma pessoa à procura de um pavilhão. A zona industrial volta a ter vida e isso é um sinal positivo para a freguesia”, refere o autarca, convicto que, aos poucos, a zona industrial de Vilar dos Prazeres vai regressar aos tempos de pujança, quando tinha mais de meia centena de empresas a laborar, “cerca de 90%” da quais, ligadas ao sector do mobiliário.
Diversificação de sectores
A realidade hoje é diferente. Desse ramo, restam “meia dúzia” de unidades de mobiliário, que “estão a trabalhar bem”, com as instalações das antigas fábricas a serem ocupadas por empresas de outras área de actividade. É isso que, dentro de pouco tempo acontecerá com o espaço onde, em tempos, laborou a Movior, e que vai acolher a Shoperfil, que se dedica ao fabrico de caixilharia em alumínio e PVC.
Sérgio Dias, sócio-gerente da Shoperfil, conta que a empresa funciona há 23 anos em instalações arrendadas, na freguesia vizinha de Alburitel. “Queríamos um espaço próprio com alguma margem de crescimento”, avança o empresário, revelando que a ideia inicial de construir um edifício de raiz acabou por ser colocada de lado quando surgiu a oportunidade de adquirir um pavilhão que se encontrava desocupado e que está a ser requalificado.
“É mais rápido do que construir novo. Neste caso, entre projecto, licenciamento e obra, seriam necessários três ou quatro anos. Assim, em meses ficamos com a situação resolvida”, admite Sérgio Dias, salientando que, com as futuras instalações, a empresa ganhará “margem de crescimento”, passando de um pavilhão com 1.200 metros quadrados de área coberta para um com 2.200 m2.
No caso da JMF Logística, a mudança para a zona industrial de Vilar dos Prazeres, ocupando um pavilhão devoluto há vários anos, vai permitir a diversificação da actividade, passando também a actuar no sector da logística. “Trabalhamos nas áres da exploração florestal, indústria de madeira e transportes. Queríamos expandir à área logística e, para isso, precisávamos de espaço. Surgiu-nos uma oportunidade de negócio em Vilar dos Prazeres e acabámos por comprar. Estamos agora a fazer obras”, conta Gil Ferreira, sócio- gerente da JMF Logística.
Reclamada ligação ao IC9
Foi também a necessidade de crescer que acabou por levar a Palcax até Vilar dos Prazeres, onde ocupa as instalações da antiga fábrica Móveis Mendes. “Precisávamos de crescer e não havia espaços disponíveis na zona industrial de Casal dos Frades [Ourém]”, recorda Tomé Pereira, sócio-gerente da Palcax, lamentando, no entanto, que Vilar dos Prazeres continue sem uma ligação directa ao IC9, obra que considera “indispensável”.
Esta é, aliás, uma reivindicação partilhada por outros empresários ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA e pelo presidente da Junta de Freguesia. O autarca acredita, no entanto, que a concretização da obra “está mais perto”, tendo em conta que a Câmara de Ourém já adjudicou a elaboração do projecto.
“Vilar dos Prazeres vive uma grande dinâmica empresarial, não só na área do mobiliário, mas em diversos outros sectores. Pareceu-nos importante aproximar a zona industrial a um nó estruturante como o IC9”, referiu Luís Albuquerque em Novembro último, aquando daquela adjudicação, salientando que os pavilhões localizados nesta zona “estão praticamente todos ocupados, abrangendo áreas como logística, madeira, agricultura, oficinas e armazéns, entre outros”.
